Relatório da vista ao CAPS III Liberdade – Rua Distrito Federal, bairro Siqueira Campos – 19/09/13
A visita ao CAPS foi uma forma muito eficaz de observar as mudanças trazidas pelo processo da Reforma Psiquiátrica. Foi possível perceber como se dá o tratamento aos pacientes psiquiátricos atualmente no Brasil, de forma humanizada e sem retirar a liberdade e autonomia dos usuários da instituição. Durante a visita, participamos da Assembléia do CAPS, onde fica evidente a grande transformação que ocorreu com o surgimento dos Centros de Atenção Psicossocial. Segundo Fernando Tenorio, psicanalista, “os Caps (...) consistem em uma ampliação tanto da intensidade dos cuidados (todos os dias, o dia inteiro) quanto de sua diversidade (atividades e pessoas diversas etc.)”,e isso pode ser constatado durante a visita. Os usuários são acompanhados durante todo o dia, enquanto participam de oficinas recreativas, de trabalhos manuais e também atividades esportivas. São ofertadas também oficinas com os familiares dos pacientes. Além dessas atividades, o Caps Liberdade possui uma enfermaria para acolhimento noturno, já que se trata de um Caps III. Alguns pacientes expuseram suas opiniões sobre o CAPS, reforma psiquiátrica e hospitais psiquiátricos. Predomina entre eles a idéia do Hospital psiquiátrico como local onde são usados tratamentos violentos e onde o usuário não possui liberdade. A forma como se organiza hoje os cuidados com a saúde mental, através do CAPS, foi elogiada. Destaco também um ponto levantado durante a assembléia, e que considero muito importante: o preconceito. Acredito que o fim do preconceito é um objetivo essencial no processo de construção de um tratamento humanizado das doenças mentais.
TENÓRIO, F.: ‘A reforma psiquiátrica brasileira, da década de 1980 aos dias atuais: história e conceito’. História, Ciências, Saúde — Manguinhos, Rio de Janeiro, vol. 9(1):25-59, jan.-abr. 2002
Relatório da vista ao CAPS III Liberdade – Rua Distrito Federal, bairro Siqueira Campos – 19/09/13
A visita ao CAPS foi uma forma muito eficaz de observar as mudanças trazidas pelo processo da Reforma Psiquiátrica. Foi possível perceber como se dá o tratamento aos pacientes psiquiátricos atualmente no Brasil, de forma humanizada e sem retirar a liberdade e autonomia dos usuários da instituição. Durante a visita, participamos da Assembléia do CAPS, onde fica evidente a grande transformação que ocorreu com o surgimento dos Centros de Atenção Psicossocial. Segundo Fernando Tenorio, psicanalista, “os Caps (...) consistem em uma ampliação tanto da intensidade dos cuidados (todos os dias, o dia inteiro) quanto de sua diversidade (atividades e pessoas diversas etc.)”,e isso pode ser constatado durante a visita. Os usuários são acompanhados durante todo o dia, enquanto participam de oficinas recreativas, de trabalhos manuais e também atividades esportivas. São ofertadas também oficinas com os familiares dos pacientes. Além dessas atividades, o Caps Liberdade possui uma enfermaria para acolhimento noturno, já que se trata de um Caps III. Alguns pacientes expuseram suas opiniões sobre o CAPS, reforma psiquiátrica e hospitais psiquiátricos. Predomina entre eles a idéia do Hospital psiquiátrico como local onde são usados tratamentos violentos e onde o usuário não possui liberdade. A forma como se organiza hoje os cuidados com a saúde mental, através do CAPS, foi elogiada. Destaco também um ponto levantado durante a assembléia, e que considero muito importante: o preconceito. Acredito que o fim do preconceito é um objetivo essencial no processo de construção de um tratamento humanizado das doenças mentais.
TENÓRIO, F.: ‘A reforma psiquiátrica brasileira, da década de 1980 aos dias atuais: história e conceito’. História, Ciências, Saúde — Manguinhos, Rio de Janeiro, vol. 9(1):25-59, jan.-abr. 2002
Relatório de visita ao CAPS Liberdade, Bairro Siqueira Campos, 19/09/2013
Um verdadeiro mundo de riquezas: riqueza de material humano. Como pudemos aprender!! Diversos indivíduos com traços físicos próprios, mas especialmente, com personalidades bastante distintas. Cada um com seu jeito, autêntico ou retraído, nos ensinou muito. Na minha opinião, a melhor visita da disciplina, pudemos fechar com chave de ouro. Além disso, foi a que mais mexeu comigo, pois confesso que estava dentro de mim com um misto de temor pelo desconhecido, ansiedade e curiosidade pelo fato de visitarmos um local que muitos acabam tachando de “casa dos doidinhos” O Centro de Atenção Psicossocial , de fato, acolhe aquele que, por muitos anos, sempre foi alienado da sociedade. Quiçá ainda continua sendo, embora muito se tenha melhorado. O fato é que a criação dos CAPS representa um marco na Reforma Psiquiátrica Brasileira. Faz parte de uma política de saúde mental, fundamental no processo de luta antimanicomial. Esse serviço é chamado de porta aberta, pois o paciente com transtorno mental não precisa chegar a ele através de uma Unidade Básica de Saúde, nem sofrer regulação pelo NUCAAR. Possui cobertura regional e “oferece atendimentos diários às pessoas com transtornos mentais severos e persistentes, realizando o acompanhamento clínico e a reinserção social destas pessoas através de ações intersetoriais que visam facilitar o acesso ao trabalho, lazer, exercício dos direitos civis e fortalecimento dos laços familiares e comunitários” (3). Com a nossa visita, pude reconhecer de fato, o quão importante foi a criação do CAPS para a Reforma Psiquiátrica Brasileira, que visou substituir o modelo hospitalocêntrico, baseado em internações em manicômios, realizados até a década de 80. Parafraseando os próprios usuários, o CAPS permitiu-lhes saírem do internamento e voltarem para suas casas, permitiu que resgatassem a sua cidadania. É válido salientar, contudo, que o Centro de Atenção Psicossocial é um serviço em transformação (veio para substituir os manicômios) e, por isso, não é perfeito. É claro que não é o único responsável pelo atendimento ao doente mental, devendo haver articulação com outros serviços de saúde. Os hospitais psiquiátricos, ao meu ver, ainda possuem alguma importância sim, como por exemplo, promover uma adequada contenção e tratamento daqueles pacientes agudizados (embora o CAPS também possa fazer). Os atuais hospitais psiquiátricos, embora herdados dos antigos manicômios, já possuem propostas terapêuticas diferentes das de antigamente.(continua)
Felipe Augusto Ribeiro Valadares (continuação)Falando um pouco a respeito do funcionamento do Centro de Atenção Psicossocial, o paciente com transtorno mental, como citado anteriormente, pode chegar a ele de forma espontânea (serviço “porta aberta”). Lá, ele passa por uma triagem por um profissional, que monta com ele uma agenda de atividades que ele pode realizar dentro da instituição ( “oficinas”). Dentre essas oficinas, existem aquelas de caráter grupal (com participação da família, psicóloga), as de caráter manual (costura, bijuteria, artesanato), as de caráter esportivo (futebol, caminhada), e as de caráter recreativo (livres, que não requerem nenhuma habilidade específica). Além disso, cada usuário tem direito a consultas médicas a cada 2 meses, com médico psiquiatra, que avalia e trata a sua doença mental. Lembrar que o CAPS não oferece moradia para nenhum usuário; promove um acolhimento do paciente com transtorno mental e visa acima de tudo, dentre outros objetivos, promover a reinserção social daquele indivíduo. Existem aqueles usuários que moram em ONGs. Com o fim dos manicômios, muitos dos que ficaram internados por muito tempo, não sabiam notícias de suas famílias após a Reforma. Por isso, organizaram-se casas com cuidadores para acolherem esses indivíduos, proporcionando um ambiente mais salubre que aquele oferecido no manicômio. É bom salientar que nessas casas, os pacientes não ficam presos durante todo o dia: saem para o supermercado, para passeios, praia, piscina, parque etc e frequentam o CAPS 3 vezes por semana. O CAPS conta com uma equipe multidisciplinar formada por médico, enfermeira, psicólogo, assistente social, terapeuta ocupacional e “oficineiros”. Ainda existe um serviço de Ouvidoria no próprio CAPS que permite uma comunicação direta entre o usuário e a Secretaria de Saúde para possíveis críticas, elogios ou sugestões a respeito do serviço. Durante a visita, pudemos participar de uma Assembleia do CAPS. A assembleia tem o objetivo de promover uma discussão, de forma pacífica e respeitosa, a respeito de aspectos do próprio serviço, mas também de assuntos externos que interessem aos usuários. Participam dela usuários e funcionários. Para a minha surpresa, não vi uma hierarquização na assembleia (como antes imaginava). Os funcionários do CAPS estão ali como organizadores da mesma, orientando os usuários para que ocorra da melhor forma possível. Me surpreendi também, pois eles escolhem um próprio usuário do serviço para coordenar a assembleia. Durante a mesma, pude observar o comportamento de vários indivíduos. Não como um observador capaz de definir diagnósticos, até porque não tenho capacidade para isso, mas pude observar diversas alterações de função psíquica estudadas por nós em Psicopatologia. O que me chamou atenção foi o fato de que, muitos daqueles pacientes estavam lúcidos, com pensamentos organizados e comentários pertinentes. Outros, por sua vez, se mostravam cabisbaixos, que me fez pensar em uma possível depressão ou efeitos colaterais de medicamentos. Havia aqueles mais participativos e outros mais retraídos, mas todos ali reunidos visando o melhoramento do serviço. Pude notar que uma mulher estava em crise, enquanto outro fazia comentários pertinentes, porém algumas vezes agressivos, mas que, ao meu ver, eram verdades absolutas (o louco era descrito, na Idade Média, como aquele que fala verdades que ninguém mais pode falar). (continua)
Felipe Augusto Ribeiro Valadares (continuação)Reconheço, de fato, a importância do CAPS no processo de luta antimanicomial. Ouvi uma frase que mexeu muito comigo, citada por uma usuária durante a assembleia: “Deus deu liberdade a todos. O CAPS nos ajudou a recuperar essa liberdade: não nos prende, não nos acorrenta”. Pude então imaginar, com certo grau de pena e sofrimento interno, o quão duro seria viver dentro de um manicômio, um local insalubre, com profissionais agressivos, onde eram aplicados castigos físicos, como o choque elétrico. De fato, o ser que foi alienado por muito tempo, o “louco”, merece respeito. E, ao meu ver, o Centro de Atenção Psicossocial proporcionou o que eles mais precisam: o respeito. O processo de loucura cria uma desconstrução familiar: muitos desses usuários são abandonados ou renegados pelas suas famílias, sofrem preconceito de toda uma sociedade, que, embora se diga moderna, continua com a hipocrisia de excluir grupos minoritários ou com comportamentos desviantes da maioria da população. Um outro usuário comentou: “gostaria de saber da professora por que a universidade se mantém leiga a respeito do CAPS e da Reforma Psiquiátrica”. Isso também desperta uma série de reflexões. Nós, sociedade, ainda nos mantemos afastados dessa realidade. E quando falo em hipocrisia, também me refiro a nós, estudantes de Medicina. Nos dedicamos a um curso que visa a ajuda e doação ao próximo, mas pouco nos preocupamos, até esse momento do curso (e ainda até antes dessa visita) em lidar com aqueles com transtornos mentais. Pouco nos interessava conhecer os serviços de saúde mental ou seus usuários, que falo por mim, me causavam até certo receio em me aproximar. Muito válida foi a visita para que eu pudesse criar um visão crítica e desmistificar diversos pré-conceitos a respeito desse tema. É claro que o preconceito, na minha opinião, sempre vai existir, mas acho que nós, como estudantes de Medicina e futuros profissionais da saúde (aqueles que escolheram se “doar” ao outro) devemos iniciar essa “campanha” para que o doente mental possa ser reconhecido e respeitado dentro da sociedade.
Referências 1. http://www.saude.se.gov.br/index.php?act=interna&secao=151 2. http://pref-aracaju.jusbrasil.com.br/politica/6398864/caps-liberdade-comemora-oito-anos-de-servico 3. http://portal.saude.gov.br/portal/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=29797&janela 4. GONÇALVES, A.M. , SENA R.R.; A reforma psiquiátrica no Brasil: contextualização e reflexos sobre o cuidado com o doente mental na família. RevLatino-am Enfermagem 2001 março; 9 (2): 48-55. 5. HIRDES A. ; A reforma psiquiátrica no Brasil: uma (re)visão; Gravataí, Rio Grande do Sul, 2008 6. BEZERRA B.; Desafios da Reforma Psiquiátrica no Brasil; Rio de Janeiro, 2007
A visita foi ao CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) Liberdade 24h - Rotariano Dr. Wilson Rocha, localizado no bairro Siqueira Campos em Aracaju. Os centros de atenção psicossocial são instituições que fornecem serviços de saúde às pessoas com transtornos mentais severos e persistentes, realizando o acompanhamento clínico e a reinserção social destas pessoas através do acesso ao trabalho, lazer, exercício dos direitos civis e fortalecimento dos laços familiares e sociais. Os CAPS foram criados como uma estratégia para a reforma psiquiátrica brasileira e através deles possibilitou-se a organização de uma rede substitutiva aos hospitais psiquiátricos no país. O serviço é composto por equipes multidisciplinares formadas por médicos, psicólogos, terapeutas ocupacionais e entre outros profissionais que realizam o atendimento de todos os usuários.
O horário da nossa visita coincidiu com a realização de uma assembleia entre os responsáveis pelo CAPS e grande parte dos usuários. Nessa reunião, qualquer um podia expressar sua opinião sobre o assunto que estivesse em debate e também levantar qualquer outra questão que julgasse importante. Durante a visita percebemos que há usuários que apresentam bastante lucidez, falam muito bem e ainda por cima discutem sobre questões políticas e sociais.
Há também a realização de oficinas que visam inserir os usuários em atividades cognitivas, como a música, no intuito de desenvolver a percepção, assimilação e aprendizagem. Além disso, é feita terapia individual com alguns, dependendo de sua condição, pois alguns usuários apresentam transtornos crônicos e apresentam dificuldade em participar de atividades em grupo. Existem ainda as residências terapêuticas, um programa criado para acolher usuários que passaram anos no manicômio e ao sair, não encontram suas famílias ou não são aceitos por elas. Eles residem nessas residências, no entanto a parte terapêutica é feita semanalmente no CAPS. Em virtude disso, constatamos que a criação do CAPS foi uma estratégia que deu certo, pois ao invés de manter o paciente em um ambiente fechado de um hospital psiquiátrico, onde muitas vezes sofria maus tratos, criou-se um ambiente mais apropriado para uma recuperação rápida e eficaz.
Por fim, é preciso compreender que a saúde mental em nosso país necessita de mais atenção, assim como maior repasse de recursos financeiros para seu custeio. É importante também que a população seja mais bem informada sobre os tratamentos existentes para transtornos mentais, para que o CAPS seja visto com outros olhos, e não, como um lugar de “loucos”.
O CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) - Dr. Wilson Rocha, localizado no bairro Siqueira Campos em Aracaju. É responsável pelo serviço de saúde aos pacientes com transtornos mentais realizando o acompanhamento clínico promovendo inclusão como trabalho, lazer e estabelecendo vinculo familiares e sociais. Os CAPS foram criados como uma estratégia para de implementação de reforma psiquiátrica assim proposta por pinel que tanto almejava e através deles possibilitou-se a organização de uma rede de hospitais psiquiátricos no país. O serviço é composto por equipes multidisciplinares formadas por médicos, psicólogos, terapeutas ocupacionais .
No horário da visita presenciamos uma assembléia com os responsáveis pelo CAPS e grande parte dos usuários. Na reunião, verificamos opiniões sobre vários assuntos que estivessem em debate e também levantar qualquer outra questão importante. Percebemos que havia usuários que apresentava comportamentos variados e discutia sobre questões políticas e sociais.
Havia realização de oficinas para inserir os usuários em atividades como música para desenvolver a percepção, assimilação e aprendizagem.Realiza terapia individual com determinados indivíduos a depender de sua condição, onde alguns usuários apresentam transtornos que impossibilitava de realizar atividades em grupo. Existe um programa criado para acolher usuários que passaram anos no manicômio e ao sair, não encontram suas famílias .Eles moram nessas residências, contudo a parte terapêutica é feita pelo CAPS. Visto isso a criação do CAPS é uma medida eficiente, pois ao invés de manter o paciente em ambiente fechado de um hospital psiquiátrico, onde na maioria das vezes sofria maus tratos, criou-se um ambiente mais adequado para sua rápida recuperação.Visto isso, é preciso estabelecer medidas que a saúde mental em nosso país requer de mais atenção, necessitando de maior repasse financeiros . É importante que a população seja informada sobre os tratamentos para transtornos mentais e o CAPS seja visto com bons olhos.
Saco III Relatório 4 Visita: 19/09/13 CAPS – Centro de Atenção Psicossocial
Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), entre todos os dispositivos de atenção à saúde mental, têm valor estratégico para a Reforma Psiquiátrica Brasileira. Com a criação desses centros, possibilita-se a organização de uma rede substitutiva ao Hospital Psiquiátrico no país. Os CAPS são serviços de saúde municipais, abertos, comunitários que oferecem atendimento diário. Visitamos o CAPS do Siqueira Campos, R. Distrito Federal, 102, e pudemos participar de uma assembleia na qual usuários (em torno de 30) e profissionais (em número de 3) discutiram questões referentes ao local. Uma paciente se ofereceu para comandar a assembleia, que ficou organizada dessa forma: oração, informes, pauta e fechamento. Depois de rezarmos, o usuário ou profissional que tinha algum informe, manifestava-se. Por exemplo, um paciente comentou que os bancos declararam greve para o dia 19/09/13; e um profissional informou que no dia 18 de Outubro haverá evento na Casa da Rua da Cultura em homenagem ao Dia Mundial da Saúde Mental. Na parte da pauta, os usuários poderiam reclamar do que achasse necessário. Ouvimos sobre alimentação, local para o descanso, utilização do bebedouro, etc. O fechamento serve para que caso alguém deseje acrescentar algo à assembleia. O CAPS do Siqueira atende cerca de 300 usuários e tem três equipes de funcionários. Cada equipe tem um médico e outro profissional e é responsável por um bairro. Durante a assembleia, quando questionados sobre o serviço médico, os usuários se mostraram bastante satisfeitos. O Centro atua no sistema “porta aberta”, no qual os pacientes têm o direito e ir e vir quando acharem necessário. Eles são estimulados a frequentar o local pelos eventos, como as oficinas que ocorrem de segunda a sexta-feira nas quais são distribuídos de acordo com a sua habilidade. Através do Setor de Ouvidoria, eles podem se comunicar com a Secretaria Municipal de Saúde e reclamar seus direitos. Outro tema debatido na assembleia foi a luta antimanicomial. Os usuários demonstraram medo pelo passado de maus tratos, felicidade pela melhora no sistema de cuidados com os doentes e consciência do preconceito que ainda existe. O CAPS tem o objetivo de substituir os manicômios, mas ainda não tem estrutura suficiente para tal. Nesse modo de tratamento, o paciente tem liberdade, autonomia e cidadania. Caso o usuário tenha algum surto, ele pode ficar internado nos leitos do CAPS (em torno de três dias, a depender do quadro) ou, se não conseguirem contê-lo, ele fica internado temporariamente em um Hospital Psiquiátrico. O que mais me surpreendeu durante a assembleia foi a desenvoltura dos usuários no momento de falar. Essa experiência foi construtiva no sentido de desmitificarmos a insegurança de atender a pacientes psiquiátricos. Podemos notar, também, o claro fortalecimento da luta antimanicomial.
Volfanio Marinho Araújo Andrade Visita ao CAPS O CAPS (Centro de Atendimento Psicossocial) Liberdade no bairro Siqueira Campos, é uma instituição que funciona no regime de portas abertas destinada ao atendimento psiquiátrico de uma maneira menos enrijecida que os Hospitais Psiquiátricos, buscando integrar o doente mental ao meio social e familiar e a tratar o paciente de uma maneira mais holística; sem tratá-lo como um ser incapacitado, o CAPS busca dar mais autonomia a esses pacientes. Essa instituição funciona nos moldes da Unidade Básica de Saúde, tendo uma atuação territorial e também gratuidade da medicação e do serviço. No seu corpo profissional encontramos médicos, psicólogos, assistentes sociais, enfermeiros, auxiliar de enfermagem, educador físico e terapeuta ocupacional. O Liberdade, trata 390 pacientes, alguns vão todos os dias a instituição e outros, quando não controlados, ficam acolhidos na instituição. Os que desfrutam de uma maior autonomia são monitorados com o objetivo da continuidade do tratamento. Um aspecto negativo que pudemos notar na visita foi relativo à estrutura física da instituição, que contribui para uma imagem negativa que é dirigida a esse tipo de instituição e aos pacientes lá atendidos. Outro aspecto negativo foi relativo a segurança dos profissionais que lá trabalham, em sua maioria do sexo feminino, e que em casos de eventuais surtos ou brigas tem que interferir, o que pode ser desagradável, tendo em vista que alguns pacientes são agressivos. Outro fator que, ao menos para mim foi negativo, é o fato de não existir um médico psiquiatra de plantão todos os dias, inclusive aos finais de semana. Ao meu ver, é um profissional essencial, tendo em vista que quase todos os paciente são medicalizados e esse fator torna mister a presença de um médico para eventuais efeitos ou ausência dos mesmos. Para tentar minimizar esse aspecto, o SAMU e o hospital São José ficam sobreaviso para eventuais urgências. Porém não só ficaram visões negativas, vimos pontos positivos nesse tipo de atendimento oferecido. Ressalto o quão fantástico deve ser para o paciente psiquiátrico não se sentir preso a uma instituição, ele vai ao CAPS se sentir necessidade ou se a família notar que ele precisa de um atendimento especializado. Lá, eles tem oficinas, recreações e assembleias, onde os profissionais não desqualificam seu discurso, mas sim, voltam uma especial atenção já que é necessária esse fluxo bidirecional entre os profissionais e os pacientes para a melhoria do serviço. A visita foi importante para avaliarmos a nossa visão sobre esse tipo de serviço e paciente. Muitas vezes os profissionais da saúde desqualificam o discurso dos doentes mentais, contudo sabemos que são pacientes com uma grande incidência de co-morbidades e que devem ser avaliados minuciosamente. Referências: 1- Ministério da Saúde- http://portal.saude.gov.br/portal/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=29797&janela acessado em 23/09/2013 as 20:54. 2-Secretária d o Estado da Saúde de Sergipe- http://www.saude.se.gov.br/index.php?act=interna&secao=151 acessado em 23/09/2013 as 20:58.
Volfanio Marinho Araújo Andrade Visita ao CAPS O CAPS (Centro de Atendimento Psicossocial) Liberdade no bairro Siqueira Campos, é uma instituição que funciona no regime de portas abertas destinada ao atendimento psiquiátrico de uma maneira menos enrijecida que os Hospitais Psiquiátricos, buscando integrar o doente mental ao meio social e familiar e a tratar o paciente de uma maneira mais holística; sem tratá-lo como um ser incapacitado, o CAPS busca dar mais autonomia a esses pacientes. Essa instituição funciona nos moldes da Unidade Básica de Saúde, tendo uma atuação territorial e também gratuidade da medicação e do serviço. No seu corpo profissional encontramos médicos, psicólogos, assistentes sociais, enfermeiros, auxiliar de enfermagem, educador físico e terapeuta ocupacional. O Liberdade, trata 390 pacientes, alguns vão todos os dias a instituição e outros, quando não controlados, ficam acolhidos na instituição. Os que desfrutam de uma maior autonomia são monitorados com o objetivo da continuidade do tratamento. Um aspecto negativo que pudemos notar na visita foi relativo à estrutura física da instituição, que contribui para uma imagem negativa que é dirigida a esse tipo de instituição e aos pacientes lá atendidos. Outro aspecto negativo foi relativo a segurança dos profissionais que lá trabalham, em sua maioria do sexo feminino, e que em casos de eventuais surtos ou brigas tem que interferir, o que pode ser desagradável, tendo em vista que alguns pacientes são agressivos. Outro fator que, ao menos para mim foi negativo, é o fato de não existir um médico psiquiatra de plantão todos os dias, inclusive aos finais de semana. Ao meu ver, é um profissional essencial, tendo em vista que quase todos os paciente são medicalizados e esse fator torna mister a presença de um médico para eventuais efeitos ou ausência dos mesmos. Para tentar minimizar esse aspecto, o SAMU e o hospital São José ficam sobreaviso para eventuais urgências. Porém não só ficaram visões negativas, vimos pontos positivos nesse tipo de atendimento oferecido. Ressalto o quão fantástico deve ser para o paciente psiquiátrico não se sentir preso a uma instituição, ele vai ao CAPS se sentir necessidade ou se a família notar que ele precisa de um atendimento especializado. Lá, eles tem oficinas, recreações e assembleias, onde os profissionais não desqualificam seu discurso, mas sim, voltam uma especial atenção já que é necessária esse fluxo bidirecional entre os profissionais e os pacientes para a melhoria do serviço. A visita foi importante para avaliarmos a nossa visão sobre esse tipo de serviço e paciente. Muitas vezes os profissionais da saúde desqualificam o discurso dos doentes mentais, contudo sabemos que são pacientes com uma grande incidência de co-morbidades e que devem ser avaliados minuciosamente. Referências: 1- Ministério da Saúde- http://portal.saude.gov.br/portal/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=29797&janela acessado em 23/09/2013 as 20:54. 2-Secretária d o Estado da Saúde de Sergipe- http://www.saude.se.gov.br/index.php?act=interna&secao=151 acessado em 23/09/2013 as 20:58.
A visita ao CAPS Liberdade deixa bem claro, pelo menos nesse “visitão” único, que o objetivo proposto com tais instituições tem caminhado para um bom serviço à sociedade, em especial para os pacientes com transtornos mentais. Por muito tempo esses cidadãos foram destratados e desprovidos de seus direitos básicos. Internados muitas vezes por longa data, chegavam a ter uma vida separada da sociedade, rodeada de muros e mal tratos. Hoje, com o caminhar da reforma psiquiátrica, ainda vemos muros, mas que não mais prendem e sufocam os pacientes psiquiátricos. Função dos muros? Apenas proteção da estrutura do CAPS... durante o período de funcionamento sequer vemos um cadeado trancado, uma porta trancada, um segurança no meio do caminho dos pacientes. O que presenciamos ao visitar o relatado CAPS, é tal como um posto de saúde qualquer, aberto, livre, um clima bom e a vontade. Aparentemente, respeito para com aqueles já muito feridos pelos tabus e ignorância da sociedade leiga de convívio com os pacientes. Presenciamos uma Assembleia na qual os pacientes se reúnem para interagirem, sob condução de psicólogos. Em nenhum momento utilizou-se de agressão, seja física ou verbal, para conter as atitudes e falas dos pacientes. Pelo contrário, os pacientes são motivados a falar, interagir, tanto entre eles mesmo, como com nós que os visitávamos e também obviamente com os psicólogos que os acompanham. Indagados quanto ao tratamento médico clínico, nenhum paciente falou mal do atendimento médico (exceto pelo fato de um dos pacientes psiquiátricos ter “reclamado” que o médico era feio). Enfim, foi apenas uma visita, mas pelo pouco que deu para ver (estrutura e o tratamento para com os pacientes) ouvir, e digamos, conviver, o CAPS Liberdade deixou uma ótima impressão de como realmente se deve cuidar de um paciente já debilitado moralmente as vezes. Fez jus ao nome “Liberdade”.
Textos (referências) utilizados como apoio: http://portal.saude.gov.br/portal/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=29797 http://www.saude.se.gov.br/index.php?act=interna&secao=151
Áquila Talita Lima Santana Relatório de visita ao CAPS A visita foi realizada ao CAPS Liberdade localizado no bairro Siqueira Campos.Os CAPS constituem a principal estratégia do processo de reforma psiquiátrica. São instituições destinadas a acolher os pacientes com transtornos mentais, estimular sua integração social e familiar, apoiá-los em suas iniciativas de busca da autonomia, oferecer-lhes atendimento médico e psicológico. Sua característica principal é buscar integrá-los a um ambiente social e cultural concreto, designado como seu “território”, o espaço da cidade onde se desenvolve a vida quotidiana de usuários e familiares. Os CAPS podem oferecer diferentes tipos de atividades terapêuticas. Esses recursos vão além do uso de consultas e de medicamentos, e caracterizam o que vem sendo denominado clínica ampliada. Psicoterapia individual ou em grupo, oficinas terapêuticas, atividades comunitárias, atividades artísticas, orientação e acompanhamento do uso de medicação, atendimento domiciliar e aos familiares são diversos tipos de atividades terapêuticas oferecidas aos usuários. Dessa forma, o CAPS pode articular cuidado clínico e programas de reabilitação psicossocial. Muito ainda deve ser feito com o intuito de melhoria na assistência das pessoas assistidas pelos centros de assistência psicossocial, mas, a avaliação da história da saúde mental mostra o grande avanço que a saúde mental alcançou e motiva a buscarmos e lutarmos como futuros médicos por uma assistência baseados nos princípios de igualdade e equidade.
Saúde mental no SUS: os centros de atenção psicossocial / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. – Brasília: Ministério da Saúde, 2004.
A visita do dia 19 do corrente mês foi o CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) Liberdade situada no bairro Siqueira campos na rua distrito federal. Para avaliarmos o modelo de tratamento devemos saber alguns princípios básicos que o CAPS deve seguir: devem criar uma recuperação terapêutica que possa resgatar pacientes muito desestruturados que não tenham acompanhamento, se responsabilizar pelo acolhimento dos portadores de transtornos mentais do seu território e incluir ações que envolvam os familiares (ainda que esses não participem plenamente das atividades), junto com projetos de inserção social. Com um atendimento prestado de 24h, o CAPS liberdade, presta serviço nos finais de semana e feriados, a presença de prestação de serviço se faz pela equipe de enfermagem. Existem lá, usuários de acolhimento noturno (usuários em crise, desajuste de medicação e comportamento), sendo equipado com oito leitos, sendo que estes usuários permanecem lá até obter a melhora, não tendo um tempo definido de estadia. A ferramenta usada atualmente pra essa integração e reabilitação social tem como foco principal proporcionar atendimento geral a essa população, realizando o acompanhamento clínico e a reintegração sócio-educacional dos pacientes por meio de atividades como trabalhos, oficinas, lazer e cultura. O tratamento é realizado por uma equipe multiprofissional interligada composta por médicos psiquiatras, enfermeiros, assistentes sociais e psicólogos. Acompanhamos uma assembleia, onde estavam presentes cerca de 50 usuários, três profissionais de saúde... Começaram com informativos, onde quem tivesse alguma informação estaria livre para expor, (vários usuários usou o espaço de maneira sensata e com muita credibilidade), em seguida formos para as pautas, onde todos tinham o direito de abordagem de reclamações, questionamentos e duvidas para o melhoramento do serviço do CAPS. A proposta de criação do Centro de Atenção Psicossocial vem de forma a impulsionar a reforma psiquiátrica, onde acredito que apesar de faltar muito ainda para um tratamento adequado do paciente com problemas mentais, essa iniciativa tem melhorado muito a vida dessas pessoas trazendo para o convívio social e familiar. Sendo esta visita uma das melhores visitas feitas na disciplina.•.
Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), foram criados como uma estratégia de Reforma Psiquiátrica Brasileira. Através deles possibilitou-se a organização de uma rede substitutiva ao Hospital Psiquiátrico no país. Os CAPS são serviços de saúde municipais, abertos, comunitários que oferecem atendimento diário onde os pacientes acolhidos tem a possibilidade de interagir entre si, o que favorece uma melhor socialização. Seus principais objetivos são: prestar atendimento clínico diário, evitando as internações em hospitais psiquiátricos (manicômios); acolher e atender as pessoas com transtornos mentais graves e persistentes; promover a inserção social das pessoas com transtornos mentais por meio de ações intersetoriais; dar suporte a atenção à saúde mental na rede básica; organizar a rede de atenção às pessoas com transtornos mentais nos municípios; promover a reinserção social do indivíduo através do acesso ao trabalho, lazer, exercício dos direitos civis e fortalecimento dos laços familiares e comunitários. O atendimento abrange pessoas com transtornos mentais moderados a grave onde há uma diversa oferta de tratamento terapêutico, por isso acabam abrangendo um público diferenciado com terapêutica variada. Para isso o Caps conta com uma equipe multidisciplinar: Psiquiatra, psicólogo, enfermeiros, terapeuta ocupacional e oficineiros. O atendimento prestado lá é de 24h, sendo que nos finais de semana e feriados, a presença de prestação de serviço se faz pela equipe de enfermagem. Existem lá, usuários de acolhimento noturno ( usuários em crise, desajuste de medicação e comportamento), sendo que estes usuários permanecem lá até obter a melhora, não tendo um tempo definido de estadia. O tratamento inclui oficinas que tentam inserir os usuários em atividades, como música, artes e confecção de bijuterias, além de diversas atividades. Dessa forma sentem-se mais inseridos, diminuindo as crises. Outra atividade realizada são assembléias semanais, onde os usuários têm a oportunidade de se expressarem e debaterem sobre assuntos atuais. Uma forma deles mostrarem que não são incapazes, que também tem opiniões e sabem pensar. E são nesses momentos que eles falam muito sobre o preconceito que enfrentam na sociedade. O CAPS procura ainda trabalhar com as famílias dos pacientes, pois muitas famílias os negligenciam. A equipe procura fazer visitas domiciliares para avaliar o ambiente do usuário, o convívio com os seus familiares e acompanhar de perto sua evolução, procurando ter sempre um contato com a família e como anda o comportamento do paciente em casa. E ainda conversam com os mesmos para saber se eles tem idéia de sua situação ou de sua realidade. Dessa forma, percebemos que a criação dos CAPS foi uma estratégia que deu certo, pois ao invés de manter a pessoa em um ambiente fechado de um hospital psiquiátrico, onde só recebiam medicações, criou-se um ambiente mais apropriado para sua recuperação, onde o usuário além de receber medicações, são também inseridos socialmente, conhecem a história de outras pessoas com os mesmos problemas e tem uma maior liberdade, facilitando e tornando ainda mais rápida sua recuperação. Ressalte-se assim, a importância de tratarmos essas pessoas como participantes do mundo social, proporcionando sua liberdade de direito e tentando compreendê-las de uma maneira menos discriminadora e mais acolhedora.
Referências Saúde mental no SUS: os centros de atenção psicossocial / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. – Brasília: Ministério da Saúde, 2004. http://portal.saude.gov.br/portal/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=29797&janela
No último dia 19 de setembro terminamos as visitas comparecendo ao Caps III (Centro de Apoio Psicosocial) situado no bairro Siqueira Campos cujo o objetivo foi conhecer mais de perto a rotina de uma unidade de saúde psicosocial e verificar, de fato,como seus pacientes são tratados, cuidados e consequentemente readequados a uma vida social da qual por motivos de saúde mental um dia já fizeram parte. Podemos notar realmente que o centro visitado obedece a todos os parâmetros de definição do que seria o Caps o qual deve buscar oferecer atendimento à população, realizar o acompanhamento clínico e a reinserção social dos usuários pelo acesso ao trabalho, lazer, exercício dos direitos civis e fortalecimento dos laços familiares e comunitários. O centro Liberdade oferece hoje, segundo informações de funcionários, atenção a mais de 300 pacientes os quais frequentam o espaço cotidianamente, podendo ficar la estabelecido até melhora do quadro de onde desfrutam de leitos com atendimento multidisciplinar formado por psiquiatras, psicólogos, enfermeiros,assistentes sociais, terapêutas ocupacionais e também oficineiros que prestam atividades como música, artes, confeções de bijoterias e muitas outras atividades que são realizadas em pelo menos dois dias na semana proporcionando uma maior interação entre os pacientes. Coincidentemente ao dia da visita tivemos acesso a um dia de" assembléia" onde cerca de 50 pacientes poderam trabalhar e expôr junto aos seus responsáveis os exercicios do direito civil como reinvidicar, contestar e propôr idéias relativas a melhoria do funcionamento do espaço. Poderam expôr, também, num momento de discursão suas opniões relativo as questões que levaram a desativação dos manicômios em substuição ao Caps como, por exemplo, as más condições de tramento pelos quais muitos deles passaram quando, ainda, frequentavam os manicômios. No mais, a visita foi enriquecedora nos possibilitando a certeza de que atualmente os pacientes com problemas mentais estão cada vez mais tendo a possibilidade de reaver, quem sabe um dia, a sua reintegração através do CAPs ao convívio da sociedade.
RELATÓRIO: Visita ao CAPS LIBERDADE - Siqueira Campos - Aracaju SE
Assim como alguns colegas citaram, essa foi a visita mais aguardada e mais valiosa de todas. Após termos passado pela atenção básica, pela regulação e pelo Cemar, pusemos uma pausa na Disciplina (o conhecimento jamais se finda) em uma das instituições mais bem conceituadas de todo o Sistema Único de Saúde, mas que, infelizmente, permanece um tanto obscura para nós estudantes e, consequentemente, para a sociedade: o Centro de Atenção Psicossocial - CAPS. O brilhante escritor de nosso país, Lima Barreto, ao passar dois momentos de sua existência internado em um hospital psiquiátrico, presenteou com uma brilhante obra intitulada “O diário do Hospício". Nela, o autor evidencia a realidade daquelas instituições que, até bem pouco, estavam presentes em nosso meio. Ambientes grotescos, insalubres, repletos de seres humanos prisioneiros dos próprios cárceres (os ditos alienados e, porque não, também os cuidadores). L. Barreto, em um dos trechos, chega a indagar a cerca da hereditariedade da loucura e de um possível caráter contagioso da mesma. Contudo, a maior contribuição do autor para a saúde pública brasileira consistiu justamente na certeza a qual ele chega ao fim da obra: a de que a política de internação brasileira, apesar de ter sido criada com objetivo terapêutico e embasada nas teorias dominantes na Europa, atendia basicamente aos interesses de higienização urbana que vigoravam na capital do país. Após décadas de manutenção do regime de internamento para o tratamento da alienação, percebeu-se, a guisa do sofrimento de inúmeros “pacientes”, que essa não era a melhor tática a ser adotada. Com a Declaração de Caracas (1990), houve o entendimento de que o foco do tratamento para as alterações da mente deveria ter seu foco voltado para a superação da exclusão em manicômios, tentando a reinserir esses indivíduos na sociedade. Contudo, é a partir do ano de 1996 que o Brasil adota a Reforma Psiquiátrica de forma ampla, plural e acolhedora, sendo regulamentada pelo CAPS. O que mais me impressionou na visita foi a forma como os usuários do serviço são tratados pelos funcionários, e o modo como eles interagem entre si. Tivemos, por sorte, o privilégio de realizar a visita justamente no dia em que eles participariam de uma assembleia geral. Nesse evento, para minha surpresa, todos são ouvidos, todos têm a oportunidade de falar, indagar, questionar e, até mesmo aqueles que estão em uma crise deflagrada são ouvidos. Ou seja, o cidadão acompanhado pelo CAPS perdeu o título de paciente, e assumiu a postura de um indivíduo portador de relativa autonomia e poder decisão, até por que ninguém melhor do que o próprio portador do transtorno para saber qual a melhor conduta para ele.
Outro ponto marcante da visita ocorreu quando os usuários iniciaram suas reclamações, na assembleia. A queixa principal foi o distanciamento dos familiares em relação ao acompanhamento do seu parente. Apesar dos esforços do centro em tentar unir a família, através da promoção de palestras e confraternizações, percebe-se que boa parte dos “pacientes” permanece sendo vista como um peso para o seio familiar, não sendo disponível a eles a atenção de que necessitam. Por fim, acredito que essa passagem pelo CAPS ajudou toda a turma a melhor compreender o funcionamento desse importante elemento do Sistema Único de Saúde, bem como permitiu o entendimento da política de auxílio aos portadores de doença mental no Brasil. Além disso, pudemos atrelar os conhecimentos sobre a história da “alienação” aprendidos em Psicologia Médica e Introdução a Psicopatologia ao estudo do funcionamento físico-prático do tratamento, adquirido em Saúde Coletiva III.
REFERÊNCIAS 1. 1 Page 2 Diário do Hospicio O Cemitério dos Vivos O volume ... www.rio.rj.gov.br/dlstatic/10112/.../diario_hospicio_cemiterio_vivos.
Visita ao CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) O CAPS Liberdade é classificado como CAPS III, funciona 24h e é implantado apenas em municípios com pelo menos 200 mil habitantes. É um serviço portas abertas, comunitário, que oferece atendimentos diários, no qual os usuários têm liberdade de ir e vir, sempre que acharem necessário. A estrutura conta com 8 leitos para acolher usuários que possam a vir descompensar e necessitem de uma atenção mais intervencionista. Esse CAPS possui cerca de 300 usuários cadastrados que são estimulados a frequentarem o local. Lá desenvolvem atividades lúdicas e esportivas, participam de oficinas recreativas e oficinas de trabalhos manuais, e reuniões. Esses serviços são referência em Saúde Mental e têm como objetivo a transformação do ambiente e do tratamento dos hospitais psiquiátricos, por uma terapêutica ativa ou terapia ocupacional. Eles buscam evitar internações e/ou reinternações em hospitais psiquiátricos, mas ainda assim, oferecem um atendimento intensivo para os portadores de doença mental. São reguladores da porta de entrada da rede de assistência a saúde mental na sua área de atuação, e também, dão suporte à atenção à saúde mental na rede básica. Esse serviço articula-se às UBS, serviços de urgência/emergência, hospitais gerais e ambulatórios para atender as demandas como um todo. Em uma nova filosofia antimanicomial, tentam quebrar estigmas e preconceitos no olhar e no tratar do paciente portador de transtorno mental. Assim, além do acompanhamento clínico, eles realizam a reinserção social desses pacientes, estimulando ações que visam facilitar o acesso ao trabalho, lazer, fortalecimento dos laços familiares e comunitários, e exercício dos direitos civis. O Estado de Sergipe possui 20 CAPS I; 3 CAPS II; 3 CAPS III; 4 CAPS AD (que atendem dependentes químicos de álcool e drogas); e um CAPS i (para atendimento infanto-juvenil). E também, Residências Terapêuticas que visam a inserção na sociedade de pacientes com transtorno mental que permaneceram internados em manicômios por anos e perderam os vínculos familiares e sociais. Essas residências tentam resgatar a cidadania e a autonomia desses pacientes. As pessoas que estão nelas também participam das atividades desenvolvidas nos CAPS. No dia da nossa visita, aconteceu a Assembleia em que os usuários se organizam para dar ideias, sugestões, formas de melhoria e mantinham-se informados. A Assembleia é presidida por um dos usuários e é dividida em oração, informes, pauta e fechamento. Pudemos notar a autonomia dos usuários, participantes ativos das discussões. Eles trazem pontos para discussão, fazem reclamações, dão sugestões de melhorias, conversam, desabafam. E o que mais chamou a atenção é como eles se respeitam, ouvem o outro, esperam a sua vez de falar e demonstraram uma paciência incrível a uma usuária que estava em episódio de descompensação de sua doença. Foi uma visita enriquecedora, trouxe um despertar sobre a saúde mental e a função do SUS no tratar e lidar dos pacientes transtornos mentais, psicoses, neuroses graves. Poder ouvir desses pacientes suas experiências e opiniões, observar o convívio dentro do serviço serviu de reflexão para todos que participaram da visita. O quão importante e impar é o serviço prestado pelos CAPS, vai além do tratamento medicamentoso, é uma oportunidade de inserção na sociedade, é uma busca de autonomia e de integração familiar, é uma lição de tolerância, de como trabalhar com a diversidade e aprender com eles. Referencias http://www.saude.se.gov.br/index.php?act=interna&secao=151 http://portal.saude.gov.br/portal/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=29797&janela
O Caps, Centro de atendimento psicossocial, em Sergipe conta com 25 centros. Os Caps são serviços de saúde abertos, comunitários, que oferecem atendimentos diários as pessoas com transtornos mentais severos e persistentes. No Caps liberdade, segundo informações dos próprios usuários, existe atendimento médico, o qual faz o atendimento pessoal a cada dois meses. Qualquer necessidade de um especialista, o médico responsável encaminha o pedido pelo SUS, afinal de contas o usuário do Caps também é usuário do SUS, um cidadão com direitos como qualquer outro. A reinserção social destas pessoas através de ações intersetoriais que visam facilitar o acesso ao trabalho, lazer, exercício dos direitos civis e fortalecimento dos laços familiares e comunitários. Contudo eles ainda precisam de um apoio maior da família, pois muitos se encontram desassistidos pela própria família. O dia da nossa visita, foi uma quinta feira, na qual os usuários juntos de alguns familiares e profissionais da saúde estavam em reunião (assembléia), onde varias pautas eram colocadas com vários desabafos e opiniões. Uma espécie de exercício para reintegrar o paciente a sociedade. Muito diferente do que acontecia nas décadas passadas, onde o “LOUCO” era preso e torturado. É ainda função dos CAPS evitar internações e reinternações em hospitais psiquiátricos, regular a porta de entrada da rede de assistência em saúde mental na sua área de atuação e dar suporte à atenção à saúde mental na rede básica.
Alan Walerry Dos Santos Relatório de Visita ao CAPS A visita foi realizada no dia 19 de setembro, lá pude ter uma noção sobre funcionamento e objeto da Política de Atenção Psicossocial, realizada pelo CAPS, no qual eles atendem pessoas com diversos problemas psicossociais, como usuário de drogas(lícitas ou ilícitas) e portadores de transtornos mentais, sendo que estes são divididos em graus de doenças, os mais graves ficam internados lá e os menos graves podem ir para casa diariamente não precisando ficarem internados. Eles porém tem toda assistência médica psiquiátricas necessários para estimular sua autonomia, são oferecidas também oficinas de diversos tipos e de acordo com a característica de cada usuário. Isso tudo é feito para evitar que o usuário tenha recaídas e reaprenda a viver com suas limitações. A vivência que tive lá foi boa, pois conseguir compreender o funcionamento e a maneira com que os usuário se comportam, e principalmente o respeito que eles tem uns com os outros. Tive a oportunidade de assistir a uma reunião e notar que o principal ponto foi a pouca participação dos familiares nas reuniões e eventos realizados pelo CAPS, onde houve muita crítica em relação a isso, tanto da parte dos usuários como dos administradores. Como também a lutas anti manicomial, no qual eles acham de grande importância o fechamento dos manicômios e defendem um tratamento diferente e com mais liberdade para os doentes. Acredito que o grande problema não são os manicômios, mas a forma de tratamento que ocorre lá, como também muitos familiares para livrar-se deles, outros por não entendimento não da doença acabam internando-os, acredito que antes de acabar com manicômios deveria conscientizar a população sobre a doença mental e tratar todos como seres humanos independente de raça sexo e religião, como esta escrito na constituição. De modo geral foi boa a visita, pois tive a oportunidade de repensar meus conceitos sobre os usuários do CAPS. http://www.pol.org.br/lutaantimanicomial/index.cfm?pagina=apresentacao http://www.fev.edu.br/graduacao/breve_historia_da_loucura_e_a_luta_antimanicomial-30-artigo.html http://www.saude.se.gov.br/index.php?act=interna&secao=151
Ana Caroline Ferreira da Silva Dia: 19/09/2013 CAPS Liberdade
A visita foi bem agradável. Fomos recebidos muito bem e tivemos a oportunidade de presenciar a assembléia dos usuários. Infelizmente, não conhecemos os cômodos da instituição, mas esta parece ser grande numa visão geral. Como já foi analisado nesse blog, as formas de tratamento na era manicomial constituíam-se de artifícios ilógicos para “cura” do paciente. Nesse contexto, os CAPSs foram instituídos numa tentativa de humanizar atendimentos em saúde mental, devolver ao cidadão portador de transtorno mental o seu direto e oferecer-lhe tratamento adequado. O primeiro Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) do Brasil foi inaugurado em março de 1986, na cidade de São Paulo e oficialmente a partir da Portaria GM 224/92.
Durante a visita foi possível observar a grau de desenvoltura e participação social dos usuários, que ao contrário do que muitos pensam, em sua maioria são bem articulados. Eles participam dos fóruns em saúde mental, têm representante que leva à frente os interesses deles na câmara municipal, por exemplo. Um fato interessante foi o questionamento de um usuário sobre a aprendizagem no curso de medicina sobre saúde mental e seus instrumentos inseridos em rede. Pude notar a preocupação em ter reconhecimento social e em adentrar diretamente na saúde desde o processo de formação de profissionais. Esse acontecimento soa como um alarme para nós a respeito da necessidade de conhecer a história da saúde mental e seus equipamentos para atuação e aprimoramento de atendimentos.
Importante destacar que os CAPSs fazem parte de uma rede, eles não estão isolados na saúde. Então esses mesmos usuários do CAPS são usuários também da USF, são serviços que se complementam e não se excluem. Há vários tipos de CAPS , que se organizam de acordo com a faixa etária (adulto/ infanto-juvenil), com etiologia do transtorno mental (se decorrente do abuso de drogas ou não ) e com o tempo de atendimento (se 24h, se funciona fim de semana...) .
Referência:
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Saúde mental no SUS: os centros de atenção psicossocial / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. – Brasília: Ministério da Saúde, 2004.
A visita foi rápida e infelizmente um orientador do CAPS não compareceu o que prejudicou um pouco, porém pude me familiarizar com um Centro de Atendimento Psicossocial e aprender sobre sua função e funcionamento. Resumidamente, CAPS é uma porta, aberta ou com encaminhamento, que o SUS oferece aos usuários com transtornos mentais. Nele, há acompanhamento clínico e objetivo de reinserção social do paciente. São desenvolvidas atividades de lazer, trabalho, exercícios dos direitos civis. Uma abordagem bem diferente do que se tinha anteriormente. Foi comentado que os usuários participam de uma assembleia onde eles possuem o direito expor seus pontos de vista sobre os temas pautados nessa reunião e que há usuários bem articulados em suas posições o que me chamou atenção quando dito isso. Como dito, a visita foi breve devido à ausência de um orientador, o que privou a visita de mais detalhes sobre o CAPS.
Tiago Rodrigo Pereira de Freitas Nessa última visita não poderia deixar de inciar meu relatório com a temática sobre a luta "POR UMA SOCIEDADE SEM MANICÔMIOS", por entender que o Manicômio tem toda uma representação simbólica repressiva e cerceadora, discriminatória e estigmatizante, dos problemas psíquicos. O CAPS (Centro de Atendimento Psicossocial), vem trazer algo inovador sobre a melhor mandeira de tratar os pacintes mentais, numa abordagem não agressiva como eram tratados nos Hospitais Psiquiátricos. Essa visita me fez compreender um pouco sobre a sistemática do funcionamento dessa instituição. O CAPS é uma unidade que funciona por regime de portas abertas, cujo objetivo está destinada ao atendimento psiquiátrico mais humanizado que os antigos Hospitais Psiquiátricos. Pude perceber que além de dá o suporte clínico, ela também promove uma manutenção dos espaços democráticos, onde as questões do dia a dia possam ser debatidas entre os usuários e dirigentes em assembleia aberta, atividades/oficinas ocupacionais em buscando de integrar o doente mental ao meio social e familiar. O funcionamento dessa instituição basea-se no modelo da Unidade Básica de Saúde, ou seja, tem uma atuaçao territorial, que destina gratuitamente medicações e serviços ao doente, que tem algum transtorno mental. Há toda uma equipe multprofissional: médicos, enfermeiros, psicólogos, auxiliar de enfermagem, assistentes sociais, educador físico.O mais interessante do CAPS e que me chamou atenção foi a forma acolhedora fornecida pelo o serviço ao seu usuário, não o tratando incapacitante. Segundo essa abordagem o CAPS busca dar mais autonomia a esses pacientes, no tocante de não se sentirem isoladas ou mrginalizados. Houve momentos em que tivi duvida de quem eram os usários ou quem eram as ¨pessoas normais¨, mostrando uma boa oratária em seu discurso e orientados quando aos seus direitos. Críticas ao funcionamento e à propria estrutura: o Maior segurança para os usuários e funcionários para o bom funcionamento da instituição. o Poderia haver a presença de um médico plantonista. o O espaço físico maior e arejado, propocionando de melhor bem estar. o Maior integração familiar para que os usuários se sintam acolhidos pelos mesmos.
A visita foi de grande importância para visão de que o doente mental não é uma pessoal deslocada da realidade vivenciada.São apenas pessoas que necessitam ser cuidados e inseridas num contexto menos preconceitudos. Deve-se, portanto, ter uma visão abrangente da situação do donte mental, visto que associado a essa doença de base existem vários outro fatores associados que corroborarão ou que são consequências da alteração mental. Diante de tudo exposto, entre os pontos positivos e negativos, sair com a certeza de que os retrocessos relacionados ao tratamento da chamada doença mental que outrora aplicada, não terão mais espaço, visto o fortaçecimento da luta antimanicomial.
Os Loucos Há vários tipos de louco. O hitleriano, que barafusta. O solícito, que dirige o trânsito. O maníaco fala-só.
O idiota que se baba, explicado pelo psiquiatra gago. O legatário de outros, o que nos governa.
O depressivo que salva o mundo. Aqueles que o destroem.
E há sempre um (o mais intratável) que não desiste e escreve versos.
Não gosto destes loucos. (Torturados pela escuridão, pela morte?) Gosto desta velha senhora que ri, manso, pela rua, de felicidade.
António Osório, in 'A Ignorância da Morte'
Referências:
Referências: http://portal.saude.gov.br/portal/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=29797&janela Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. – Brasília: Ministério da Saúde, 2004 http://www.citador.pt/poemas/os-loucos-antonio-osorio
Suellen Rejane Lima Sá Visita ao CAPS Liberdade - 20/09/13
Um lugar não muito aconchegante, mas onde se vê uma mistura de alegria e exclusão - esta foi minha impressão do Caps. Infelizmente, a visita não foi ''devidamente'' realizada porque o responsável pelo local não estava. Mas o pouco que observamos foi impressionante. Conversamos, pouco, com dois usuários do local. São ex-moradores dos extintos manicômios, mas nem de longe parecem ''loucos'', são pessoas que conversam bem, defendem bem suas opiniões, e podem ser tranquilamente confundidas com qualquer funcionário do local. A conversa foi rápida, pois os mesmos iam a um passeio, organizado pelo Caps, que ocorre todas as sextas - cada semana para um local diferente - onde eles se distraem; para ir ao passeio, o usuário coloca seu nome numa lista, para demostrar interesse. Achei essa programação muito interessante, pois não condiciona aos usuários a apenas ficarem no Caps, com suas oficinas e reuniões, mas expandem seus horizontes, ajudam-nos a conhecer sua cidade - que muitas vezes nem nós a conhecemos direito. Haviam pacientes utilizando ospoucos leitos do local - a maioria deitada no chão, segundo uma funcionária, devido ao calor. São camas simples, quartos com janelas grandes, mas que passam uma sensação de tristeza a quem observa. Não vimos as salas das oficinas, consultórios e outras dependências que possam existir no local. À entrada, pessoas isoladas - cada uma no seu canto, talvez com sua crise - e um portão trancado, mostrando a exclusão que essas pessoas ainda são submetidas na sociedade. E uma senhora alegre e vaidosa, perguntando quem tinha um batom, creme ou qualquer outra coisa para se arrumar, me chamou a atençao, pois estando "em crise" ou não, não deixou de lado a essência de sua vaidade. Enfim, gostaria que a visita tivesse sido completa, mas o pouco que vi mudou o que eu pensava sobre os Caps, e reafirma que a luta anti-manicomial é necessária, pois o que estes pacientes precisam não é serem totalmente retirados da sociedade, mas serem cada vez mais re-incluídos nela.
Suyaluane Italla Amana Melo Visita ao CAPS “Liberdade” me 19/09/2013 O antigo modelo de assistência à saúde mental, baseado na exclusão do sujeito do convívio social com sua internação em hospitais psiquiátricos, mostrou sinais de esgotamento durante a década de 1970. Com movimentos de crítica a esse modelo surgiram documentos oficiais concernentes à uma Reforma da Atenção Psiquiátrica em plano mundial. Dentre eles, destaca-se no Brasil, a Lei 10.216, também conhecida como Lei da Reforma Psiquiátrica Brasileira (BRASIL, 2001). Tal lei defende o benefício à saúde, visando alcançar sua recuperação pela inserção da família no trabalho e na comunidade e enfatizando o uso de serviços comunitários em saúde mental e tratamento que visem à reinserção social de pessoas com transtorno mental (HIRDES, 2009). Em consonância com a política de Reforma Psiquiátrica, foram instituídos os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), regulamentados a partir da Portaria nº336/GM de 19 de fevereiro de 2002 (BRASIL, 2004). Estes têm valor estratégico para a Reforma Psiquiátrica Brasileira, pois o seu surgimento demonstrou a possibilidade de organização de uma rede substitutiva ao Hospital Psiquiátrico no país. São funções dos CAPS: • prestar atendimento clínico em regime de atenção diária, evitando as internações em hospitais psiquiátricos; • acolher e atender as pessoas com transtornos mentais graves e persistentes, procurando preservar e fortalecer os laços sociais do usuário em seu território; • promover a inserção social das pessoas com transtornos mentais por meio de ações intersetoriais; • regular a porta de entrada da rede de assistência em saúde mental na sua área de atuação; • dar suporte a atenção à saúde mental na rede básica; • organizar a rede de atenção às pessoas com transtornos mentais nos municípios; • articular estrategicamente a rede e a política de saúde mental num determinado território; • promover a reinserção social do indivíduo através do acesso ao trabalho, lazer, exercício dos direitos civis e fortalecimento dos laços familiares e comunitários. O CAPS visitado foi o “Liberdade”, situado no Bairro Siqueira Campos. No dia em que a visita foi realizada ocorria na instituição a Assembleia, na qual usuários e profissionais de saúde discutiam questões referentes ao local. Este CAPS atende usuários que são frequentadores regulares e outros que recebem atendimento por meio de consultas ambulatoriais e domiciliares. A equipe é multiprofissional, sendo composta por médicos, psicólogos, enfermeiros, técnicos em enfermagem, assistentes sociais e terapeutas ocupacionais O “carro-chefe” do serviço são as oficinas, que vão desde pintura, escultura e desenho, até atividades fora do espaço do CAPS, como passeios pelos parques e praias da cidade, de forma a estimular a autonomia, coordenação motora, discurso coerente e elaboração de ideias dos indivíduos.
Após assistir a assembléia dos usuários, foram fornecidas algumas informações sobre o funcionamento do CAPS. Eles são responsáveis por um território e prestam serviço 24h. Assim, caso um usuário esteja em momento de crise pode passar o dia e a noite lá sem que precise internamento. O Centro atua no sistema “porta aberta”, no qual os pacientes têm o direito e ir e vir quando acharem necessário O CAPS visitado aparenta demonstrar efetividade no tratamento proposto aliando acompanhamento clínico e cuidados de reinserção social dos usuários por meio dessas oficinas. A construção e reconstrução de laços familiares e comunitários, também é uma forte linha de trabalho. Assim, o CAPS Liberdade lança mão de estratégias para a inserção familiar, no processo de cuidado ao portador de deficiência mental, pois é reconhecido o valor da participação da família na assistência ao doente mental, para o alcance de melhor qualidade de vida do doente e da família (SPADINI, 2006; SCHRANK, 2008). A parceria com a família se constitui em estratégias de mobilização e comprometimento para o cuidado da pessoa que sofre psiquicamente, integrando CAPS, usuário e família. A vivência foi de extrema importância para nós no intuito de nos mostrar uma realidade em que a maioria não teve acesso durante o curso e fez com perdêssemos certos conceitos sobre os pacientes. E nos mostrou também a importância da integração do serviço de saúde para seu amplo funcionamento. Apesar de todas as dificuldades relacionadas ao sistema de saúde, acredito que esses profissionais do CAPS realmente se aproximam e lutam para atingir o objetivo da reforma psiquiátrica e da estratégia da Atenção Psicossocial que é tratar a saúde mental de forma adequada, oferecendo atendimento à população e promovendo a reinserção social dos usuários.
Brasil. Lei n. 10.216, de 6 de abril de 2001. Dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental. Brasília; 2001. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/LEIS_2001/L10216.htm
Brasil. Ministério da Saúde; Secretaria de Atenção à Saúde; Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Saúde Mental no SUS: os Centros de Atenção Psicossocial. Brasília; 2004.
Hirdes A. A reforma psiquiátrica no Brasil: uma (re)visão. Ciênc Saúde Coletiva. 2009; 14(1): p. 297-305 Schrank G, Olschowsky A. O Centro de Atenção Psicossocial e as estratégias para a inserção da família. Rev Esc Enferm USP. 2008; 42(1): p. 127-134.
Spadini LS, Souza MCBM. A doença mental sob o olhar de pacientes e familiares. Rev Esc Enferm USP. 2006; 40(1): p. 123-127.
Saúde Coletiva III Visita: 19/09/2013 Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) Luiz Eduardo da Silva Bezerra
A quarta e última visita da disciplina foi ao Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) Liberdade, situado no Bairro Siqueira Campos. Os Centros de Atenção Psicossocial são instituições criadas como fruto do Movimento da Reforma Psiquiátrica Brasileira que colocou em pauta a discussão sobre o modelo vigente de tratamento da saúde mental, fundamentado no modelo manicomial. Neste modelo o indivíduo era retirado do convívio social e o tratava como um verdadeiro prisioneiro, além de utilizar métodos bastante criticados para o tratamento, como o uso de eletroconvulsoterapia e de um vasto coquetel de medicamentos que se prestava mais a dopar o paciente do que a trazer melhorias. Os CAPS surgem como uma proposta diferenciada que visa tratar e, principalmente, ajudar o doente a lidar com seus transtornos de forma mais humana. O tratamento não se dá apenas pelo uso de medicamentos, mas por medidas que visam reintegrar o indivíduo ao convívio familiar e da comunidade, através da criação de oficinas para estimular habilidades, promover a reinserção social dos usuários pelo acesso ao trabalho, lazer, exercício dos direitos civis e fortalecer os laços familiares e comunitários. Dentro do programa de saúde mental existem as residências terapêuticas, criado para acolher usuários que passaram anos no manicômio e ao sair, não encontram suas famílias ou não são aceitos por elas. Nessas residências são agrupados um pequeno número de pacientes e alguns cuidadores que são responsáveis pela organização e administração do local. Os internos são assistidos no CAPS ou UBS de referência para aquele Bairro. No dia da visita aconteceu assembleia do CAPS, que foi muito enriquecedor para nós futuros médicos. A reunião era presidida por uma usuária do sistema, mesmo havendo a presença dos administradores daquele CAPS, uma forma de ofertar dignidade e autoestima para todos os pacientes. Na reunião todos podiam falar sobre qualquer assunto, estes divididos em informes e pautas. Foi nos dado a oportunidade de questiona-los e sermos questionados. O assunto mais polêmico foi quanto os manicômios, onde foi abordado o tratamento desumano que os internos recebiam, quando a higiene e as terapêuticas como o eletrochoque. Curiosamente, um dos assistidos foi funcionário da Clínica psiquiátrica Santa Maria, que existe até hoje, ele negou o uso indiscriminado do eletrochoque. Existem críticas a respeito da política que visa acabar por completo com os Hospitais psiquiátricos. Essas críticas surgem dos parentes dos portadores de transtornos graves e Associação de Psiquiatria. O Poeta Ferreira Gullar, pai de dois portadores de esquizofrenia, é um críticos da Lei 10.216/01, que regulamenta a reforma psiquiátrica no país. Para ele a lei apesar de bem intencionada não leva em consideração o impacto que uma pessoa em estado delirante causa no convívio familiar, causando risco pra si e outros membros da família. Ainda segundo o Poeta, “Essas pessoas não sabem o que é conviver com esquizofrênicos, que muitas vezes ameaçam se matar ou matar alguém. Elas têm a audácia de fingir que amam mais a meus filhos do que eu”. Associação Brasileira de Psiquiatria defende um modelo “intermediário”, com atendimento nos CAPS e nas residências terapêuticas, criação de leitos em hospitais gerais e manutenção de alguns hospitais psiquiátricos como instituições de referência. Creio que o caminho intermediário, que possa reunir o maior de interesses, seja a melhor solução para um problema de tamanha complexidade. (Argumento também usado para o vídeo Saúde Mental)
Inegavelmente o surgimento do SUS foi um avanço para a sociedade brasileira, mesmo com tantos problemas no acesso e qualidade, mas hoje a população tem o direito a saúde pública baseada nos princípios da universalidade, equidade, integralidade, hierarquização, participação popular e desencentralização política administrativa. Dentro das ações do SUS, analiso a Saúde Mental como o programa mais bem sucedido, pois extinguiu os manicômios e assim devolveu a “vida” aos pacientes psiquiátricos. No entanto, passa por um desafio imenso que é receber e tratar os dependentes químicos e as doenças mentais ditas modernas como depressão e ansiedade.
Relatório da vista ao CAPS III Liberdade – Rua Distrito Federal, bairro Siqueira Campos – 19/09/13
Mateus dos Santos Peixoto
A visita ao CAPS foi, para mim, sem dúvidas, a mais enriquecedora. Não desmerecendo as outras, que muito me acrescentaram conhecimentos aos quais muito provavelmente eu não teria acesso não fosse pelas visitas, mas o CPAS trouxe a mim o diferencial de atentar para alguns pontos sutis a respeito da vida das pessoas que o frequentam, em todos os seus âmbitos. O primeiro deles foi entender que não apenas pessoas que estivessem em crise, mas também os que têm suas patologias em controle (medicamentoso ou não) frequentam assiduamente as instalações do CAPS. Logo que cheguei tive a oportunidade de ver pessoas em condições tão boas – até melhores – do que muitas pessoas com quem lidamos no cotidiano e se recusam a procurar apoio. Dentro desse contexto, pude perceber a variedade de tipos sociais, étnicos, e de gênero. Diferentes personalidades, com as mais diversas histórias convivem de modo a trocar experiências – ainda que de forma inconsciente – e a promover melhoria na qualidade de vida de cada um. O ponto alto da visita foi presenciar a assembleia. Por mais que seja óbvio entender que eles são seres humanos e que, por isso mesmo, merecem e têm o direito de ser ouvidos, não é isso que ocorre diariamente, no convívio com a família e com a sociedade de um modo geral, apara a maioria deles. Nesse espaço, eles podem sugerir alterações nas atividades, reclamar do que não lhes agrada, divulgar eventos de que tenham ouvido falar, ou que organizem etc.. O que enriquece ainda mais essa prática é o fato de eles serem, realmente, ouvidos. Eles não são ignorados, e suas reclamações são recebidas com atenção, educação e paciência. Por isso mesmo, há uma relação de recíproco respeito entre os usuários e os funcionários. A grata surpresa que tive com essa visita mostrou-me, por fim, o quanto somos retrógrados no trato com a diferença em nosso cotidiano. Devemos trata-los como pessoas, como seres humanos, entendendo as limitações que os transtornos mentais lhe causam, do mesmo modo como o fazemos com um diabético, ou com um hipertenso, por exemplo. Afinal, não há lógica em criticar tanto os manicômios e maus tratos aos pacientes psiquiátricos, se em nós mesmo permanece o ranço do preconceito e do despreparo no trato dessas pessoas.
Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) tem como objetivos oferecer atendimento à população, realizar o acompanhamento clínico e a reinserção social dos usuários através do trabalho, lazer, exercício dos direitos civis e fortalecimento de seus laços familiares e comunitários. Apresentam valor estratégico na Reforma Psiquiátrica Brasileira, possibilitando a organização de uma rede substitutiva ao Hospital Psiquiátrico no país. Outras estratégias da reforma são as residências terapêuticas onde moram os usuários sem família, com o acompanhamento de cuidadores como enfermeiros; o Programa de Volta para Casa no qual as famílias são reunidas e recebem um benefício para poder cuidar do doente; e os hospitais teriam a função de somente atender os casos agudos, sem realizar internações duradouras. O CAPS é porta aberta para qualquer indivíduo da comunidade. O projeto terapêutico oferece, com a finalidade de reinserir os indivíduos na sociedade, oficinas de artesanato, educativas, de recreação e profissionalizantes; passeios a parques (Parque da Sementeira, Parque dos Cajueiros) e os usuários podem dar opiniões de onde desejam ir; e educação física. Nas quintas-feiras são realizadas as assembleias. Estas são administradas pelos próprios usuários, com a participação dos profissionais de saúde, e vários temas são discutidos (reportagens a respeito do CAPS, os roteiros dos passeios, o que pode melhorar, seus sentimentos, etc.). Nas sextas-feiras, os pacientes com transtornos graves são mais frequentes. Os profissionais de saúde (médicos, enfermeiros, psicólogos) são divididos em mini-equipes, cada uma responsável por um grupo de pacientes. O CAPS ainda apresenta leitos para os indivíduos durante as crises os quais necessitam de contenção química. Conhecer esse local é importante, principalmente, para demonstrar que indivíduos com transtornos mentais são capazes de realizar as tarefas cotidianas, expressam-se com bastante lucidez sobre vários assuntos e devem ser inseridos na sociedade, sem dar margem ao preconceito.
Relatório- Visita ao CAPS Aluna: Elizabeth Brasil Matos
A visita foi realizada ao CAPS Liberdade, no bairro Siqueira Campos, dia 19/09/2013. O Centro de Atenção Psicossocial – CAPS tem como objetivo oferecer atendimento à população, realizar o acompanhamento clínico e a reinserção social dos usuários pelo acesso ao trabalho, lazer, exercício dos direitos civis e fortalecimento dos laços familiares e comunitários. O CAPS, entre todos os dispositivos de atenção à saúde mental, tem valor estratégico para a Reforma Psiquiátrica Brasileira. Com a criação desses centros, possibilita-se a organização de uma rede substitutiva ao Hospital Psiquiátrico no país. Os CAPS são serviços de saúde municipais, abertos, comunitários que oferecem atendimento diário. O CAPS tem cobertura regional e em Aracaju possui nove CAPS. É função dos CAPS: prestar atendimento clínico em regime de atenção diária, evitando as internações em hospitais psiquiátricos; acolher e atender as pessoas com transtornos mentais graves e persistentes, procurando preservar e fortalecer os laços sociais do usuário em seu território; promover a inserção social das pessoas com transtornos mentais por meio de ações intersetoriais; regular a porta de entrada da rede de assistência em saúde mental na sua área de atuação; dar suporte a atenção à saúde mental na rede básica; organizar a rede de atenção às pessoas com transtornos mentais nos municípios; articular estrategicamente a rede e a política de saúde mental num determinado território. A visita ao CAPS Liberdade possibilitou acompanhar a assembleia entre profissionais e usuários. Nessa assembleia, todos podiam debater e expressar sua opinião sobre qualquer assunto e também levantar questionamentos que julgasse importante, reclamações e sugestões para o melhoramento do serviço. Quase 300 usuários frequentam o serviço que dispõe de atendimento médico psiquiátrico, enfermeiros, assistentes sociais e psicólogos. Segundo relatos dos usuários, o atendimento médico é bom e o aprazamento é feito de acordo a necessidade do usuário. O serviço disponibiliza ainda, de oficinas de caráter recreativo, trabalhos manuais de segunda à sexta. Durante a visita percebemos que os usuários discutem sobre questões políticas e sociais, são participativos, falam bem. Isso demonstra que o CAPS resgata a cidadania que estava perdida nos hospitais. O CAPS está em construção e possibilita autonomia, convida o usuário à responsabilização e ao protagonismo em toda a trajetória do seu tratamento. Os projetos desses serviços, muitas vezes, ultrapassam a própria estrutura física, em busca da rede de suporte social, potencializadora de suas ações, preocupando-se com o sujeito e a singularidade, sua história, sua cultura e sua vida cotidiana.
Referências Disponível em: https://portal.saude.gov.br/portal/saude. Acesso em 27/09/2013.
Asafe Nélson do Espírito Santo Pires Relatório da visita ao CAPS III Liberdade – R. Distrito Federal, Siqueira Campos – 19/09/13. A visita ao CAPS foi a mais interessante, pois foi possível ouvir e entender um pouco do seu funcionamento através dos próprios usuários. Na oportunidade, acompanhamos a assembléia realizada entre os usuários do serviço e os responsáveis pela organização das atividades e do funcionamento do CAPS. Pude perceber uma grande variedade de personalidades, algumas pessoas mais ativas, expondo suas opiniões, outras mais quietas, mas todas interessadas e atentas aos pontos de debates e atuando para atingir boas resoluções em cada uma das pautas. Importante observar que as opiniões de todos eram levadas em conta, e mesmo em alguns momentos de certa exaltação nas discussões, não havia nenhum excesso por parte dos organizadores para controlar os ânimos, pelo contrário, o ambiente era animado e todos pareceram ter boa proximidade. Dos pontos interessantes da assembléia, me chamou atenção a discussão sobre a pequeno número de familiares presentes nas atividades organizadas entre CAPS, usuários e parentes, fato importante, pois essas são pessoas que devem participar na atenção aos pacientes no momento em que estão fora do CAPS. Outro ponto, que eu desconhecia, é que o serviço do CAPS independe das outras estruturas do SUS, sendo um centro de porta aberta, que permite a permanência e trânsito de pacientes com diversos tipos de sintomas. Foi legal escutar a opinião dos presentes a respeito dos serviços manicomiais, e ter o relato de como eles eram tratados e as situações precárias que vivenciaram nesses locais, pontuando também a opinião de um usuário, que trabalhou em manicômio, que atualmente estes centros não mais se utilizam das medidas de grande freqüência de choques e punições aos internos. Os responsáveis informaram que no CAPS existem diversas atividades semanais, pensadas tanto para momentos de utilização de habilidades práticas, como de atividades interpessoais, informaram ainda que existe uma escala de profissionais que atendem os usuários em horários agendados e com acompanhamentos mensais, ou a depender da necessidade de cada paciente. Para mim, mais importante do que conhecer o funcionamento do CAPS, foi entender a situação em que se encontram os pacientes que necessitam de atenção psiquiátrica, e as necessidades que eles apresentam, além de suas possibilidades, expertises e conhecimentos prévios, que trouxeram grande enriquecimento para a atividade.
Referência: http://www.saude.se.gov.br/index.php?act=interna&secao=151. Acessado em 27/09/13, às 23:30h.
Alvandrey Souza Rolemberg SAUDE COLETIVA III RELATÓRIO VISITA 19/09/2013 CAPS- CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL O CAPS, centro de atendimento psicossocial, é uma instituição que funciona no regime portas aberta destinada ao atendimento psiquiátrico de uma forma mais humanizada. O serviço é composto por equipes multidisciplinares formadas por médicos, terapeutas ocupacionais, psicólogos e enfermeiros. Através desta visita presenciamos uma assembleia composta por: usuários, familiares e os funcionários. Na assembleia temas variados eram postos em pauta, sendo bem interessantes e importantes no cotidiano de tratamento dos usuários. Percebemos vários comportamentos bem diferentes e se discutia sobre questões políticas e sociais. Entre os temas debatidos o que mais me chamou atenção foi a luta antimanicomial. Os usuários demonstraram medo pelo passado de maus tratos, alegria pela melhora no sistema de cuidados com os doentes e consciência do preconceito que ainda existe. O CAPS tem o objetivo de substituir os manicômios, mas ainda não tem estrutura suficiente para tal. Nesse modo de tratamento, o paciente tem liberdade, autonomia e cidadania. Caso o usuário tenha algum surto, ele pode ficar internado nos leitos do CAPS se não conseguirem contê-lo, ele fica internado temporariamente em um Hospital Psiquiátrico. Mas, todas as ações são acompanhas por médicos ou terapeutas ocupacionais. A visita foi importante para avaliarmos um centro tão importante no seguimento psicossocial. Muitas vezes os profissionais da saúde desqualificam o discurso dos doentes mentais, contudo sabemos que são pacientes com uma grande incidência de co-morbidades e que devem ser avaliados minuciosamente, não só seu estado psíquico como também sua saúde física. http://portal.saude.gov.br/portal/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=29797&janela http://pref-aracaju.jusbrasil.com.br/politica/6398864/caps-liberdade-comemora-oito-anos-de-servico Saúde mental no SUS: os centros de atenção psicossocial / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. – Brasília: Ministério da Saúde, 2004. http://portal.saude.gov.br/portal/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=29797&janel
Saulo Henrique Lima de Menezes Silva. Visita ao CAPS.
A visita ao Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) foi bem diferente do que eu imaginava. Tenho certeza que a maioria das pessoas não tem noção de como ele está organizado, e do bem que proporciona aos pacientes com transtornos psíquicos. Antigamente, o tratamento que se dava aos pacientes com esses distúrbios psíquicos, era mais um forma de exclusão da sociedade do que o objetivo de cuidar. O CAPS tem uma política totalmente diferente dessa, visto que é não é uma internação, é um acolhimento, em que o paciente fica durante o dia, mas pode se manter em contato com a família, ter um convívio social quando está fora dele, diferente do que ocorria antes, quando o que ocorria era a exclusão social.
No CAPS ocorrem diversas atividades semanais, e durante a nossa visita, era dia de assembleia, um momento em que todos se reúnem, rezam, colocam informes, dão sugestões, opinam sobre o que está ocorrendo no mundo, ou no próprio CAPS, defendem seus direitos, etc. O mais impressionante foi notar o grau de desenvoltura com que alguns dos participantes tratavam alguns assuntos, do poder crítico sobre o que estava ocorrendo ao redor, mesmo sendo portador de distúrbios psíquicos. A assembleia era mediada por três profissionais, psicólogo, enfermeira e assistente social, que além de trazer informes, organizavam o debate, discutiam as melhorias que poderiam ser feitas no próprio CAPS, e mostravam o que os usuários poderiam fazer para melhorá-lo em algum aspecto, onde poderiam correr atrás dos seus direitos. O que me chamou atenção nesse ponto, foi a autonomia que eles dão aos usuários, que apesar de terem distúrbios, poderiam se reunir e ir atrás daquilo que estavam reivindicando, mostrando que apesar de tudo, eles poderiam ter independência.
Outro ponto que me chamou atenção foi quando se colocou em pauta a questão dos manicômios. Admito que fiquei receoso nesse momento, visto que pensava que esse assunto não seria tratados por eles de forma tão aberta. Mas pelo contrário, eles reconheceram a forma ruim como eram tratados antes, e de toda a melhoria que eles tiveram na vida com esse novo modelo de assistência, que não precisam ficar mais presos, longe da família e do convívio social.
Por fim, a visita ao CAPS foi bem enriquecedora, conheci situações nunca vistas antes, tirei o estereótipo de pacientes com distúrbios mentais, do paciente “louco”, do paciente limitado, das minhas concepções. O que vi foram pessoas, que apesar dos problemas, poderiam viver normalmente dentro da sociedade, que tinham senso crítico, que poderiam ser independentes em muitos aspectos e que se respeitavam.
O CAPS veio para mudar toda uma história de preconceito e exclusão daqueles que apresentam alterações psíquicas. Nos séculos passados, quando ainda não havia controle de saúde mental, a loucura era uma questão privada, onde as famílias eram responsáveis por seus membros portadores de transtorno mental. Os loucos eram livres para circulação nos campos, mas nem tudo eram flores. Eles também eram alvo de chacotas, zombarias e escárnio público. Com o passar dos anos, começou então a discussão e luta pela implantação de serviços de saúde mental no Brasil. Foi aí então que surgiram as primeiras instituições, no ano de 1841 na cidade do Rio de Janeiro, que era um abrigo provisório, e logo após surgiram outras instituições como hospícios e casas de saúde. Os maus tratos e descasos humanos nestes lugares variavam de acordo com as instituições. Há relatos de pacientes presos em cela, isolados do mundo e dos outros internos, fortes medicamentos para dopagem; impedimento de recebimento de visitas; maus tratos físicos e até choques elétricos (alguns casos foram relatados, por sinal, por alguns usuários do CAPS Siqueira Campos, os quais comentaram suas tristes recordações dos manicômios) . Foi nesse contexto de exclusão dos loucos que surgiu a luta antimanicomial. Com o passar do tempo e com a consolidação da luta contra os hospícios, o desenvolvimento de um atendimento clínico na atenção diária sem internações hospitalares se fez necessário. Assim, surgem os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) em todo o Brasil. Os CAPSs surgiram com o intuito de oferecer atendimento à população, realizar o acompanhamento clínico e a reinserção social dos usuários pelo acesso ao trabalho, lazer, exercício dos direitos civis e fortalecimento dos laços familiares e comunitários. São suas funções: prestar atendimento clínico em regime de atenção diária, evitando as internações em hospitais psiquiátricos; acolher e atender as pessoas com transtornos mentais graves e persistentes, procurando preservar e fortalecer os laços sociais do usuário em seu território; promover a inserção social das pessoas com transtornos mentais por meio de ações Inter setoriais; regular a porta de entrada da rede de assistência em saúde mental na sua área de atuação; dar suporte a atenção à saúde mental na rede básica;- organizar a rede de atenção às pessoas com transtornos mentais nos municípios; articular estrategicamente a rede e a política de saúde mental num determinado território; promover a reinserção social do indivíduo através do acesso ao trabalho, lazer, exercício dos direitos civis e fortalecimento dos laços familiares e comunitários.
A visita (a melhor e mais interessantes de todas) nos fez perceber a naturalidade com que os usuários são tratados. Lá eles têm acesso à interação com funcionários e com demais internos; participam de atividades recreativas em grupo ; têm direito a atendimento multidisciplinar; participam de assembleias de usuários – por sinal nós acompanhamos uma em nossa visita – , nas quais eles têm a probabilidade de expor suas angústias, reclamações e sugestões. Enfim, eles são e sentem-se verdadeiros cidadãos no CAPS. Como em outas visitas, surpreendi-me com a organização e elaboração caprichosa para o desenvolvimento desses serviços prestados pela saúde pública. Enfim, apesar de continuar não morrendo de amores por saúde coletiva, a disciplina certamente me fez olhar a saúde pública com outros olhos; de forma mais respeitosa e admirável.
ps.: Professora, soube q comentou de suspeitas de q eu não gosto de você. kkkk Confesso que no início achava a matéria bem chatinha e isso contribuiu p que achasse aquilo de mim. Ainda que ache que o SUS esteja longe de ser tudo aquilo que é propagado pelos governantes, mudei minha visão a respeito da saúde pública. Muito se faz para oferecer um atendimento de qualidade à população. Isso realmente acontece. Enfim, chegando onde eu queria.. passei a gostar de vc e admirar seu trabalho (Meu Deus, está parecendo bajulação. haha. Mas juro que não é!). De verdade.
Victor Antonio Santos Viana Visita ao CAPS Liberdade - Bairro Siqueira Campos
A visita ao CAPS mostrou, pelo menos para mim que não tinha a menor ideia de como funcionava, um pouco de como é feito o acompanhamento dos pacientes psiquiátricos, não apenas com relação a estrutura física, mas também outros aspectos, como o funcionamento da casa, e o mais interessante, ouvimos tudo dos próprios usuários. A visita foi realizada no dia em que ocorre a assembleia, uma reunião entre os usuários e alguns funcionários e foi bastante proveitoso por mostrar principalmente que os usuários são agentes ativos, ou seja, participam ativamente das discussões e expõem suas queixas, dúvidas e sugestões, dando vez para que todos pudessem participar, como por exemplo a sugestão para colchões e estipular um horário de descanso. O tratamento dos pacientes, seja de qualquer enfermidade, vai além das medicações. Posso agora dizer que o tratamento no CAPS funciona dessa forma, os pacientes recebem suas medicações de acordo com suas patologias e além disso são ouvidos, participam de oficinas e eventos, possuem na unidade um local não apenas de tratamento, mas de vivencia, de socialização, o que é muito bom principalmente se pensarmos que muitos dalí tiveram seus laços familiares rompidos.
Gislaynne Oliveira Bezerra Visita ao CAPS III Liberdade
Os CAPS são serviços de saúde abertos, comunitários, que oferecem atendimentos diários às pessoas com transtornos mentais severos e persistentes, realizando o acompanhamento clínico e a reinserção social destas pessoas através de ações intersetoriais que visam facilitar o acesso ao trabalho, lazer, exercício dos direitos civis e fortalecimento dos laços familiares e comunitários. O CAPS liberdade é classificado como CAPS III que são os que funcionam 24 horas com acolhimento noturno para o usuário que precisa passar um tempo a mais no serviço;e só é implantado em municípios com pelo menos 200 mil habitantes. Sergipe dispõe, atualmente de 3 CAPS III. O serviço prestado pela Rede de Atenção Psicossocial em Aracaju é referência no Brasil, sendo listada com listada como a capital com a melhor cobertura de atenção psicossocial do Brasil, juntamente com Vitória, no Espírito Santo. A visita ao CAPS nos mostrou as mudanças trazidas pelo processo da Reforma Psiquiátrica. Foi possível perceber como o tratamento psiquiátrico no Brasil ocorre de forma humanizada e sem retirar a liberdade e autonomia dos usuários da instituição. Para o (antigo) secretário municipal da Saúde, Silvio Santos, Aracaju tem seguido a linha da política nacional de tratamento de saúde mental que aconselha internamento apenas em casos extremos...“E nós estamos fazendo o nosso dever de casa. O tratamento de saúde mental deve ser no ambiente familiar, na comunidade onde a pessoa vive, próximo aos amigos e a sua história, e não trancado como antigamente. Estamos seguindo essa diretriz fazendo um processo de redução nos internamentos, conforme prevê a lei e tratando esses usuários de forma que eles sejam inseridos no convívio social e não isolados da comunidade”, afirma o secretário. No CAPS III são ofertados oficinas que vão de educação e saúde a pintura e serigrafia até a formação de grupos de adolescentes, mulheres e terceira idade. Bordado, música, sexualidade, canto, futebol, capoeira e tapeçaria são outras atividades desenvolvidas pelas equipes. Ele oferece também PTS que é o Projeto Terapêutico Individual do usuário, o qual procura ver a necessidade que cada usuário tem e a partir daí traçar uma agenda terapêutica e com essa agenda esse usuário vai começando a ser inserido na sociedade e vai criando autonomia de ir a um banco, de ir à biblioteca, autonomia de participar de eventos como workshop, ir ao cinema. Isso faz com que os pacientes sintam-se fortalecidos, enfrentem a sociedade e façam parte dessa sociedade que eles não eram inseridos antigamente. Para o coordenador da estratégia de Redução de Danos, Wagner Mendonça, o maior indicador de avanço é o fato de que nos últimos dois anos o número de internações dos pacientes de Aracaju em clínicas psiquiátricas diminuiu entre 30% e 35%.
A visita ao CAPS liberdade foi bastante interessante porque chegamos em um dia de assembleia entre os funcionários do CAPS e usuários. E uma coisa que eu não tinha ideia que ocorreria era a participação ativa dos usuários expondo suas críticas e sugestões. Percebi que o CAPS não é apenas um centro para tratamento medicamentoso, e sim, um centro de vivência onde cada usuário se sente a vontade, porque se sente compreendido e não excluído como ocorre com a maioria dos usuários na sociedade. O CAPS oferece amplo apoio aos usuários, além do atendimento médico – psiquiátrico, que é diferenciado de acordo com a patologia. Cada usuário é considerado único. O centro oferece oficinas diariamente, refeições. Realiza eventos com o objetivo de aproximar a família para entender o problema do usuário. O CAPS Liberdade tem cerca de 50 funcionários e faz, em média, 500 atendimentos mensais de pessoas a partir dos 18 anos. O CAPS Liberdade funciona 24 horas, pois tem acolhimento noturno. Atualmente cerca de 280 pessoas que sofrem de distúrbios psicóticos recebem assistência do Caps Liberdade. O centro coloca à disposição de seus usuários grupos de assistência psicológica e psiquiátrica e uma média de 20 oficinas de terapia ocupacional. O Caps conta com uma estrutura de oito leitos para acolhimento noturno e uma equipe diversificada de tratamento e assistência. Uma coisa interessante que foi dita na visita foi que é função dos CAPS evitar internações e/ou reinternações em hospitais psiquiátricos, regular a porta de entrada da rede de assistência em saúde mental na sua área de atuação e dar suporte à atenção à saúde mental na rede básica.
JOELMA VIEIRA SANTOS VISITA AO CAPS O CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) oferece atendimentos a indivíduos com transtornos psiquiátricos, esse atendimento é durante o dia inteiro e oferece inclusive a possibilidade de dormirem nesses ambientes. No Caps os pacientes têm direito a alimentação, consultas psiquiátricas ( duas por mês), participam de oficinas de artes que estimulam cognição e aprendizagem, atividades esportivas (futebol e caminhadas, por exemplo), além disso contam com ações de reinserção social e familiar. É válido ressaltar que essa forma de trabalho do caps vem contribuindo para uma mudança bastante positiva em relação à maneira pela qual os loucos eram tratados nos manicômios , no caps eles podem voltar para suas casas, para o convívio familiar e social e também contam com o apoio dos assistentes sociais e cuidadores. Durante a visita, participamos de uma assembleia realizada pelos internos e administradores, neste momento pude desmistificar a impressão que tinha sobre as limitações que acreditava que possuíam, pelo contrário muitos me mostraram bastante lucidez e potencialidades na oratória, inclusive percebi que por trás de cada paciente existe uma história de vida, um passado que nem sempre foi psiquiátrico, muitas dessas pessoas foram trabalhadoras e independentes e que por algum motivo estão naquela situação hoje; elas são merecedoras de todo o nosso respeito. Essas assembleias abrem portas para os internos exporem seus pontos de vistas sobre a administração do serviço, alimentação, assuntos internos e externos que sejam de interesse. Existe também um canal -ouvidoria do caps- em que podem se comunicar e expor elogios, reclamações e sugestões diretamente à secretaria municipal de saúde. Enfim, a visita ao caps foi enriquecedora, lá pude compreender que o limiar entre a loucura e sanidade e bastante estreito, a maneira pelos quais esses centros foram criados é um avanço na luta antimanicomial, lá existe respeito e a compreensão de que esses cidadãos não devem ser postos as margens da sociedade e sim que sejam dadas alternativas para lidarem com essa situação de maneira digna. Dessa forma a criação do caps representou além de tudo um divisor de águas na reforma psiquiátrica brasileira.
Rafaela Gomes dos Santos Visita ao CAPS Liberdade – 19/09/13
A Reforma Psiquiátrica tem como principal objetivo acabar com os maus tratos e com a exclusão das pessoas com algum distúrbio mental. Ela veio para garantir os direitos e o respeito de todos os usuários e assim fazê-los com que atuem na sociedade. Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) tem como objetivo oferecer atendimento à população, realizar o acompanhamento clínico e a reinserção social dos usuários pelo acesso ao trabalho e ao lazer, pelos seus direitos civis e ao fortalecer os laços familiares. O serviço do CAPS é porta aberta, independente do SUS o paciente da comunidade pode ser atendido diariamente sem antes passar por uma UBS. Além disso, o serviço prestado não é complementar ao hospital psiquiátrico, mas sim substitutivo. A visita ao CAPS Liberdade foi muito produtiva, pois no dia da visita estava acontecendo uma reunião entre os usuários e os organizadores daquele centro. Os pacientes tem a liberdade de expressar suas opiniões sobre todos os assuntos abordados na reunião, são eles quem informa sobre fatos que aconteceram durante a semana, todos podem falar. Há um setor de ouvidoria do CAPS o qual o paciente pode ir reclamar sobre qualquer coisa relacionada ao atendimento. Foi perguntado aos usuários o que eles achavam do atendimento médico no CAPS, eles informaram que ocorre com consulta agendada a cada dois meses e que o atendimento é ótimo. Os organizadores da reunião comentaram que no CAPS há vários tipos de oficinas para interação dos usuários, como oficinas de criação, recreativa, costura, esportiva, de expressão corporal e oficina com os familiares. Esta última ainda está um pouco parada pela falta de adesão familiar. Isso é triste, pois o serviço do CAPS também é aberto aos familiares, os quais podem se informar de tudo que acontece dentro do centro, como os usuários são tratados, nada é escondido para eles, diferentemente de quando havia o internamento compulsório nos manicômios, onde muitos pacientes nunca mais viram suas famílias. Há um programa chamado “De volta para casa” que estimula os pacientes internados antigamente nos manicômios a voltarem pra suas casas e seus familiares, porém, como falei antes, muitos pacientes quando internados deixaram de ter contato com suas famílias e assim não tinham para onde ir. Várias casas foram construídas para acolher esses pacientes, os quais vivem em liberdade e como uma verdadeira família. Uma parte muito importante da reunião foi quando um estudante de medicina perguntou aos usuários o que eles achavam sobre os manicômios e sobre o CAPS. Muitos afirmaram que os manicômios eram verdadeiros infernos, que viviam amarrados e levando choque, eram como presidiários, não podiam andar pelas ruas nem manter contato com ninguém fora dali. Outros negaram os choques, mas concordaram que pareciam presídios. No entanto, TODOS concordaram que o CAPS foi a melhor coisa que aconteceram com eles, que ali eles podem viver em liberdade e serem inseridos na sociedade novamente. Há o passe livre, no qual eles têm o direito de saírem para as ruas como qualquer outra pessoa tem.
É obvio que o CAPS mudou a vida dos usuários e mudou para melhor. Viver em liberdade é um direito de todos! Porém, como tudo na vida nada é perfeito. Ainda há falhas na estrutura do CAPS. O serviço não oferece acolhimento nos leitos pelo dia, apenas a noite ou para aqueles pacientes em fase de agudização. O CAPS não pode ficar com os pacientes em crise, eles devem ser encaminhados para os hospitais. Além disso, há ainda o preconceito da sociedade com relação às pessoas ditas como “loucas”, que acabam afastando-as sem dar ao menos uma chance. A forma de tratamento mudou, mas ainda é preciso mudar o conceito do que é normal para a sociedade.
Referências: 1. http://portal.saude.gov.br/portal/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=29797&janela Acessado em 27/09/13 às 19h30 2. http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/relatorio15_anos_caracas.pdf - Acessado em 27/09/13 às 20h45
Monallisa Lima Andrade Visita ao CAPS III Liberdade “Se a loucura conduz a todos um estado de cegueira onde todos se perdem, o louco, pelo contrário, lembra a cada um sua verdade; na comédia em que todos enganam aos outros e iludem a si próprios, ele é a comédia em segundo grau, o engano do engano.” Esse trecho retirado da obra História da Loucura de Michael Foucault ilustra a ilusão que temos a respeito de nossa lucidez. Desde o passado e até o presente a sociedade tenta se distanciar da loucura. Ela afasta os loucos do convívio social numa tentativa de negar a sua existência internando-os em manicômios. Com movimento antimanicomial no país, os hospitais psiquiátricos foram fechados, surgindo uma nova forma de cuidado com os portadores de alterações mentais: Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). Essas instituições oferecem atendimento diuturno a pacientes com transtornos mentais graves, tratamento clínico, reabilitação psicossocial, além de promoverem inclusão social e cidadania. A visita ao CAPS III Liberdade me aproximou do universo psiquiátrico. Assistimos a uma assembleia da qual faziam parte os usuários do serviço e os coordenadores. Inteiramos-nos a respeito da rotina do local, dos interesses dos usuários, da forma como são tratados os pacientes. Pudemos observar o comportamento dos pacientes, cada um com sua característica própria, uns eram calados, observadores, outros mais extrovertidos. Marcou-me muito uma senhora que estava em crise aguda. Ela era extrovertida, espontânea, criativa. Um rapaz se destacou pela sua sinceridade. Outra senhora que coordenou a assembleia foi bastante receptiva conosco, se importando com o nosso bem-estar. Havia liberdade e respeito mútuo. O local me passou a impressão de que os usuários estão sendo bem assistidos com cuidado e carinho. Apesar das faces de solidão e angústia de alguns, o ambiente era leve, livre para a expressão individual. Deve-se destacar também a receptividade tanto dos pacientes quanto dos coordenadores, os quais se mostraram bastante respeitosos e cuidadosos com os pacientes. Ademais, tanto os pacientes quanto os coordenadores se queixavam muito da ausência dos familiares nos eventos do CPS. Muitos usuários sentiam-se carentes do apoio familiar. Quando foi abordada a questão da luta antimanicomial durante a assembleia, percebi a mágoa a qual os pacientes sentem ao tocar no assunto. Muitos deles foram internados em hospitais psiquiátricos e sofreram maus tratos, choques elétricos. Porém, alguns não julgavam o hospital porque na época, o único tratamento que poderia ser oferecido era daquela forma. De forma geral, a visita, muito proveitosa, contribuiu bastante para minha formação médica e pessoal. Referências • FOUCAULT, Michel. A História da Loucura na Idade Clássica. 1997. São Paulo, Perspectiva. • http://www.rets.org.br/sites/default/files/2017-8050-1-PB.pdf
Eu não fazia ideia de como funcionava o caps até aquela quinta feira.Fomos em um dia especial o qual eles realizavam uma reunião para resolver problemas, queixas dentre outras finalidades.Fiquei surpreso com muitos usuários que aparentemente não apresentavam distúrbios mentais evidentes, discutiam, argumentavam.A paciência que os funcionários possuem, a maneira que eles dialogam com os usuários mostrou que, hoje, essas pessoas podem viver muito melhor que no passado.Lá eles possuem liberdade, atividades, diversas oficinas, não ficam presos.O atendimento médico é feito regularmente para tratar possíveis descompensações. Sentar junto com eles foi importante, no meu ponto de vista, para poder analisar suas interações e comportamentos.Eu esperava algo pior porém me surpreendi muito, fiquei feliz pois vi que as coisas realmente evoluíram e eles podem viver com dignidade, isso é ótimo para o tratamento.As discussões apresentadas na reunião foram de grande valia para entender suas aflições e anseios.Essas pessoas merecem o melhor tratamento, devem ser respeitadas e foi isso que vi naquele dia.Infelizmente não vi os dormitórios e as outras instalações para comentar. O mundo necessitou de uma evolução na maneira de lidar com essas pessoas e isso foi feito.Pude perceber que lá eles são bem tratados e são ouvidos, seja diretamente pelos gestores e na ouvidoria do órgão.Nossa presença não os incomodou, pelo contrário, cederam seu espaço sem nenhum problema.O CAPS liberdade está de parabéns.
Ana Letícia Leite Silva Visita ao Capes Liberdade – 20/09/2013
"Não é só a morte que iguala a gente. O crime, a doença e a loucura também acabam com as diferenças que a gente inventa." Lima Barreto
A visita foi rápida, um pouco tensa no início, mas após conversar com alguns usuários foi ficando mais tranquila. Infelizmente o orientador para esclarecer de como o serviço funciona não estava presente, mas deu pra perceber um pouco sobre o CAPS. Os usuários que conversamos eram ex internos dos extintos manicômios. A impressão que passou foi de loucos esclarecidoss e detentores de consciência dos seus direitos. O CAPS é porta aberta do SUS. Há acompanhamento clínico, psico e social, atividades de recreação, oficinas técnicas, assembléias de discussões dos direitos, melhorias do serviço e do espaço dos usuários e servidores. O objetivo da casa é oferecer além do tratamento clínico uma (re)inserção e integração ao ambiente social e familiar.
CLEDISON SANTOS RAMOS Visita ao CAPS Um centro de atenção psicossocial tem o objetivo de oferecer atendimento à população, realizar o acompanhamento clínico e a reinserção social dos usuários pelo acesso ao trabalho, lazer, exercício dos direitos civis e fortalecimento dos laços familiares e comunitários. Mesmo depois de passar pelas disciplinas psicologia geral, psicologia médica e introdução a psicopatologia, eu ainda não tinha visitado um centro de atenção psicossocial, o convívio, mesmo que por pouco tempo, com os usuários e funcionários do CAPS foi muito interessante, não só por ter sido meu primeiro contato, mas também por termos visitado o local exatamente no dia em que ocorreu uma assembléia. Foi possível avaliar, nesta assembléia, as diversas formas de participação dos usuários, alguns pacientes estavam tão calmos que era possível confundi-los com acompanhantes, enquanto outros não paravam de falar e agir de maneira incomum, comparando com o que é esperado pela grande maioria da sociedade. A parte mais importante e que me chamou mais atenção foi escutar a opinião dos usuários com relação ao movimento antimanicomial, vários deles tinham passado por alguma instituição de internamento desse tipo e relataram vários tipos de maus tratos. Como eu relatei no inicio deste relatório um CAPS visa fortalecimento dos laços familiares e comunitários de seus usuários, é obvio que isso não é possível em um manicômio.
A visita ao CAPS me fez ver de perto a evolução do sistema nosocomial. Hoje, a maioria dos pacientes ganhou liberdade e vive em sociedade, não sendo considerada um incômodo social que precisa ser afastada de todos, como antes. Vi lucidez em vários pacientes na Assembleia, em meio a obnubilações e questões mentais. Havia pensamento organizado em tempo, argumento e espaço, tendo a maioria consciência de suas limitações e dos direitos que tinha. Mostraram-se antenados com os fatos e informações sociais, souberam fazer reclamações sobre as falhas e tinham opinião sobre como o sistema nosocomial era antes, inclusive criticaram o atendimento médico. A gestão se mostrou paciente com frequentadores do CAPS, outro ponto positivo. Achei ótimas as atividades de oficina que eles têm, o que estimula o psíquico dos pacientes e o raciocínio de maneira diferenciada. Acredito que as atividades de oficina os ajudam muito na evolução do tratamento. Também não sabia que o governo tinha um sistema de acolhimento saudável e digno para esses pacientes. Só achei limitada a quantidade de leitos direcionada para os pacientes que descompensam. E se um número maior de pacientes descompensar num mesmo tempo como seria esse atendimento? Acredito que precário. Achei também os quartos escuros, uma boa recuperação não precisa ser necessariamente com repouso absoluto em quartos escuros e frios, acredito eu. Senti como se fosse ainda uma herança dos manicômios quando ficavam reclusos e eram maltratados. O acompanhamento que os assistentes sociais fazem, cobrando presença dos pacientes no centro quando começam a faltar muito, achei importante para melhor tratamento e melhor controle da doença. E o fato de existir uma Assembleia onde possam ser ouvidos me sensibilizou bastante. Grande parte da sociedade considerada lúcida não faz ideia organização de raciocínio que esses pacientes têm e apenas os rotulam “doentes mentais” ou se questionam o porquê de haver assembleia ou reuniões com pessoas “doentes”. Os atendimentos médicos são agendados e controlados para cada necessidade do paciente. Até as famílias podem ser proativas e podem participar das discussões, o que dá, em minha opinião, mais informações aos profissionais do Caps de como os pacientes são tratados em família. Sei que não existe sistema perfeito e ele já mudou muito para melhor, mas a estrutura física para os que descompensam deveria ser ampliada e melhorada com urgência. Percebi um pouco de hostilidade de uma funcionária que ficava na recepção em relação à paciente que se apresentou mais descompensada e isso me deu um questionamento, até quanto podemos dizer que não há maus-tratos como antes? Não sei, fiquei na dúvida e isso me angustia.
Letícia Rocha de Oliveira Visita ao CAPS III Liberdade – Siquera Campos A visita ao CAPS (Centro de Apoio Psicossocial) foi muito enriquecedora, pois tivemos a oportunidade de escutar também o usuário e não apenas os funcionários e só o fato deles poderem falar já nos mostra uma grande mudança no tratamento com o usuário que antes da Reforma Psiquiátrica eram tratados com descaso, sendo um personagem secundário, hoje, felizmente, não é assim, eles são tratados como personagens principais que tem vida social, trabalham, tem direitos e deveres. A nossa participação da Assembleia deles nos deu a oportunidade de mostrar essa grande mudança. Falando um do espaço físico, eles contam com um bom espaço, com sala de espera, leitos, consultórios com o intuito de acolher melhor o usuário. Esses leitos servem não para uma estadia constante, como os hospitais psiquiátricos, mas sim para um atendimento pontual, em caso agudização do transtorno. No consultório, ocorre as consultas marcadas com os psiquiatras, que ocorrem com uma frequência personalizada, isto é, os pacientes que precisam de um acompanhamento mais frequente, tem suas consultas marcadas em menor intervalo de tempo, já os pacientes que não necessitam de um acompanhamento tão frequente, esperam uma pouco mais. O CAPS conta com oficinas de caráter recreativo, grupal, esportivas, dentre outras, que acontece de segunda a sexta, tanto com os pacientes como os familiares, para que estes tenham a oportunidade de interagir mais com o serviço do CAPS. Mas, tanto os usuários como os funcionários relataram que existe, infelizmente, pouca aderência dos familiares o que acaba prejudicando o tratamento. Como serviço que deve substituir os hospitais psiquiátricos, o CAPS tem cumprido sua função, os usuários mostram-se bastante satisfeitos. O CAPS tem produzido autonomia para o usuário, mas apesar dessa grande evolução, eles reclamaram que sofrem muito preconceito da sociedade. A liberdade é a palavra chave para novo tratamento psiquiátrico, são todos os usuários livres e isso faz toda a diferença, pois eles estão resgatando a sua autonomia.
Historicamente, a Humanidade enfrenta dificuldades de lidar com pessoas “anormais”, os ditos “loucos”. Sem lugar na sociedade, essas pessoas vivem marginalizadas, sem direitos básicos como liberdade e convívio social. Um grande avanço no tratamento dessas pessoas se deu com a extinção dos manicômios. Agora, com a instituição dos CAPS, a situação melhorou ainda mais. Presenciar uma assembleia do CAPS foi marcante. Afastados, em sua maioria, do convívio social cotidiano, ali os portadores de problemas mentais têm garantido seu direito a voz. O CAPS fornece a essas pessoas não só tratamento mas também abrigo, inclusão, lazer e, principalmente, calor humano. Através de oficinas, acompanhamento multidisciplinar e interação interpessoal, os usuários do CAPS recuperam parte da sua cidadania perdida devido a sua condição. A visita foi uma experiência muito positiva. Pude observar os usuários interagindo entre si e com o corpo de funcionários, sendo por vezes até difícil identificar os portadores de problemas mentais das outras pessoas. Isso mostra que não só a inclusão é possível, como é extremamente necessária e saudável para ambos os lados. Todas as pessoas deveriam vivenciar aquele universo para quebrar paradigmas e preconceitos, sobretudo profissionais e futuros profissionais da saúde.
Minha visita ao CAPS não foi tão proveitosa quanto as outras, perdi um pouco da apresentação sobre a mesma e o responsável pela unidade que iria conversa conosco não compareceu. Mesmo assim não deixou de ser menos interessante, o CAPS oferece uma estrutura que não há oferta no sistema privado de saúde. Há uma miríade de casos que são atendidos lá, não há distinção entre classe social, credo ou raça. Todos lá presentes buscam sua estabilidade psiquica e a usufruir de poder se integrar a sociedade, coisa antes impossível da reforma manicomial. O CAPS Liberdade tem atendimento porta aberta dando acesso a atendimento ao cidadão com alterações psiquicas. Nele há o tratamento dos pacientes, há a terapia com oficinas, projetos de integração social com passeios, e discussões sobre as suas necessidades. A professora relatou que no dia anterior a nossa visita houve uma assembléia onde discutiu-se uma notícia falsa que desmoralizavam os usuários do serviço e o próprio serviço, afirmando que os usuários faziam uso de drogas livremente no CAPS. No relato dela, alguns alunos não conseguiram distinguir funcionário de usuário. Isso pra mim mostra que a reforma manicomial foi um grande avanço, possibilitando que pacientes que antes eram internados com incapazes tornem-se cidadãos ativos que em tratamento não percam o convívio social.
A visita ao Centro de Atenção Psicossocial foi a mais produtiva dentre todas as visitas. Vários paradigmas foram quebrados e vários pontos foram esclarecidos. Uma das principais coisas que me chocaram foi como não conseguia identificar, em alguns casos, quem era usuário e quem era profissional. Isso é importante em dois pontos: 1 - mostra a eficácia do trabalho desenvolvido pelo programa. 2 - diminui o preconceito sofrido. Outro ponto de muita importância foi uma discussão levantada sobre o antigo modelo psiquiatrica hospitalocentrico - manicomial. A grande maioria dos usuários que estavam presentes apresentaram opiniões totalmente contra os internamentos manicomias, uso de choque elétrico entre outras coisas. E apontavam para o CAPS como a salvação da vida deles. Agora estamos caminhando para um modelo em que o paciente com transtorno mental é tratado de forma humanitária. Isso só está acontecendo por que demos ouvido para os que mais entendem de loucura: OS LOUCOS! Ao termino da visita ao CAPS liberdade a primeira coisa que me apareceu em mente foi aquela história entre pais e filhos. Onde os pais, para ganhar o respeito e obediencia dos filhos, não precisam bater neles apenas amar, mostrar carinho e interesse. Foi isso que eu pude perceber na visita realizada durante a assembleia que eles fizeram. Todos pareciam apreciar o CAPS de algum modo.
LARISSA ALBUQUERQUE DE OLIVEIRA SILVA VISITA AO CAPS | 19 de setembro de 2013
Visitamos o CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) III Liberdade, localizado no Bairro Siqueira Campos, em um dia de assembleia semanal. Não conhecia, até então, muito do funcionamento dessas instituições. Ao chegar lá, me deparei com um lugar de fácil circulação, arejado, diferente da ideia que tenho de instituições psiquiátricas. Lá, fui recepcionada pelo caloroso bom dia de uma usuária, muito bem cuidada. Mais tarde, soubemos que ela vive em uma casa do Programa de Volta Para Casa. Logo começou a assembleia, que reúne os usuários e os técnicos do CAPS. Uma usuária voluntariou-se para ser a coordenadora da reunião, orientando-a juntamente com os técnicos, e foi feita uma oração inicial. No decorrer da reunião, os usuários tinham a oportunidade de, espontaneamente, dar seus “informes”, que incluíram notícias divulgadas em jornal, queixas e solicitações, conflitos pessoais e, no final, foi iniciada uma discussão bastante interessante sobre as diferenças de tratamento entre hospitais psiquiátricos e CAPS. Muitos daqueles usuários passaram por hospitais psiquiátricos e relataram suas experiências. Foi um momento muito importante, pois pudemos ouvir dos próprios pacientes o que eles vivenciaram naquelas instituições. De maneira geral, houve uma reação bastante contrária ao tratamento (ou não tratamento) que eles sofreram, queixando-se eles das humilhações, maus tratos e choques que lhes eram aplicados. Eles falaram, também, que muitas vezes a internação era uma forma de suas famílias livrarem-se deles. A questão da participação da família foi um tema inclusive abordado pelos técnicos do CAPS na reunião. Eles afirmaram que parentes de muitos usuários não frequentam a reunião com as famílias, o que dificulta uma ação conjunta dos centros e familiares em prol do bem-estar do usuário, levando-se em consideração que uma das funções dos CAPS é justamente promover a participação dos familiares e estimular a integração dos os usuários às famílias. A programação semanal do CAPS é bastante ampla, com atividades recreativas, terapêuticas e ocupacionais. São exemplos: oficinas de bijouteria, costura, pintura, atividades de expressão corporal e caminhadas. Além disso, eles recebem atendimento de psiquiatra em intervalos de tempo que variam de acordo com a situação do usuário ou quando estão em crises. Se precisarem de atendimento médico não psiquiátrico, são encaminhados para a UBS do bairro. Os usuários avaliaram muito bem a atenção que recebem no CAPS. Um relato que chamou a nossa atenção foi o de um usuário, depois confirmado por outros, de que, mesmo com todas as mudanças que ocorreram, persiste o preconceito contra os pacientes psiquiátricos, até mesmo por parte de seus familiares. A impressão que eu tive foi bastante diferente do que eu imaginava. Alguns usuários não aparentavam apresentar distúrbios psiquiátricos, despertando até dúvidas em nós estudantes se eles eram usuários do CAPS ou funcionários. Havia, no entanto, usuários descompensados, que discutiam e interrompiam a reunião freqüentemente. Foi uma visita muito importante, que me apresentou uma realidade pouco conhecida. Ouvir o ponto de vista dos usuários foi, sem dúvidas, o que mais acrescentou à minha formação pessoal e profissional futura. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Saúde mental no SUS: os centros de atenção psicossocial / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. – Brasília: Ministério da Saúde, 2004.
Renata Sousa de Santana Silva A última visita da disciplina foi ao CAPS Liberdade no bairro Siqueira Campos. Infelizmente fui na turma da sexta feira e não pudemos assistir à assembleia, que ocorre às quintas feiras. Porém pudemos ouvir alguns usuários do CAPS , eles nos falaram rapidamente sobre a luta anti-manicomial e como eram as residências terapêuticas. Fiquei impressionada com a maneira com que o paciente nos relatou o ponto de vista dele sobre a luta anti-manicomial, pois esses pacientes são rotulados como “doidos” que não sabem o que falam e o que vimos nesse paciente foi diferente. Aracaju tem uma boa cobertura de CAPS que são “porta aberta”, ou seja não precisa “marcar”, não passa pela regulação. E os CAPS possuem um projeto terapêutico singular onde cada paciente é tratado separadamente de acordo com as suas necessidades por uma equipe multidisciplinar. Além disso, os usuários do CAPS contam com diversas oficinas para reintegrá-lo a sociedade, participam de passeios ( pudemos ver, na nossa visita, os usuários saindo para um passeio para o parque dos cajueiros). Acredito que a visita foi bastante proveitosa, assim como todas as visitas da disciplina, pois pudemos ver o funcionamento do SUS na prática. Com certeza não é um sistema perfeito, porém muitos setores funcionam e podem funcionar bem.
Diani Elena Melo Costa
ResponderExcluirRelatório da vista ao CAPS III Liberdade – Rua Distrito Federal, bairro Siqueira Campos – 19/09/13
A visita ao CAPS foi uma forma muito eficaz de observar as mudanças trazidas pelo processo da Reforma Psiquiátrica. Foi possível perceber como se dá o tratamento aos pacientes psiquiátricos atualmente no Brasil, de forma humanizada e sem retirar a liberdade e autonomia dos usuários da instituição.
Durante a visita, participamos da Assembléia do CAPS, onde fica evidente a grande transformação que ocorreu com o surgimento dos Centros de Atenção Psicossocial. Segundo Fernando Tenorio, psicanalista, “os Caps (...) consistem em uma ampliação tanto da intensidade dos cuidados (todos os dias, o dia inteiro) quanto de sua diversidade (atividades e pessoas diversas etc.)”,e isso pode ser constatado durante a visita. Os usuários são acompanhados durante todo o dia, enquanto participam de oficinas recreativas, de trabalhos manuais e também atividades esportivas. São ofertadas também oficinas com os familiares dos pacientes. Além dessas atividades, o Caps Liberdade possui uma enfermaria para acolhimento noturno, já que se trata de um Caps III.
Alguns pacientes expuseram suas opiniões sobre o CAPS, reforma psiquiátrica e hospitais psiquiátricos. Predomina entre eles a idéia do Hospital psiquiátrico como local onde são usados tratamentos violentos e onde o usuário não possui liberdade. A forma como se organiza hoje os cuidados com a saúde mental, através do CAPS, foi elogiada.
Destaco também um ponto levantado durante a assembléia, e que considero muito importante: o preconceito. Acredito que o fim do preconceito é um objetivo essencial no processo de construção de um tratamento humanizado das doenças mentais.
Referências
http://www.saude.se.gov.br/index.php?act=interna&secao=151
TENÓRIO, F.: ‘A reforma psiquiátrica brasileira, da década de 1980 aos dias atuais: história e conceito’. História, Ciências, Saúde — Manguinhos, Rio de Janeiro, vol. 9(1):25-59, jan.-abr. 2002
Diani Elena Melo Costa
ResponderExcluirRelatório da vista ao CAPS III Liberdade – Rua Distrito Federal, bairro Siqueira Campos – 19/09/13
A visita ao CAPS foi uma forma muito eficaz de observar as mudanças trazidas pelo processo da Reforma Psiquiátrica. Foi possível perceber como se dá o tratamento aos pacientes psiquiátricos atualmente no Brasil, de forma humanizada e sem retirar a liberdade e autonomia dos usuários da instituição.
Durante a visita, participamos da Assembléia do CAPS, onde fica evidente a grande transformação que ocorreu com o surgimento dos Centros de Atenção Psicossocial. Segundo Fernando Tenorio, psicanalista, “os Caps (...) consistem em uma ampliação tanto da intensidade dos cuidados (todos os dias, o dia inteiro) quanto de sua diversidade (atividades e pessoas diversas etc.)”,e isso pode ser constatado durante a visita. Os usuários são acompanhados durante todo o dia, enquanto participam de oficinas recreativas, de trabalhos manuais e também atividades esportivas. São ofertadas também oficinas com os familiares dos pacientes. Além dessas atividades, o Caps Liberdade possui uma enfermaria para acolhimento noturno, já que se trata de um Caps III.
Alguns pacientes expuseram suas opiniões sobre o CAPS, reforma psiquiátrica e hospitais psiquiátricos. Predomina entre eles a idéia do Hospital psiquiátrico como local onde são usados tratamentos violentos e onde o usuário não possui liberdade. A forma como se organiza hoje os cuidados com a saúde mental, através do CAPS, foi elogiada.
Destaco também um ponto levantado durante a assembléia, e que considero muito importante: o preconceito. Acredito que o fim do preconceito é um objetivo essencial no processo de construção de um tratamento humanizado das doenças mentais.
Referências
http://www.saude.se.gov.br/index.php?act=interna&secao=151
TENÓRIO, F.: ‘A reforma psiquiátrica brasileira, da década de 1980 aos dias atuais: história e conceito’. História, Ciências, Saúde — Manguinhos, Rio de Janeiro, vol. 9(1):25-59, jan.-abr. 2002
Felipe Augusto Ribeiro Valadares
ResponderExcluirRelatório de visita ao CAPS Liberdade, Bairro Siqueira Campos, 19/09/2013
Um verdadeiro mundo de riquezas: riqueza de material humano. Como pudemos aprender!! Diversos indivíduos com traços físicos próprios, mas especialmente, com personalidades bastante distintas. Cada um com seu jeito, autêntico ou retraído, nos ensinou muito. Na minha opinião, a melhor visita da disciplina, pudemos fechar com chave de ouro. Além disso, foi a que mais mexeu comigo, pois confesso que estava dentro de mim com um misto de temor pelo desconhecido, ansiedade e curiosidade pelo fato de visitarmos um local que muitos acabam tachando de “casa dos doidinhos”
O Centro de Atenção Psicossocial , de fato, acolhe aquele que, por muitos anos, sempre foi alienado da sociedade. Quiçá ainda continua sendo, embora muito se tenha melhorado. O fato é que a criação dos CAPS representa um marco na Reforma Psiquiátrica Brasileira. Faz parte de uma política de saúde mental, fundamental no processo de luta antimanicomial. Esse serviço é chamado de porta aberta, pois o paciente com transtorno mental não precisa chegar a ele através de uma Unidade Básica de Saúde, nem sofrer regulação pelo NUCAAR. Possui cobertura regional e “oferece atendimentos diários às pessoas com transtornos mentais severos e persistentes, realizando o acompanhamento clínico e a reinserção social destas pessoas através de ações intersetoriais que visam facilitar o acesso ao trabalho, lazer, exercício dos direitos civis e fortalecimento dos laços familiares e comunitários” (3).
Com a nossa visita, pude reconhecer de fato, o quão importante foi a criação do CAPS para a Reforma Psiquiátrica Brasileira, que visou substituir o modelo hospitalocêntrico, baseado em internações em manicômios, realizados até a década de 80. Parafraseando os próprios usuários, o CAPS permitiu-lhes saírem do internamento e voltarem para suas casas, permitiu que resgatassem a sua cidadania. É válido salientar, contudo, que o Centro de Atenção Psicossocial é um serviço em transformação (veio para substituir os manicômios) e, por isso, não é perfeito. É claro que não é o único responsável pelo atendimento ao doente mental, devendo haver articulação com outros serviços de saúde. Os hospitais psiquiátricos, ao meu ver, ainda possuem alguma importância sim, como por exemplo, promover uma adequada contenção e tratamento daqueles pacientes agudizados (embora o CAPS também possa fazer). Os atuais hospitais psiquiátricos, embora herdados dos antigos manicômios, já possuem propostas terapêuticas diferentes das de antigamente.(continua)
Felipe Augusto Ribeiro Valadares
ResponderExcluir(continuação)Falando um pouco a respeito do funcionamento do Centro de Atenção Psicossocial, o paciente com transtorno mental, como citado anteriormente, pode chegar a ele de forma espontânea (serviço “porta aberta”). Lá, ele passa por uma triagem por um profissional, que monta com ele uma agenda de atividades que ele pode realizar dentro da instituição ( “oficinas”). Dentre essas oficinas, existem aquelas de caráter grupal (com participação da família, psicóloga), as de caráter manual (costura, bijuteria, artesanato), as de caráter esportivo (futebol, caminhada), e as de caráter recreativo (livres, que não requerem nenhuma habilidade específica). Além disso, cada usuário tem direito a consultas médicas a cada 2 meses, com médico psiquiatra, que avalia e trata a sua doença mental. Lembrar que o CAPS não oferece moradia para nenhum usuário; promove um acolhimento do paciente com transtorno mental e visa acima de tudo, dentre outros objetivos, promover a reinserção social daquele indivíduo. Existem aqueles usuários que moram em ONGs. Com o fim dos manicômios, muitos dos que ficaram internados por muito tempo, não sabiam notícias de suas famílias após a Reforma. Por isso, organizaram-se casas com cuidadores para acolherem esses indivíduos, proporcionando um ambiente mais salubre que aquele oferecido no manicômio. É bom salientar que nessas casas, os pacientes não ficam presos durante todo o dia: saem para o supermercado, para passeios, praia, piscina, parque etc e frequentam o CAPS 3 vezes por semana. O CAPS conta com uma equipe multidisciplinar formada por médico, enfermeira, psicólogo, assistente social, terapeuta ocupacional e “oficineiros”. Ainda existe um serviço de Ouvidoria no próprio CAPS que permite uma comunicação direta entre o usuário e a Secretaria de Saúde para possíveis críticas, elogios ou sugestões a respeito do serviço.
Durante a visita, pudemos participar de uma Assembleia do CAPS. A assembleia tem o objetivo de promover uma discussão, de forma pacífica e respeitosa, a respeito de aspectos do próprio serviço, mas também de assuntos externos que interessem aos usuários. Participam dela usuários e funcionários. Para a minha surpresa, não vi uma hierarquização na assembleia (como antes imaginava). Os funcionários do CAPS estão ali como organizadores da mesma, orientando os usuários para que ocorra da melhor forma possível. Me surpreendi também, pois eles escolhem um próprio usuário do serviço para coordenar a assembleia. Durante a mesma, pude observar o comportamento de vários indivíduos. Não como um observador capaz de definir diagnósticos, até porque não tenho capacidade para isso, mas pude observar diversas alterações de função psíquica estudadas por nós em Psicopatologia. O que me chamou atenção foi o fato de que, muitos daqueles pacientes estavam lúcidos, com pensamentos organizados e comentários pertinentes. Outros, por sua vez, se mostravam cabisbaixos, que me fez pensar em uma possível depressão ou efeitos colaterais de medicamentos. Havia aqueles mais participativos e outros mais retraídos, mas todos ali reunidos visando o melhoramento do serviço. Pude notar que uma mulher estava em crise, enquanto outro fazia comentários pertinentes, porém algumas vezes agressivos, mas que, ao meu ver, eram verdades absolutas (o louco era descrito, na Idade Média, como aquele que fala verdades que ninguém mais pode falar). (continua)
Felipe Augusto Ribeiro Valadares
ResponderExcluir(continuação)Reconheço, de fato, a importância do CAPS no processo de luta antimanicomial. Ouvi uma frase que mexeu muito comigo, citada por uma usuária durante a assembleia: “Deus deu liberdade a todos. O CAPS nos ajudou a recuperar essa liberdade: não nos prende, não nos acorrenta”. Pude então imaginar, com certo grau de pena e sofrimento interno, o quão duro seria viver dentro de um manicômio, um local insalubre, com profissionais agressivos, onde eram aplicados castigos físicos, como o choque elétrico. De fato, o ser que foi alienado por muito tempo, o “louco”, merece respeito. E, ao meu ver, o Centro de Atenção Psicossocial proporcionou o que eles mais precisam: o respeito. O processo de loucura cria uma desconstrução familiar: muitos desses usuários são abandonados ou renegados pelas suas famílias, sofrem preconceito de toda uma sociedade, que, embora se diga moderna, continua com a hipocrisia de excluir grupos minoritários ou com comportamentos desviantes da maioria da população. Um outro usuário comentou: “gostaria de saber da professora por que a universidade se mantém leiga a respeito do CAPS e da Reforma Psiquiátrica”. Isso também desperta uma série de reflexões. Nós, sociedade, ainda nos mantemos afastados dessa realidade. E quando falo em hipocrisia, também me refiro a nós, estudantes de Medicina. Nos dedicamos a um curso que visa a ajuda e doação ao próximo, mas pouco nos preocupamos, até esse momento do curso (e ainda até antes dessa visita) em lidar com aqueles com transtornos mentais. Pouco nos interessava conhecer os serviços de saúde mental ou seus usuários, que falo por mim, me causavam até certo receio em me aproximar. Muito válida foi a visita para que eu pudesse criar um visão crítica e desmistificar diversos pré-conceitos a respeito desse tema. É claro que o preconceito, na minha opinião, sempre vai existir, mas acho que nós, como estudantes de Medicina e futuros profissionais da saúde (aqueles que escolheram se “doar” ao outro) devemos iniciar essa “campanha” para que o doente mental possa ser reconhecido e respeitado dentro da sociedade.
Referências
1. http://www.saude.se.gov.br/index.php?act=interna&secao=151
2. http://pref-aracaju.jusbrasil.com.br/politica/6398864/caps-liberdade-comemora-oito-anos-de-servico
3. http://portal.saude.gov.br/portal/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=29797&janela
4. GONÇALVES, A.M. , SENA R.R.; A reforma psiquiátrica no Brasil: contextualização e reflexos sobre o cuidado com o doente mental na família. RevLatino-am Enfermagem 2001 março; 9 (2): 48-55.
5. HIRDES A. ; A reforma psiquiátrica no Brasil: uma (re)visão; Gravataí, Rio Grande do Sul, 2008
6. BEZERRA B.; Desafios da Reforma Psiquiátrica no Brasil; Rio de Janeiro, 2007
Diogo Fernando Bezerra Mota
ResponderExcluirA visita foi ao CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) Liberdade 24h - Rotariano Dr. Wilson Rocha, localizado no bairro Siqueira Campos em Aracaju. Os centros de atenção psicossocial são instituições que fornecem serviços de saúde às pessoas com transtornos mentais severos e persistentes, realizando o acompanhamento clínico e a reinserção social destas pessoas através do acesso ao trabalho, lazer, exercício dos direitos civis e fortalecimento dos laços familiares e sociais. Os CAPS foram criados como uma estratégia para a reforma psiquiátrica brasileira e através deles possibilitou-se a organização de uma rede substitutiva aos hospitais psiquiátricos no país. O serviço é composto por equipes multidisciplinares formadas por médicos, psicólogos, terapeutas ocupacionais e entre outros profissionais que realizam o atendimento de todos os usuários.
O horário da nossa visita coincidiu com a realização de uma assembleia entre os responsáveis pelo CAPS e grande parte dos usuários. Nessa reunião, qualquer um podia expressar sua opinião sobre o assunto que estivesse em debate e também levantar qualquer outra questão que julgasse importante. Durante a visita percebemos que há usuários que apresentam bastante lucidez, falam muito bem e ainda por cima discutem sobre questões políticas e sociais.
Há também a realização de oficinas que visam inserir os usuários em atividades cognitivas, como a música, no intuito de desenvolver a percepção, assimilação e aprendizagem. Além disso, é feita terapia individual com alguns, dependendo de sua condição, pois alguns usuários apresentam transtornos crônicos e apresentam dificuldade em participar de atividades em grupo. Existem ainda as residências terapêuticas, um programa criado para acolher usuários que passaram anos no manicômio e ao sair, não encontram suas famílias ou não são aceitos por elas. Eles residem nessas residências, no entanto a parte terapêutica é feita semanalmente no CAPS. Em virtude disso, constatamos que a criação do CAPS foi uma estratégia que deu certo, pois ao invés de manter o paciente em um ambiente fechado de um hospital psiquiátrico, onde muitas vezes sofria maus tratos, criou-se um ambiente mais apropriado para uma recuperação rápida e eficaz.
Por fim, é preciso compreender que a saúde mental em nosso país necessita de mais atenção, assim como maior repasse de recursos financeiros para seu custeio. É importante também que a população seja mais bem informada sobre os tratamentos existentes para transtornos mentais, para que o CAPS seja visto com outros olhos, e não, como um lugar de “loucos”.
Referências Bibliográficas
http://portal.saude.gov.br/portal/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=29797&janela
http://www.saude.se.gov.br/index.php?act=interna&secao=151
O CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) - Dr. Wilson Rocha, localizado no bairro Siqueira Campos em Aracaju. É responsável pelo serviço de saúde aos pacientes com transtornos mentais realizando o acompanhamento clínico promovendo inclusão como trabalho, lazer e estabelecendo vinculo familiares e sociais. Os CAPS foram criados como uma estratégia para de implementação de reforma psiquiátrica assim proposta por pinel que tanto almejava e através deles possibilitou-se a organização de uma rede de hospitais psiquiátricos no país. O serviço é composto por equipes multidisciplinares formadas por médicos, psicólogos, terapeutas ocupacionais .
ResponderExcluirNo horário da visita presenciamos uma assembléia com os responsáveis pelo CAPS e grande parte dos usuários. Na reunião, verificamos opiniões sobre vários assuntos que estivessem em debate e também levantar qualquer outra questão importante. Percebemos que havia usuários que apresentava comportamentos variados e discutia sobre questões políticas e sociais.
Havia realização de oficinas para inserir os usuários em atividades como música para desenvolver a percepção, assimilação e aprendizagem.Realiza terapia individual com determinados indivíduos a depender de sua condição, onde alguns usuários apresentam transtornos que impossibilitava de realizar atividades em grupo. Existe um programa criado para acolher usuários que passaram anos no manicômio e ao sair, não encontram suas famílias .Eles moram nessas residências, contudo a parte terapêutica é feita pelo CAPS. Visto isso a criação do CAPS é uma medida eficiente, pois ao invés de manter o paciente em ambiente fechado de um hospital psiquiátrico, onde na maioria das vezes sofria maus tratos, criou-se um ambiente mais adequado para sua rápida recuperação.Visto isso, é preciso estabelecer medidas que a saúde mental em nosso país requer de mais atenção, necessitando de maior repasse financeiros . É importante que a população seja informada sobre os tratamentos para transtornos mentais e o CAPS seja visto com bons olhos.
Referências:
http://portal.saude.gov.br/portal/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=29797&janela
http://pref-aracaju.jusbrasil.com.br/politica/6398864/caps-liberdade-comemora-oito-anos-de-servico.
Saco III
ResponderExcluirRelatório 4
Visita: 19/09/13
CAPS – Centro de Atenção Psicossocial
Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), entre todos os dispositivos de atenção à saúde mental, têm valor estratégico para a Reforma Psiquiátrica Brasileira. Com a criação desses centros, possibilita-se a organização de uma rede substitutiva ao Hospital Psiquiátrico no país. Os CAPS são serviços de saúde municipais, abertos, comunitários que oferecem atendimento diário.
Visitamos o CAPS do Siqueira Campos, R. Distrito Federal, 102, e pudemos participar de uma assembleia na qual usuários (em torno de 30) e profissionais (em número de 3) discutiram questões referentes ao local. Uma paciente se ofereceu para comandar a assembleia, que ficou organizada dessa forma: oração, informes, pauta e fechamento. Depois de rezarmos, o usuário ou profissional que tinha algum informe, manifestava-se. Por exemplo, um paciente comentou que os bancos declararam greve para o dia 19/09/13; e um profissional informou que no dia 18 de Outubro haverá evento na Casa da Rua da Cultura em homenagem ao Dia Mundial da Saúde Mental. Na parte da pauta, os usuários poderiam reclamar do que achasse necessário. Ouvimos sobre alimentação, local para o descanso, utilização do bebedouro, etc. O fechamento serve para que caso alguém deseje acrescentar algo à assembleia.
O CAPS do Siqueira atende cerca de 300 usuários e tem três equipes de funcionários. Cada equipe tem um médico e outro profissional e é responsável por um bairro. Durante a assembleia, quando questionados sobre o serviço médico, os usuários se mostraram bastante satisfeitos. O Centro atua no sistema “porta aberta”, no qual os pacientes têm o direito e ir e vir quando acharem necessário. Eles são estimulados a frequentar o local pelos eventos, como as oficinas que ocorrem de segunda a sexta-feira nas quais são distribuídos de acordo com a sua habilidade. Através do Setor de Ouvidoria, eles podem se comunicar com a Secretaria Municipal de Saúde e reclamar seus direitos.
Outro tema debatido na assembleia foi a luta antimanicomial. Os usuários demonstraram medo pelo passado de maus tratos, felicidade pela melhora no sistema de cuidados com os doentes e consciência do preconceito que ainda existe. O CAPS tem o objetivo de substituir os manicômios, mas ainda não tem estrutura suficiente para tal. Nesse modo de tratamento, o paciente tem liberdade, autonomia e cidadania. Caso o usuário tenha algum surto, ele pode ficar internado nos leitos do CAPS (em torno de três dias, a depender do quadro) ou, se não conseguirem contê-lo, ele fica internado temporariamente em um Hospital Psiquiátrico.
O que mais me surpreendeu durante a assembleia foi a desenvoltura dos usuários no momento de falar. Essa experiência foi construtiva no sentido de desmitificarmos a insegurança de atender a pacientes psiquiátricos. Podemos notar, também, o claro fortalecimento da luta antimanicomial.
Referências:
http://portal.saude.gov.br/portal/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=29797&janela
Volfanio Marinho Araújo Andrade
ResponderExcluirVisita ao CAPS
O CAPS (Centro de Atendimento Psicossocial) Liberdade no bairro Siqueira Campos, é uma instituição que funciona no regime de portas abertas destinada ao atendimento psiquiátrico de uma maneira menos enrijecida que os Hospitais Psiquiátricos, buscando integrar o doente mental ao meio social e familiar e a tratar o paciente de uma maneira mais holística; sem tratá-lo como um ser incapacitado, o CAPS busca dar mais autonomia a esses pacientes. Essa instituição funciona nos moldes da Unidade Básica de Saúde, tendo uma atuação territorial e também gratuidade da medicação e do serviço.
No seu corpo profissional encontramos médicos, psicólogos, assistentes sociais, enfermeiros, auxiliar de enfermagem, educador físico e terapeuta ocupacional. O Liberdade, trata 390 pacientes, alguns vão todos os dias a instituição e outros, quando não controlados, ficam acolhidos na instituição. Os que desfrutam de uma maior autonomia são monitorados com o objetivo da continuidade do tratamento.
Um aspecto negativo que pudemos notar na visita foi relativo à estrutura física da instituição, que contribui para uma imagem negativa que é dirigida a esse tipo de instituição e aos pacientes lá atendidos. Outro aspecto negativo foi relativo a segurança dos profissionais que lá trabalham, em sua maioria do sexo feminino, e que em casos de eventuais surtos ou brigas tem que interferir, o que pode ser desagradável, tendo em vista que alguns pacientes são agressivos. Outro fator que, ao menos para mim foi negativo, é o fato de não existir um médico psiquiatra de plantão todos os dias, inclusive aos finais de semana. Ao meu ver, é um profissional essencial, tendo em vista que quase todos os paciente são medicalizados e esse fator torna mister a presença de um médico para eventuais efeitos ou ausência dos mesmos. Para tentar minimizar esse aspecto, o SAMU e o hospital São José ficam sobreaviso para eventuais urgências.
Porém não só ficaram visões negativas, vimos pontos positivos nesse tipo de atendimento oferecido. Ressalto o quão fantástico deve ser para o paciente psiquiátrico não se sentir preso a uma instituição, ele vai ao CAPS se sentir necessidade ou se a família notar que ele precisa de um atendimento especializado. Lá, eles tem oficinas, recreações e assembleias, onde os profissionais não desqualificam seu discurso, mas sim, voltam uma especial atenção já que é necessária esse fluxo bidirecional entre os profissionais e os pacientes para a melhoria do serviço.
A visita foi importante para avaliarmos a nossa visão sobre esse tipo de serviço e paciente. Muitas vezes os profissionais da saúde desqualificam o discurso dos doentes mentais, contudo sabemos que são pacientes com uma grande incidência de co-morbidades e que devem ser avaliados minuciosamente.
Referências:
1- Ministério da Saúde- http://portal.saude.gov.br/portal/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=29797&janela acessado em 23/09/2013 as 20:54.
2-Secretária d o Estado da Saúde de Sergipe- http://www.saude.se.gov.br/index.php?act=interna&secao=151 acessado em 23/09/2013 as 20:58.
Volfanio Marinho Araújo Andrade
ResponderExcluirVisita ao CAPS
O CAPS (Centro de Atendimento Psicossocial) Liberdade no bairro Siqueira Campos, é uma instituição que funciona no regime de portas abertas destinada ao atendimento psiquiátrico de uma maneira menos enrijecida que os Hospitais Psiquiátricos, buscando integrar o doente mental ao meio social e familiar e a tratar o paciente de uma maneira mais holística; sem tratá-lo como um ser incapacitado, o CAPS busca dar mais autonomia a esses pacientes. Essa instituição funciona nos moldes da Unidade Básica de Saúde, tendo uma atuação territorial e também gratuidade da medicação e do serviço.
No seu corpo profissional encontramos médicos, psicólogos, assistentes sociais, enfermeiros, auxiliar de enfermagem, educador físico e terapeuta ocupacional. O Liberdade, trata 390 pacientes, alguns vão todos os dias a instituição e outros, quando não controlados, ficam acolhidos na instituição. Os que desfrutam de uma maior autonomia são monitorados com o objetivo da continuidade do tratamento.
Um aspecto negativo que pudemos notar na visita foi relativo à estrutura física da instituição, que contribui para uma imagem negativa que é dirigida a esse tipo de instituição e aos pacientes lá atendidos. Outro aspecto negativo foi relativo a segurança dos profissionais que lá trabalham, em sua maioria do sexo feminino, e que em casos de eventuais surtos ou brigas tem que interferir, o que pode ser desagradável, tendo em vista que alguns pacientes são agressivos. Outro fator que, ao menos para mim foi negativo, é o fato de não existir um médico psiquiatra de plantão todos os dias, inclusive aos finais de semana. Ao meu ver, é um profissional essencial, tendo em vista que quase todos os paciente são medicalizados e esse fator torna mister a presença de um médico para eventuais efeitos ou ausência dos mesmos. Para tentar minimizar esse aspecto, o SAMU e o hospital São José ficam sobreaviso para eventuais urgências.
Porém não só ficaram visões negativas, vimos pontos positivos nesse tipo de atendimento oferecido. Ressalto o quão fantástico deve ser para o paciente psiquiátrico não se sentir preso a uma instituição, ele vai ao CAPS se sentir necessidade ou se a família notar que ele precisa de um atendimento especializado. Lá, eles tem oficinas, recreações e assembleias, onde os profissionais não desqualificam seu discurso, mas sim, voltam uma especial atenção já que é necessária esse fluxo bidirecional entre os profissionais e os pacientes para a melhoria do serviço.
A visita foi importante para avaliarmos a nossa visão sobre esse tipo de serviço e paciente. Muitas vezes os profissionais da saúde desqualificam o discurso dos doentes mentais, contudo sabemos que são pacientes com uma grande incidência de co-morbidades e que devem ser avaliados minuciosamente.
Referências:
1- Ministério da Saúde- http://portal.saude.gov.br/portal/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=29797&janela acessado em 23/09/2013 as 20:54.
2-Secretária d o Estado da Saúde de Sergipe- http://www.saude.se.gov.br/index.php?act=interna&secao=151 acessado em 23/09/2013 as 20:58.
Daniel Vieira Fujishima
ResponderExcluirVisita ao CAPs Liberdade
A visita ao CAPS Liberdade deixa bem claro, pelo menos nesse “visitão” único, que o objetivo proposto com tais instituições tem caminhado para um bom serviço à sociedade, em especial para os pacientes com transtornos mentais. Por muito tempo esses cidadãos foram destratados e desprovidos de seus direitos básicos. Internados muitas vezes por longa data, chegavam a ter uma vida separada da sociedade, rodeada de muros e mal tratos. Hoje, com o caminhar da reforma psiquiátrica, ainda vemos muros, mas que não mais prendem e sufocam os pacientes psiquiátricos. Função dos muros? Apenas proteção da estrutura do CAPS... durante o período de funcionamento sequer vemos um cadeado trancado, uma porta trancada, um segurança no meio do caminho dos pacientes. O que presenciamos ao visitar o relatado CAPS, é tal como um posto de saúde qualquer, aberto, livre, um clima bom e a vontade. Aparentemente, respeito para com aqueles já muito feridos pelos tabus e ignorância da sociedade leiga de convívio com os pacientes. Presenciamos uma Assembleia na qual os pacientes se reúnem para interagirem, sob condução de psicólogos. Em nenhum momento utilizou-se de agressão, seja física ou verbal, para conter as atitudes e falas dos pacientes. Pelo contrário, os pacientes são motivados a falar, interagir, tanto entre eles mesmo, como com nós que os visitávamos e também obviamente com os psicólogos que os acompanham. Indagados quanto ao tratamento médico clínico, nenhum paciente falou mal do atendimento médico (exceto pelo fato de um dos pacientes psiquiátricos ter “reclamado” que o médico era feio). Enfim, foi apenas uma visita, mas pelo pouco que deu para ver (estrutura e o tratamento para com os pacientes) ouvir, e digamos, conviver, o CAPS Liberdade deixou uma ótima impressão de como realmente se deve cuidar de um paciente já debilitado moralmente as vezes. Fez jus ao nome “Liberdade”.
Textos (referências) utilizados como apoio:
http://portal.saude.gov.br/portal/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=29797
http://www.saude.se.gov.br/index.php?act=interna&secao=151
Áquila Talita Lima Santana
ResponderExcluirRelatório de visita ao CAPS
A visita foi realizada ao CAPS Liberdade localizado no bairro Siqueira Campos.Os CAPS constituem a principal estratégia do processo de reforma psiquiátrica. São instituições destinadas a acolher os pacientes com transtornos mentais, estimular sua integração social e familiar, apoiá-los em suas iniciativas de busca da autonomia, oferecer-lhes atendimento médico e psicológico. Sua característica principal é buscar integrá-los a um ambiente social e cultural concreto, designado como seu “território”, o espaço da cidade onde se desenvolve a vida quotidiana de usuários e familiares.
Os CAPS podem oferecer diferentes tipos de atividades terapêuticas. Esses recursos vão além do uso de consultas e de medicamentos, e caracterizam o que vem sendo denominado clínica ampliada. Psicoterapia individual ou em grupo, oficinas terapêuticas, atividades comunitárias, atividades artísticas, orientação e acompanhamento do uso de medicação, atendimento domiciliar e aos familiares são diversos tipos de atividades terapêuticas oferecidas aos usuários. Dessa forma, o CAPS pode articular cuidado clínico e programas de reabilitação psicossocial.
Muito ainda deve ser feito com o intuito de melhoria na assistência das pessoas assistidas pelos centros de assistência psicossocial, mas, a avaliação da história da saúde mental mostra o grande avanço que a saúde mental alcançou e motiva a buscarmos e lutarmos como futuros médicos por uma assistência baseados nos princípios de igualdade e equidade.
Saúde mental no SUS: os centros de atenção psicossocial / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. – Brasília: Ministério da Saúde, 2004.
JOSÉ ALVES DOS SANTOS NETO
ResponderExcluirVISITA AO CAPs
A visita do dia 19 do corrente mês foi o CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) Liberdade situada no bairro Siqueira campos na rua distrito federal. Para avaliarmos o modelo de tratamento devemos saber alguns princípios básicos que o CAPS deve seguir: devem criar uma recuperação terapêutica que possa resgatar pacientes muito desestruturados que não tenham acompanhamento, se responsabilizar pelo acolhimento dos portadores de transtornos mentais do seu território e incluir ações que envolvam os familiares (ainda que esses não participem plenamente das atividades), junto com projetos de inserção social. Com um atendimento prestado de 24h, o CAPS liberdade, presta serviço nos finais de semana e feriados, a presença de prestação de serviço se faz pela equipe de enfermagem. Existem lá, usuários de acolhimento noturno (usuários em crise, desajuste de medicação e comportamento), sendo equipado com oito leitos, sendo que estes usuários permanecem lá até obter a melhora, não tendo um tempo definido de estadia. A ferramenta usada atualmente pra essa integração e reabilitação social tem como foco principal proporcionar atendimento geral a essa população, realizando o acompanhamento clínico e a reintegração sócio-educacional dos pacientes por meio de atividades como trabalhos, oficinas, lazer e cultura. O tratamento é realizado por uma equipe multiprofissional interligada composta por médicos psiquiatras, enfermeiros, assistentes sociais e psicólogos. Acompanhamos uma assembleia, onde estavam presentes cerca de 50 usuários, três profissionais de saúde... Começaram com informativos, onde quem tivesse alguma informação estaria livre para expor, (vários usuários usou o espaço de maneira sensata e com muita credibilidade), em seguida formos para as pautas, onde todos tinham o direito de abordagem de reclamações, questionamentos e duvidas para o melhoramento do serviço do CAPS. A proposta de criação do Centro de Atenção Psicossocial vem de forma a impulsionar a reforma psiquiátrica, onde acredito que apesar de faltar muito ainda para um tratamento adequado do paciente com problemas mentais, essa iniciativa tem melhorado muito a vida dessas pessoas trazendo para o convívio social e familiar. Sendo esta visita uma das melhores visitas feitas na disciplina.•.
http://portal.saude.gov.br/portal/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=29797&janela
http://pref-aracaju.jusbrasil.com.br/politica/6398864/caps-liberdade-comemora-oito-anos-de-servico.
André Luiz da Costa Santos
ResponderExcluirvisita ao CAPS
Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), foram criados como uma estratégia de Reforma Psiquiátrica Brasileira. Através deles possibilitou-se a organização de uma rede substitutiva ao Hospital Psiquiátrico no país. Os CAPS são serviços de saúde municipais, abertos, comunitários que oferecem atendimento diário onde os pacientes acolhidos tem a possibilidade de interagir entre si, o que favorece uma melhor socialização. Seus principais objetivos são: prestar atendimento clínico diário, evitando as internações em hospitais psiquiátricos (manicômios); acolher e atender as pessoas com transtornos mentais graves e persistentes; promover a inserção social das pessoas com transtornos mentais por meio de ações intersetoriais; dar suporte a atenção à saúde mental na rede básica; organizar a rede de atenção às pessoas com transtornos mentais nos municípios; promover a reinserção social do indivíduo através do acesso ao trabalho, lazer, exercício dos direitos civis e fortalecimento dos laços familiares e comunitários.
O atendimento abrange pessoas com transtornos mentais moderados a grave onde há uma diversa oferta de tratamento terapêutico, por isso acabam abrangendo um público diferenciado com terapêutica variada. Para isso o Caps conta com uma equipe multidisciplinar: Psiquiatra, psicólogo, enfermeiros, terapeuta ocupacional e oficineiros.
O atendimento prestado lá é de 24h, sendo que nos finais de semana e feriados, a presença de prestação de serviço se faz pela equipe de enfermagem. Existem lá, usuários de acolhimento noturno ( usuários em crise, desajuste de medicação e comportamento), sendo que estes usuários permanecem lá até obter a melhora, não tendo um tempo definido de estadia.
O tratamento inclui oficinas que tentam inserir os usuários em atividades, como música, artes e confecção de bijuterias, além de diversas atividades. Dessa forma sentem-se mais inseridos, diminuindo as crises. Outra atividade realizada são assembléias semanais, onde os usuários têm a oportunidade de se expressarem e debaterem sobre assuntos atuais. Uma forma deles mostrarem que não são incapazes, que também tem opiniões e sabem pensar. E são nesses momentos que eles falam muito sobre o preconceito que enfrentam na sociedade.
O CAPS procura ainda trabalhar com as famílias dos pacientes, pois muitas famílias os negligenciam. A equipe procura fazer visitas domiciliares para avaliar o ambiente do usuário, o convívio com os seus familiares e acompanhar de perto sua evolução, procurando ter sempre um contato com a família e como anda o comportamento do paciente em casa. E ainda conversam com os mesmos para saber se eles tem idéia de sua situação ou de sua realidade.
Dessa forma, percebemos que a criação dos CAPS foi uma estratégia que deu certo, pois ao invés de manter a pessoa em um ambiente fechado de um hospital psiquiátrico, onde só recebiam medicações, criou-se um ambiente mais apropriado para sua recuperação, onde o usuário além de receber medicações, são também inseridos socialmente, conhecem a história de outras pessoas com os mesmos problemas e tem uma maior liberdade, facilitando e tornando ainda mais rápida sua recuperação. Ressalte-se assim, a importância de tratarmos essas pessoas como participantes do mundo social, proporcionando sua liberdade de direito e tentando compreendê-las de uma maneira menos discriminadora e mais acolhedora.
Referências
Saúde mental no SUS: os centros de atenção psicossocial / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. – Brasília: Ministério da Saúde, 2004.
http://portal.saude.gov.br/portal/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=29797&janela
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ResponderExcluirMarcos Vínícius de Mendonça Menezes,
ResponderExcluirVisita ao Caps;
No último dia 19 de setembro terminamos as visitas comparecendo ao Caps III (Centro de Apoio Psicosocial) situado no bairro Siqueira Campos cujo o objetivo foi conhecer mais de perto a rotina de uma unidade de saúde psicosocial e verificar, de fato,como seus pacientes são tratados, cuidados e consequentemente readequados a uma vida social da qual por motivos de saúde mental um dia já fizeram parte. Podemos notar realmente que o centro visitado obedece a todos os parâmetros de definição do que seria o Caps o qual deve buscar oferecer atendimento à população, realizar o acompanhamento clínico e a reinserção social dos usuários pelo acesso ao trabalho, lazer, exercício dos direitos civis e fortalecimento dos laços familiares e comunitários. O centro Liberdade oferece hoje, segundo informações de funcionários, atenção a mais de 300 pacientes os quais frequentam o espaço cotidianamente, podendo ficar la estabelecido até melhora do quadro de onde desfrutam de leitos com atendimento multidisciplinar formado por psiquiatras, psicólogos, enfermeiros,assistentes sociais, terapêutas ocupacionais e também oficineiros que prestam atividades como música, artes, confeções de bijoterias e muitas outras atividades que são realizadas em pelo menos dois dias na semana proporcionando uma maior interação entre os pacientes. Coincidentemente ao dia da visita tivemos acesso a um dia de" assembléia" onde cerca de 50 pacientes poderam trabalhar e expôr junto aos seus responsáveis os exercicios do direito civil como reinvidicar, contestar e propôr idéias relativas a melhoria do funcionamento do espaço. Poderam expôr, também, num momento de discursão suas opniões relativo as questões que levaram a desativação dos manicômios em substuição ao Caps como, por exemplo, as más condições de tramento pelos quais muitos deles passaram quando, ainda, frequentavam os manicômios.
No mais, a visita foi enriquecedora nos possibilitando a certeza de que atualmente os pacientes com problemas mentais estão cada vez mais tendo a possibilidade de reaver, quem sabe um dia, a sua reintegração através do CAPs ao convívio da sociedade.
Referêcias:
http://portal.saude.gov.br/portal/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=29797&janela
JOÃO CARLOS DA SILVA GOMES BEZERRA
ResponderExcluirRELATÓRIO: Visita ao CAPS LIBERDADE - Siqueira Campos - Aracaju SE
Assim como alguns colegas citaram, essa foi a visita mais aguardada e mais valiosa de todas. Após termos passado pela atenção básica, pela regulação e pelo Cemar, pusemos uma pausa na Disciplina (o conhecimento jamais se finda) em uma das instituições mais bem conceituadas de todo o Sistema Único de Saúde, mas que, infelizmente, permanece um tanto obscura para nós estudantes e, consequentemente, para a sociedade: o Centro de Atenção Psicossocial - CAPS. O brilhante escritor de nosso país, Lima Barreto, ao passar dois momentos de sua existência internado em um hospital psiquiátrico, presenteou com uma brilhante obra intitulada “O diário do Hospício". Nela, o autor evidencia a realidade daquelas instituições que, até bem pouco, estavam presentes em nosso meio. Ambientes grotescos, insalubres, repletos de seres humanos prisioneiros dos próprios cárceres (os ditos alienados e, porque não, também os cuidadores). L. Barreto, em um dos trechos, chega a indagar a cerca da hereditariedade da loucura e de um possível caráter contagioso da mesma. Contudo, a maior contribuição do autor para a saúde pública brasileira consistiu justamente na certeza a qual ele chega ao fim da obra: a de que a política de internação brasileira, apesar de ter sido criada com objetivo terapêutico e embasada nas teorias dominantes na Europa, atendia basicamente aos interesses de higienização urbana que vigoravam na capital do país. Após décadas de manutenção do regime de internamento para o tratamento da alienação, percebeu-se, a guisa do sofrimento de inúmeros “pacientes”, que essa não era a melhor tática a ser adotada.
Com a Declaração de Caracas (1990), houve o entendimento de que o foco do tratamento para as alterações da mente deveria ter seu foco voltado para a superação da exclusão em manicômios, tentando a reinserir esses indivíduos na sociedade. Contudo, é a partir do ano de 1996 que o Brasil adota a Reforma Psiquiátrica de forma ampla, plural e acolhedora, sendo regulamentada pelo CAPS.
O que mais me impressionou na visita foi a forma como os usuários do serviço são tratados pelos funcionários, e o modo como eles interagem entre si. Tivemos, por sorte, o privilégio de realizar a visita justamente no dia em que eles participariam de uma assembleia geral. Nesse evento, para minha surpresa, todos são ouvidos, todos têm a oportunidade de falar, indagar, questionar e, até mesmo aqueles que estão em uma crise deflagrada são ouvidos. Ou seja, o cidadão acompanhado pelo CAPS perdeu o título de paciente, e assumiu a postura de um indivíduo portador de relativa autonomia e poder decisão, até por que ninguém melhor do que o próprio portador do transtorno para saber qual a melhor conduta para ele.
JOÃO CARLOS DA SILVA GOMES BEZERRA (CONTINUAÇÃO)
ResponderExcluirOutro ponto marcante da visita ocorreu quando os usuários iniciaram suas reclamações, na assembleia. A queixa principal foi o distanciamento dos familiares em relação ao acompanhamento do seu parente. Apesar dos esforços do centro em tentar unir a família, através da promoção de palestras e confraternizações, percebe-se que boa parte dos “pacientes” permanece sendo vista como um peso para o seio familiar, não sendo disponível a eles a atenção de que necessitam.
Por fim, acredito que essa passagem pelo CAPS ajudou toda a turma a melhor compreender o funcionamento desse importante elemento do Sistema Único de Saúde, bem como permitiu o entendimento da política de auxílio aos portadores de doença mental no Brasil. Além disso, pudemos atrelar os conhecimentos sobre a história da “alienação” aprendidos em Psicologia Médica e Introdução a Psicopatologia ao estudo do funcionamento físico-prático do tratamento, adquirido em Saúde Coletiva III.
REFERÊNCIAS
1. 1 Page 2 Diário do Hospicio O Cemitério dos Vivos O volume ...
www.rio.rj.gov.br/dlstatic/10112/.../diario_hospicio_cemiterio_vivos.
http://portal.saude.gov.br/portal/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=29797&janela
http://www.saude.se.gov.br/index.php?act=interna&secao=151
JOÃO CARLOS DA SILVA GOMES BEZERRA
Visita ao CAPS (Centro de Atenção Psicossocial)
ResponderExcluirO CAPS Liberdade é classificado como CAPS III, funciona 24h e é implantado apenas em municípios com pelo menos 200 mil habitantes. É um serviço portas abertas, comunitário, que oferece atendimentos diários, no qual os usuários têm liberdade de ir e vir, sempre que acharem necessário. A estrutura conta com 8 leitos para acolher usuários que possam a vir descompensar e necessitem de uma atenção mais intervencionista. Esse CAPS possui cerca de 300 usuários cadastrados que são estimulados a frequentarem o local. Lá desenvolvem atividades lúdicas e esportivas, participam de oficinas recreativas e oficinas de trabalhos manuais, e reuniões.
Esses serviços são referência em Saúde Mental e têm como objetivo a transformação do ambiente e do tratamento dos hospitais psiquiátricos, por uma terapêutica ativa ou terapia ocupacional. Eles buscam evitar internações e/ou reinternações em hospitais psiquiátricos, mas ainda assim, oferecem um atendimento intensivo para os portadores de doença mental. São reguladores da porta de entrada da rede de assistência a saúde mental na sua área de atuação, e também, dão suporte à atenção à saúde mental na rede básica. Esse serviço articula-se às UBS, serviços de urgência/emergência, hospitais gerais e ambulatórios para atender as demandas como um todo.
Em uma nova filosofia antimanicomial, tentam quebrar estigmas e preconceitos no olhar e no tratar do paciente portador de transtorno mental. Assim, além do acompanhamento clínico, eles realizam a reinserção social desses pacientes, estimulando ações que visam facilitar o acesso ao trabalho, lazer, fortalecimento dos laços familiares e comunitários, e exercício dos direitos civis.
O Estado de Sergipe possui 20 CAPS I; 3 CAPS II; 3 CAPS III; 4 CAPS AD (que atendem dependentes químicos de álcool e drogas); e um CAPS i (para atendimento infanto-juvenil). E também, Residências Terapêuticas que visam a inserção na sociedade de pacientes com transtorno mental que permaneceram internados em manicômios por anos e perderam os vínculos familiares e sociais. Essas residências tentam resgatar a cidadania e a autonomia desses pacientes. As pessoas que estão nelas também participam das atividades desenvolvidas nos CAPS.
No dia da nossa visita, aconteceu a Assembleia em que os usuários se organizam para dar ideias, sugestões, formas de melhoria e mantinham-se informados. A Assembleia é presidida por um dos usuários e é dividida em oração, informes, pauta e fechamento. Pudemos notar a autonomia dos usuários, participantes ativos das discussões. Eles trazem pontos para discussão, fazem reclamações, dão sugestões de melhorias, conversam, desabafam. E o que mais chamou a atenção é como eles se respeitam, ouvem o outro, esperam a sua vez de falar e demonstraram uma paciência incrível a uma usuária que estava em episódio de descompensação de sua doença.
Foi uma visita enriquecedora, trouxe um despertar sobre a saúde mental e a função do SUS no tratar e lidar dos pacientes transtornos mentais, psicoses, neuroses graves. Poder ouvir desses pacientes suas experiências e opiniões, observar o convívio dentro do serviço serviu de reflexão para todos que participaram da visita. O quão importante e impar é o serviço prestado pelos CAPS, vai além do tratamento medicamentoso, é uma oportunidade de inserção na sociedade, é uma busca de autonomia e de integração familiar, é uma lição de tolerância, de como trabalhar com a diversidade e aprender com eles.
Referencias
http://www.saude.se.gov.br/index.php?act=interna&secao=151
http://portal.saude.gov.br/portal/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=29797&janela
Ronald Santos Gois da Silva
ResponderExcluirVisita ao CAPS Liberdade, Siqueira Campos
O Caps, Centro de atendimento psicossocial, em Sergipe conta com 25 centros. Os Caps são serviços de saúde abertos, comunitários, que oferecem atendimentos diários as pessoas com transtornos mentais severos e persistentes. No Caps liberdade, segundo informações dos próprios usuários, existe atendimento médico, o qual faz o atendimento pessoal a cada dois meses. Qualquer necessidade de um especialista, o médico responsável encaminha o pedido pelo SUS, afinal de contas o usuário do Caps também é usuário do SUS, um cidadão com direitos como qualquer outro.
A reinserção social destas pessoas através de ações intersetoriais que visam facilitar o acesso ao trabalho, lazer, exercício dos direitos civis e fortalecimento dos laços familiares e comunitários. Contudo eles ainda precisam de um apoio maior da família, pois muitos se encontram desassistidos pela própria família.
O dia da nossa visita, foi uma quinta feira, na qual os usuários juntos de alguns familiares e profissionais da saúde estavam em reunião (assembléia), onde varias pautas eram colocadas com vários desabafos e opiniões. Uma espécie de exercício para reintegrar o paciente a sociedade. Muito diferente do que acontecia nas décadas passadas, onde o “LOUCO” era preso e torturado.
É ainda função dos CAPS evitar internações e reinternações em hospitais psiquiátricos, regular a porta de entrada da rede de assistência em saúde mental na sua área de atuação e dar suporte à atenção à saúde mental na rede básica.
Referencias:
http://www.saude.se.gov.br/index.php?act=interna&secao=151
http://www.infonet.com.br/saude//ler.asp?id=148633
Alan Walerry Dos Santos
ResponderExcluirRelatório de Visita ao CAPS
A visita foi realizada no dia 19 de setembro, lá pude ter uma noção sobre funcionamento e objeto da Política de Atenção Psicossocial, realizada pelo CAPS, no qual eles atendem pessoas com diversos problemas psicossociais, como usuário de drogas(lícitas ou ilícitas) e portadores de transtornos mentais, sendo que estes são divididos em graus de doenças, os mais graves ficam internados lá e os menos graves podem ir para casa diariamente não precisando ficarem internados. Eles porém tem toda assistência médica psiquiátricas necessários para estimular sua autonomia, são oferecidas também oficinas de diversos tipos e de acordo com a característica de cada usuário. Isso tudo é feito para evitar que o usuário tenha recaídas e reaprenda a viver com suas limitações.
A vivência que tive lá foi boa, pois conseguir compreender o funcionamento e a maneira com que os usuário se comportam, e principalmente o respeito que eles tem uns com os outros. Tive a oportunidade de assistir a uma reunião e notar que o principal ponto foi a pouca participação dos familiares nas reuniões e eventos realizados pelo CAPS, onde houve muita crítica em relação a isso, tanto da parte dos usuários como dos administradores. Como também a lutas anti manicomial, no qual eles acham de grande importância o fechamento dos manicômios e defendem um tratamento diferente e com mais liberdade para os doentes. Acredito que o grande problema não são os manicômios, mas a forma de tratamento que ocorre lá, como também muitos familiares para livrar-se deles, outros por não entendimento não da doença acabam internando-os, acredito que antes de acabar com manicômios deveria conscientizar a população sobre a doença mental e tratar todos como seres humanos independente de raça sexo e religião, como esta escrito na constituição. De modo geral foi boa a visita, pois tive a oportunidade de repensar meus conceitos sobre os usuários do CAPS.
http://www.pol.org.br/lutaantimanicomial/index.cfm?pagina=apresentacao
http://www.fev.edu.br/graduacao/breve_historia_da_loucura_e_a_luta_antimanicomial-30-artigo.html
http://www.saude.se.gov.br/index.php?act=interna&secao=151
Ana Caroline Ferreira da Silva
ResponderExcluirDia: 19/09/2013
CAPS Liberdade
A visita foi bem agradável. Fomos recebidos muito bem e tivemos a oportunidade de presenciar a assembléia dos usuários. Infelizmente, não conhecemos os cômodos da instituição, mas esta parece ser grande numa visão geral.
Como já foi analisado nesse blog, as formas de tratamento na era manicomial constituíam-se de artifícios ilógicos para “cura” do paciente. Nesse contexto, os CAPSs foram instituídos numa tentativa de humanizar atendimentos em saúde mental, devolver ao cidadão portador de transtorno mental o seu direto e oferecer-lhe tratamento adequado. O primeiro Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) do Brasil foi inaugurado em março de 1986, na cidade de São Paulo e oficialmente a partir da Portaria GM 224/92.
Durante a visita foi possível observar a grau de desenvoltura e participação social dos usuários, que ao contrário do que muitos pensam, em sua maioria são bem articulados. Eles participam dos fóruns em saúde mental, têm representante que leva à frente os interesses deles na câmara municipal, por exemplo. Um fato interessante foi o questionamento de um usuário sobre a aprendizagem no curso de medicina sobre saúde mental e seus instrumentos inseridos em rede. Pude notar a preocupação em ter reconhecimento social e em adentrar diretamente na saúde desde o processo de formação de profissionais. Esse acontecimento soa como um alarme para nós a respeito da necessidade de conhecer a história da saúde mental e seus equipamentos para atuação e aprimoramento de atendimentos.
Importante destacar que os CAPSs fazem parte de uma rede, eles não estão isolados na saúde. Então esses mesmos usuários do CAPS são usuários também da USF, são serviços que se complementam e não se excluem. Há vários tipos de CAPS , que se organizam de acordo com a faixa etária (adulto/ infanto-juvenil), com etiologia do transtorno mental (se decorrente do abuso de drogas ou não ) e com o tempo de atendimento (se 24h, se funciona fim de semana...) .
Referência:
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Saúde mental no SUS: os centros de atenção psicossocial / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. – Brasília: Ministério da Saúde, 2004.
CAPS
ResponderExcluirCleverson Santos Ramos
A visita foi rápida e infelizmente um orientador do CAPS não compareceu o que prejudicou um pouco, porém pude me familiarizar com um Centro de Atendimento Psicossocial e aprender sobre sua função e funcionamento. Resumidamente, CAPS é uma porta, aberta ou com encaminhamento, que o SUS oferece aos usuários com transtornos mentais. Nele, há acompanhamento clínico e objetivo de reinserção social do paciente. São desenvolvidas atividades de lazer, trabalho, exercícios dos direitos civis. Uma abordagem bem diferente do que se tinha anteriormente.
Foi comentado que os usuários participam de uma assembleia onde eles possuem o direito expor seus pontos de vista sobre os temas pautados nessa reunião e que há usuários bem articulados em suas posições o que me chamou atenção quando dito isso. Como dito, a visita foi breve devido à ausência de um orientador, o que privou a visita de mais detalhes sobre o CAPS.
Tiago Rodrigo Pereira de Freitas
ResponderExcluirNessa última visita não poderia deixar de inciar meu relatório com a temática sobre a luta "POR UMA SOCIEDADE SEM MANICÔMIOS", por entender que o Manicômio tem toda uma representação simbólica repressiva e cerceadora, discriminatória e estigmatizante, dos problemas psíquicos. O CAPS (Centro de Atendimento Psicossocial), vem trazer algo inovador sobre a melhor mandeira de tratar os pacintes mentais, numa abordagem não agressiva como eram tratados nos Hospitais Psiquiátricos. Essa visita me fez compreender um pouco sobre a sistemática do funcionamento dessa instituição.
O CAPS é uma unidade que funciona por regime de portas abertas, cujo objetivo está destinada ao atendimento psiquiátrico mais humanizado que os antigos Hospitais Psiquiátricos. Pude perceber que além de dá o suporte clínico, ela também promove uma manutenção dos espaços democráticos, onde as questões do dia a dia possam ser debatidas entre os usuários e dirigentes em assembleia aberta, atividades/oficinas ocupacionais em buscando de integrar o doente mental ao meio social e familiar.
O funcionamento dessa instituição basea-se no modelo da Unidade Básica de Saúde, ou seja, tem uma atuaçao territorial, que destina gratuitamente medicações e serviços ao doente, que tem algum transtorno mental. Há toda uma equipe multprofissional: médicos, enfermeiros, psicólogos, auxiliar de enfermagem, assistentes sociais, educador físico.O mais interessante do CAPS e que me chamou atenção foi a forma acolhedora fornecida pelo o serviço ao seu usuário, não o tratando incapacitante. Segundo essa abordagem o CAPS busca dar mais autonomia a esses pacientes, no tocante de não se sentirem isoladas ou mrginalizados. Houve momentos em que tivi duvida de quem eram os usários ou quem eram as ¨pessoas normais¨, mostrando uma boa oratária em seu discurso e orientados quando aos seus direitos.
Críticas ao funcionamento e à propria estrutura:
o Maior segurança para os usuários e funcionários para o bom funcionamento da instituição.
o Poderia haver a presença de um médico plantonista.
o O espaço físico maior e arejado, propocionando de melhor bem estar.
o Maior integração familiar para que os usuários se sintam acolhidos pelos mesmos.
A visita foi de grande importância para visão de que o doente mental não é uma pessoal deslocada da realidade vivenciada.São apenas pessoas que necessitam ser cuidados e inseridas num contexto menos preconceitudos. Deve-se, portanto, ter uma visão abrangente da situação do donte mental, visto que associado a essa doença de base existem vários outro fatores associados que corroborarão ou que são consequências da alteração mental.
Diante de tudo exposto, entre os pontos positivos e negativos, sair com a certeza de que os retrocessos relacionados ao tratamento da chamada doença mental que outrora aplicada, não terão mais espaço, visto o fortaçecimento da luta antimanicomial.
Os Loucos
Há vários tipos de louco.
O hitleriano, que barafusta.
O solícito, que dirige o trânsito.
O maníaco fala-só.
O idiota que se baba,
explicado pelo psiquiatra gago.
O legatário de outros,
o que nos governa.
O depressivo que salva
o mundo. Aqueles que o destroem.
E há sempre um
(o mais intratável) que não desiste
e escreve versos.
Não gosto destes loucos.
(Torturados pela escuridão, pela morte?)
Gosto desta velha senhora
que ri, manso, pela rua, de felicidade.
António Osório, in 'A Ignorância da Morte'
Referências:
Referências:
http://portal.saude.gov.br/portal/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=29797&janela
Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. – Brasília: Ministério da Saúde, 2004
http://www.citador.pt/poemas/os-loucos-antonio-osorio
Suellen Rejane Lima Sá
ResponderExcluirVisita ao CAPS Liberdade - 20/09/13
Um lugar não muito aconchegante, mas onde se vê uma mistura de alegria e exclusão - esta foi minha impressão do Caps. Infelizmente, a visita não foi ''devidamente'' realizada porque o responsável pelo local não estava. Mas o pouco que observamos foi impressionante.
Conversamos, pouco, com dois usuários do local. São ex-moradores dos extintos manicômios, mas nem de longe parecem ''loucos'', são pessoas que conversam bem, defendem bem suas opiniões, e podem ser tranquilamente confundidas com qualquer funcionário do local. A conversa foi rápida, pois os mesmos iam a um passeio, organizado pelo Caps, que ocorre todas as sextas - cada semana para um local diferente - onde eles se distraem; para ir ao passeio, o usuário coloca seu nome numa lista, para demostrar interesse. Achei essa programação muito interessante, pois não condiciona aos usuários a apenas ficarem no Caps, com suas oficinas e reuniões, mas expandem seus horizontes, ajudam-nos a conhecer sua cidade - que muitas vezes nem nós a conhecemos direito.
Haviam pacientes utilizando ospoucos leitos do local - a maioria deitada no chão, segundo uma funcionária, devido ao calor. São camas simples, quartos com janelas grandes, mas que passam uma sensação de tristeza a quem observa.
Não vimos as salas das oficinas, consultórios e outras dependências que possam existir no local.
À entrada, pessoas isoladas - cada uma no seu canto, talvez com sua crise - e um portão trancado, mostrando a exclusão que essas pessoas ainda são submetidas na sociedade. E uma senhora alegre e vaidosa, perguntando quem tinha um batom, creme ou qualquer outra coisa para se arrumar, me chamou a atençao, pois estando "em crise" ou não, não deixou de lado a essência de sua vaidade.
Enfim, gostaria que a visita tivesse sido completa, mas o pouco que vi mudou o que eu pensava sobre os Caps, e reafirma que a luta anti-manicomial é necessária, pois o que estes pacientes precisam não é serem totalmente retirados da sociedade, mas serem cada vez mais re-incluídos nela.
Suyaluane Italla Amana Melo
ResponderExcluirVisita ao CAPS “Liberdade” me 19/09/2013
O antigo modelo de assistência à saúde mental, baseado na exclusão do sujeito do convívio social com sua internação em hospitais psiquiátricos, mostrou sinais de esgotamento durante a década de 1970. Com movimentos de crítica a esse modelo surgiram documentos oficiais concernentes à uma Reforma da Atenção Psiquiátrica em plano mundial. Dentre eles, destaca-se no Brasil, a Lei 10.216, também conhecida como Lei da Reforma Psiquiátrica Brasileira (BRASIL, 2001).
Tal lei defende o benefício à saúde, visando alcançar sua recuperação pela inserção da família no trabalho e na comunidade e enfatizando o uso de serviços comunitários em saúde mental e tratamento que visem à reinserção social de pessoas com transtorno mental (HIRDES, 2009). Em consonância com a política de Reforma Psiquiátrica, foram instituídos os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), regulamentados a partir da Portaria nº336/GM de 19 de fevereiro de 2002 (BRASIL, 2004). Estes têm valor estratégico para a Reforma Psiquiátrica Brasileira, pois o seu surgimento demonstrou a possibilidade de organização de uma rede substitutiva ao Hospital Psiquiátrico no país.
São funções dos CAPS:
• prestar atendimento clínico em regime de atenção diária, evitando as internações em hospitais psiquiátricos;
• acolher e atender as pessoas com transtornos mentais graves e persistentes, procurando preservar e fortalecer os laços sociais do usuário em seu território;
• promover a inserção social das pessoas com transtornos mentais por meio de ações intersetoriais;
• regular a porta de entrada da rede de assistência em saúde mental na sua área de atuação;
• dar suporte a atenção à saúde mental na rede básica;
• organizar a rede de atenção às pessoas com transtornos mentais nos municípios;
• articular estrategicamente a rede e a política de saúde mental num determinado território;
• promover a reinserção social do indivíduo através do acesso ao trabalho, lazer, exercício dos direitos civis e fortalecimento dos laços familiares e comunitários.
O CAPS visitado foi o “Liberdade”, situado no Bairro Siqueira Campos. No dia em que a visita foi realizada ocorria na instituição a Assembleia, na qual usuários e profissionais de saúde discutiam questões referentes ao local. Este CAPS atende usuários que são frequentadores regulares e outros que recebem atendimento por meio de consultas ambulatoriais e domiciliares. A equipe é multiprofissional, sendo composta por médicos, psicólogos, enfermeiros, técnicos em enfermagem, assistentes sociais e terapeutas ocupacionais O “carro-chefe” do serviço são as oficinas, que vão desde pintura, escultura e desenho, até atividades fora do espaço do CAPS, como passeios pelos parques e praias da cidade, de forma a estimular a autonomia, coordenação motora, discurso coerente e elaboração de ideias dos indivíduos.
Suyaluane Italla Amana Melo (Continuação)
ResponderExcluirApós assistir a assembléia dos usuários, foram fornecidas algumas informações sobre o funcionamento do CAPS. Eles são responsáveis por um território e prestam serviço 24h. Assim, caso um usuário esteja em momento de crise pode passar o dia e a noite lá sem que precise internamento. O Centro atua no sistema “porta aberta”, no qual os pacientes têm o direito e ir e vir quando acharem necessário
O CAPS visitado aparenta demonstrar efetividade no tratamento proposto aliando acompanhamento clínico e cuidados de reinserção social dos usuários por meio dessas oficinas. A construção e reconstrução de laços familiares e comunitários, também é uma forte linha de trabalho. Assim, o CAPS Liberdade lança mão de estratégias para a inserção familiar, no processo de cuidado ao portador de deficiência mental, pois é reconhecido o valor da participação da família na assistência ao doente mental, para o alcance de melhor qualidade de vida do doente e da família (SPADINI, 2006; SCHRANK, 2008). A parceria com a família se constitui em estratégias de mobilização e comprometimento para o cuidado da pessoa que sofre psiquicamente, integrando CAPS, usuário e família.
A vivência foi de extrema importância para nós no intuito de nos mostrar uma realidade em que a maioria não teve acesso durante o curso e fez com perdêssemos certos conceitos sobre os pacientes. E nos mostrou também a importância da integração do serviço de saúde para seu amplo funcionamento. Apesar de todas as dificuldades relacionadas ao sistema de saúde, acredito que esses profissionais do CAPS realmente se aproximam e lutam para atingir o objetivo da reforma psiquiátrica e da estratégia da Atenção Psicossocial que é tratar a saúde mental de forma adequada, oferecendo atendimento à população e promovendo a reinserção social dos usuários.
Brasil. Lei n. 10.216, de 6 de abril de 2001. Dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental. Brasília; 2001. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/LEIS_2001/L10216.htm
Brasil. Ministério da Saúde; Secretaria de Atenção à Saúde; Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Saúde Mental no SUS: os Centros de Atenção Psicossocial. Brasília; 2004.
Hirdes A. A reforma psiquiátrica no Brasil: uma (re)visão. Ciênc Saúde Coletiva. 2009; 14(1): p. 297-305
Schrank G, Olschowsky A. O Centro de Atenção Psicossocial e as estratégias para a inserção da família. Rev Esc Enferm USP. 2008; 42(1): p. 127-134.
Spadini LS, Souza MCBM. A doença mental sob o olhar de pacientes e familiares. Rev Esc Enferm USP. 2006; 40(1): p. 123-127.
Saúde Coletiva III
ResponderExcluirVisita: 19/09/2013
Centro de Atenção Psicossocial (CAPS)
Luiz Eduardo da Silva Bezerra
A quarta e última visita da disciplina foi ao Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) Liberdade, situado no Bairro Siqueira Campos. Os Centros de Atenção Psicossocial são instituições criadas como fruto do Movimento da Reforma Psiquiátrica Brasileira que colocou em pauta a discussão sobre o modelo vigente de tratamento da saúde mental, fundamentado no modelo manicomial. Neste modelo o indivíduo era retirado do convívio social e o tratava como um verdadeiro prisioneiro, além de utilizar métodos bastante criticados para o tratamento, como o uso de eletroconvulsoterapia e de um vasto coquetel de medicamentos que se prestava mais a dopar o paciente do que a trazer melhorias.
Os CAPS surgem como uma proposta diferenciada que visa tratar e, principalmente, ajudar o doente a lidar com seus transtornos de forma mais humana. O tratamento não se dá apenas pelo uso de medicamentos, mas por medidas que visam reintegrar o indivíduo ao convívio familiar e da comunidade, através da criação de oficinas para estimular habilidades, promover a reinserção social dos usuários pelo acesso ao trabalho, lazer, exercício dos direitos civis e fortalecer os laços familiares e comunitários.
Dentro do programa de saúde mental existem as residências terapêuticas, criado para acolher usuários que passaram anos no manicômio e ao sair, não encontram suas famílias ou não são aceitos por elas. Nessas residências são agrupados um pequeno número de pacientes e alguns cuidadores que são responsáveis pela organização e administração do local. Os internos são assistidos no CAPS ou UBS de referência para aquele Bairro.
No dia da visita aconteceu assembleia do CAPS, que foi muito enriquecedor para nós futuros médicos. A reunião era presidida por uma usuária do sistema, mesmo havendo a presença dos administradores daquele CAPS, uma forma de ofertar dignidade e autoestima para todos os pacientes. Na reunião todos podiam falar sobre qualquer assunto, estes divididos em informes e pautas. Foi nos dado a oportunidade de questiona-los e sermos questionados. O assunto mais polêmico foi quanto os manicômios, onde foi abordado o tratamento desumano que os internos recebiam, quando a higiene e as terapêuticas como o eletrochoque. Curiosamente, um dos assistidos foi funcionário da Clínica psiquiátrica Santa Maria, que existe até hoje, ele negou o uso indiscriminado do eletrochoque.
Existem críticas a respeito da política que visa acabar por completo com os Hospitais psiquiátricos. Essas críticas surgem dos parentes dos portadores de transtornos graves e Associação de Psiquiatria. O Poeta Ferreira Gullar, pai de dois portadores de esquizofrenia, é um críticos da Lei 10.216/01, que regulamenta a reforma psiquiátrica no país. Para ele a lei apesar de bem intencionada não leva em consideração o impacto que uma pessoa em estado delirante causa no convívio familiar, causando risco pra si e outros membros da família. Ainda segundo o Poeta, “Essas pessoas não sabem o que é conviver com esquizofrênicos, que muitas vezes ameaçam se matar ou matar alguém. Elas têm a audácia de fingir que amam mais a meus filhos do que eu”. Associação Brasileira de Psiquiatria defende um modelo “intermediário”, com atendimento nos CAPS e nas residências terapêuticas, criação de leitos em hospitais gerais e manutenção de alguns hospitais psiquiátricos como instituições de referência. Creio que o caminho intermediário, que possa reunir o maior de interesses, seja a melhor solução para um problema de tamanha complexidade. (Argumento também usado para o vídeo Saúde Mental)
Inegavelmente o surgimento do SUS foi um avanço para a sociedade brasileira, mesmo com tantos problemas no acesso e qualidade, mas hoje a população tem o direito a saúde pública baseada nos princípios da universalidade, equidade, integralidade, hierarquização, participação popular e desencentralização política administrativa. Dentro das ações do SUS, analiso a Saúde Mental como o programa mais bem sucedido, pois extinguiu os manicômios e assim devolveu a “vida” aos pacientes psiquiátricos. No entanto, passa por um desafio imenso que é receber e tratar os dependentes químicos e as doenças mentais ditas modernas como depressão e ansiedade.
ResponderExcluirReferencial bibliográfico:
http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI75216-15257,00-DOI+INTERNAR+UM+FILHO+AS+VEZES+NAO+HA+OUTRO+JEITO.html
http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI75200-15257,00-NINGUEM+AGUENTA+UMA+PESSOA+BR+DELIRANTE+DENTRO+DE+CASA.html
http://www.sotirgs.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=7:lorem-ipsum&catid=1:noticias&Itemid=7
Relatório da vista ao CAPS III Liberdade – Rua Distrito Federal, bairro Siqueira Campos – 19/09/13
ResponderExcluirMateus dos Santos Peixoto
A visita ao CAPS foi, para mim, sem dúvidas, a mais enriquecedora. Não desmerecendo as outras, que muito me acrescentaram conhecimentos aos quais muito provavelmente eu não teria acesso não fosse pelas visitas, mas o CPAS trouxe a mim o diferencial de atentar para alguns pontos sutis a respeito da vida das pessoas que o frequentam, em todos os seus âmbitos.
O primeiro deles foi entender que não apenas pessoas que estivessem em crise, mas também os que têm suas patologias em controle (medicamentoso ou não) frequentam assiduamente as instalações do CAPS. Logo que cheguei tive a oportunidade de ver pessoas em condições tão boas – até melhores – do que muitas pessoas com quem lidamos no cotidiano e se recusam a procurar apoio.
Dentro desse contexto, pude perceber a variedade de tipos sociais, étnicos, e de gênero. Diferentes personalidades, com as mais diversas histórias convivem de modo a trocar experiências – ainda que de forma inconsciente – e a promover melhoria na qualidade de vida de cada um.
O ponto alto da visita foi presenciar a assembleia. Por mais que seja óbvio entender que eles são seres humanos e que, por isso mesmo, merecem e têm o direito de ser ouvidos, não é isso que ocorre diariamente, no convívio com a família e com a sociedade de um modo geral, apara a maioria deles. Nesse espaço, eles podem sugerir alterações nas atividades, reclamar do que não lhes agrada, divulgar eventos de que tenham ouvido falar, ou que organizem etc..
O que enriquece ainda mais essa prática é o fato de eles serem, realmente, ouvidos. Eles não são ignorados, e suas reclamações são recebidas com atenção, educação e paciência. Por isso mesmo, há uma relação de recíproco respeito entre os usuários e os funcionários.
A grata surpresa que tive com essa visita mostrou-me, por fim, o quanto somos retrógrados no trato com a diferença em nosso cotidiano. Devemos trata-los como pessoas, como seres humanos, entendendo as limitações que os transtornos mentais lhe causam, do mesmo modo como o fazemos com um diabético, ou com um hipertenso, por exemplo. Afinal, não há lógica em criticar tanto os manicômios e maus tratos aos pacientes psiquiátricos, se em nós mesmo permanece o ranço do preconceito e do despreparo no trato dessas pessoas.
Bertha Catharine Silva
ResponderExcluirCAPS - 20/09/13
Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) tem como objetivos oferecer atendimento à população, realizar o acompanhamento clínico e a reinserção social dos usuários através do trabalho, lazer, exercício dos direitos civis e fortalecimento de seus laços familiares e comunitários. Apresentam valor estratégico na Reforma Psiquiátrica Brasileira, possibilitando a organização de uma rede substitutiva ao Hospital Psiquiátrico no país. Outras estratégias da reforma são as residências terapêuticas onde moram os usuários sem família, com o acompanhamento de cuidadores como enfermeiros; o Programa de Volta para Casa no qual as famílias são reunidas e recebem um benefício para poder cuidar do doente; e os hospitais teriam a função de somente atender os casos agudos, sem realizar internações duradouras.
O CAPS é porta aberta para qualquer indivíduo da comunidade. O projeto terapêutico oferece, com a finalidade de reinserir os indivíduos na sociedade, oficinas de artesanato, educativas, de recreação e profissionalizantes; passeios a parques (Parque da Sementeira, Parque dos Cajueiros) e os usuários podem dar opiniões de onde desejam ir; e educação física. Nas quintas-feiras são realizadas as assembleias. Estas são administradas pelos próprios usuários, com a participação dos profissionais de saúde, e vários temas são discutidos (reportagens a respeito do CAPS, os roteiros dos passeios, o que pode melhorar, seus sentimentos, etc.). Nas sextas-feiras, os pacientes com transtornos graves são mais frequentes.
Os profissionais de saúde (médicos, enfermeiros, psicólogos) são divididos em mini-equipes, cada uma responsável por um grupo de pacientes. O CAPS ainda apresenta leitos para os indivíduos durante as crises os quais necessitam de contenção química.
Conhecer esse local é importante, principalmente, para demonstrar que indivíduos com transtornos mentais são capazes de realizar as tarefas cotidianas, expressam-se com bastante lucidez sobre vários assuntos e devem ser inseridos na sociedade, sem dar margem ao preconceito.
Referências Bibliográficas
http://portal.saude.gov.br/portal/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=29797&janela
Relatório- Visita ao CAPS
ResponderExcluirAluna: Elizabeth Brasil Matos
A visita foi realizada ao CAPS Liberdade, no bairro Siqueira Campos, dia 19/09/2013. O Centro de Atenção Psicossocial – CAPS tem como objetivo oferecer atendimento à população, realizar o acompanhamento clínico e a reinserção social dos usuários pelo acesso ao trabalho, lazer, exercício dos direitos civis e fortalecimento dos laços familiares e comunitários. O CAPS, entre todos os dispositivos de atenção à saúde mental, tem valor estratégico para a Reforma Psiquiátrica Brasileira. Com a criação desses centros, possibilita-se a organização de uma rede substitutiva ao Hospital Psiquiátrico no país. Os CAPS são serviços de saúde municipais, abertos, comunitários que oferecem atendimento diário. O CAPS tem cobertura regional e em Aracaju possui nove CAPS.
É função dos CAPS: prestar atendimento clínico em regime de atenção diária, evitando as internações em hospitais psiquiátricos; acolher e atender as pessoas com transtornos mentais graves e persistentes, procurando preservar e fortalecer os laços sociais do usuário em seu território; promover a inserção social das pessoas com transtornos mentais por meio de ações intersetoriais; regular a porta de entrada da rede de assistência em saúde mental na sua área de atuação; dar suporte a atenção à saúde mental na rede básica; organizar a rede de atenção às pessoas com transtornos mentais nos municípios; articular estrategicamente a rede e a política de saúde mental num determinado território.
A visita ao CAPS Liberdade possibilitou acompanhar a assembleia entre profissionais e usuários. Nessa assembleia, todos podiam debater e expressar sua opinião sobre qualquer assunto e também levantar questionamentos que julgasse importante, reclamações e sugestões para o melhoramento do serviço. Quase 300 usuários frequentam o serviço que dispõe de atendimento médico psiquiátrico, enfermeiros, assistentes sociais e psicólogos. Segundo relatos dos usuários, o atendimento médico é bom e o aprazamento é feito de acordo a necessidade do usuário. O serviço disponibiliza ainda, de oficinas de caráter recreativo, trabalhos manuais de segunda à sexta.
Durante a visita percebemos que os usuários discutem sobre questões políticas e sociais, são participativos, falam bem. Isso demonstra que o CAPS resgata a cidadania que estava perdida nos hospitais. O CAPS está em construção e possibilita autonomia, convida o usuário à responsabilização e ao protagonismo em toda a trajetória do seu tratamento. Os projetos desses serviços, muitas vezes, ultrapassam a própria estrutura física, em busca da rede de suporte social, potencializadora de suas ações, preocupando-se com o sujeito e a singularidade, sua história, sua cultura e sua vida cotidiana.
Referências
Disponível em: https://portal.saude.gov.br/portal/saude. Acesso em 27/09/2013.
Asafe Nélson do Espírito Santo Pires
ResponderExcluirRelatório da visita ao CAPS III Liberdade – R. Distrito Federal, Siqueira Campos – 19/09/13.
A visita ao CAPS foi a mais interessante, pois foi possível ouvir e entender um pouco do seu funcionamento através dos próprios usuários. Na oportunidade, acompanhamos a assembléia realizada entre os usuários do serviço e os responsáveis pela organização das atividades e do funcionamento do CAPS. Pude perceber uma grande variedade de personalidades, algumas pessoas mais ativas, expondo suas opiniões, outras mais quietas, mas todas interessadas e atentas aos pontos de debates e atuando para atingir boas resoluções em cada uma das pautas. Importante observar que as opiniões de todos eram levadas em conta, e mesmo em alguns momentos de certa exaltação nas discussões, não havia nenhum excesso por parte dos organizadores para controlar os ânimos, pelo contrário, o ambiente era animado e todos pareceram ter boa proximidade. Dos pontos interessantes da assembléia, me chamou atenção a discussão sobre a pequeno número de familiares presentes nas atividades organizadas entre CAPS, usuários e parentes, fato importante, pois essas são pessoas que devem participar na atenção aos pacientes no momento em que estão fora do CAPS. Outro ponto, que eu desconhecia, é que o serviço do CAPS independe das outras estruturas do SUS, sendo um centro de porta aberta, que permite a permanência e trânsito de pacientes com diversos tipos de sintomas. Foi legal escutar a opinião dos presentes a respeito dos serviços manicomiais, e ter o relato de como eles eram tratados e as situações precárias que vivenciaram nesses locais, pontuando também a opinião de um usuário, que trabalhou em manicômio, que atualmente estes centros não mais se utilizam das medidas de grande freqüência de choques e punições aos internos. Os responsáveis informaram que no CAPS existem diversas atividades semanais, pensadas tanto para momentos de utilização de habilidades práticas, como de atividades interpessoais, informaram ainda que existe uma escala de profissionais que atendem os usuários em horários agendados e com acompanhamentos mensais, ou a depender da necessidade de cada paciente. Para mim, mais importante do que conhecer o funcionamento do CAPS, foi entender a situação em que se encontram os pacientes que necessitam de atenção psiquiátrica, e as necessidades que eles apresentam, além de suas possibilidades, expertises e conhecimentos prévios, que trouxeram grande enriquecimento para a atividade.
Referência:
http://www.saude.se.gov.br/index.php?act=interna&secao=151. Acessado em 27/09/13, às 23:30h.
Alvandrey Souza Rolemberg
ResponderExcluirSAUDE COLETIVA III
RELATÓRIO
VISITA 19/09/2013
CAPS- CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL
O CAPS, centro de atendimento psicossocial, é uma instituição que funciona no regime portas aberta destinada ao atendimento psiquiátrico de uma forma mais humanizada. O serviço é composto por equipes multidisciplinares formadas por médicos, terapeutas ocupacionais, psicólogos e enfermeiros.
Através desta visita presenciamos uma assembleia composta por: usuários, familiares e os funcionários. Na assembleia temas variados eram postos em pauta, sendo bem interessantes e importantes no cotidiano de tratamento dos usuários. Percebemos vários comportamentos bem diferentes e se discutia sobre questões políticas e sociais.
Entre os temas debatidos o que mais me chamou atenção foi a luta antimanicomial. Os usuários demonstraram medo pelo passado de maus tratos, alegria pela melhora no sistema de cuidados com os doentes e consciência do preconceito que ainda existe. O CAPS tem o objetivo de substituir os manicômios, mas ainda não tem estrutura suficiente para tal. Nesse modo de tratamento, o paciente tem liberdade, autonomia e cidadania. Caso o usuário tenha algum surto, ele pode ficar internado nos leitos do CAPS se não conseguirem contê-lo, ele fica internado temporariamente em um Hospital Psiquiátrico. Mas, todas as ações são acompanhas por médicos ou terapeutas ocupacionais.
A visita foi importante para avaliarmos um centro tão importante no seguimento psicossocial. Muitas vezes os profissionais da saúde desqualificam o discurso dos doentes mentais, contudo sabemos que são pacientes com uma grande incidência de co-morbidades e que devem ser avaliados minuciosamente, não só seu estado psíquico como também sua saúde física.
http://portal.saude.gov.br/portal/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=29797&janela
http://pref-aracaju.jusbrasil.com.br/politica/6398864/caps-liberdade-comemora-oito-anos-de-servico
Saúde mental no SUS: os centros de atenção psicossocial / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. – Brasília: Ministério da Saúde, 2004.
http://portal.saude.gov.br/portal/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=29797&janel
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ResponderExcluirSaulo Henrique Lima de Menezes Silva.
ResponderExcluirVisita ao CAPS.
A visita ao Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) foi bem diferente do que eu imaginava. Tenho certeza que a maioria das pessoas não tem noção de como ele está organizado, e do bem que proporciona aos pacientes com transtornos psíquicos. Antigamente, o tratamento que se dava aos pacientes com esses distúrbios psíquicos, era mais um forma de exclusão da sociedade do que o objetivo de cuidar. O CAPS tem uma política totalmente diferente dessa, visto que é não é uma internação, é um acolhimento, em que o paciente fica durante o dia, mas pode se manter em contato com a família, ter um convívio social quando está fora dele, diferente do que ocorria antes, quando o que ocorria era a exclusão social.
No CAPS ocorrem diversas atividades semanais, e durante a nossa visita, era dia de assembleia, um momento em que todos se reúnem, rezam, colocam informes, dão sugestões, opinam sobre o que está ocorrendo no mundo, ou no próprio CAPS, defendem seus direitos, etc. O mais impressionante foi notar o grau de desenvoltura com que alguns dos participantes tratavam alguns assuntos, do poder crítico sobre o que estava ocorrendo ao redor, mesmo sendo portador de distúrbios psíquicos. A assembleia era mediada por três profissionais, psicólogo, enfermeira e assistente social, que além de trazer informes, organizavam o debate, discutiam as melhorias que poderiam ser feitas no próprio CAPS, e mostravam o que os usuários poderiam fazer para melhorá-lo em algum aspecto, onde poderiam correr atrás dos seus direitos. O que me chamou atenção nesse ponto, foi a autonomia que eles dão aos usuários, que apesar de terem distúrbios, poderiam se reunir e ir atrás daquilo que estavam reivindicando, mostrando que apesar de tudo, eles poderiam ter independência.
Outro ponto que me chamou atenção foi quando se colocou em pauta a questão dos manicômios. Admito que fiquei receoso nesse momento, visto que pensava que esse assunto não seria tratados por eles de forma tão aberta. Mas pelo contrário, eles reconheceram a forma ruim como eram tratados antes, e de toda a melhoria que eles tiveram na vida com esse novo modelo de assistência, que não precisam ficar mais presos, longe da família e do convívio social.
Por fim, a visita ao CAPS foi bem enriquecedora, conheci situações nunca vistas antes, tirei o estereótipo de pacientes com distúrbios mentais, do paciente “louco”, do paciente limitado, das minhas concepções. O que vi foram pessoas, que apesar dos problemas, poderiam viver normalmente dentro da sociedade, que tinham senso crítico, que poderiam ser independentes em muitos aspectos e que se respeitavam.
Sylvia Rodrigues de Freitas Dória
ResponderExcluirVisita ao CAPS Liberdade - Bairro Siqueira Campos
O CAPS veio para mudar toda uma história de preconceito e exclusão daqueles que apresentam alterações psíquicas.
Nos séculos passados, quando ainda não havia controle de saúde mental, a loucura era uma questão privada, onde as famílias eram responsáveis por seus membros portadores de transtorno mental. Os loucos eram livres para circulação nos campos, mas nem tudo eram flores. Eles também eram alvo de chacotas, zombarias e escárnio público. Com o passar dos anos, começou então a discussão e luta pela implantação de serviços de saúde mental no Brasil. Foi aí então que surgiram as primeiras instituições, no ano de 1841 na cidade do Rio de Janeiro, que era um abrigo provisório, e logo após surgiram outras instituições como hospícios e casas de saúde. Os maus tratos e descasos humanos nestes lugares variavam de acordo com as instituições. Há relatos de pacientes presos em cela, isolados do mundo e dos outros internos, fortes medicamentos para dopagem; impedimento de recebimento de visitas; maus tratos físicos e até choques elétricos (alguns casos foram relatados, por sinal, por alguns usuários do CAPS Siqueira Campos, os quais comentaram suas tristes recordações dos manicômios) . Foi nesse contexto de exclusão dos loucos que surgiu a luta antimanicomial. Com o passar do tempo e com a consolidação da luta contra os hospícios, o desenvolvimento de um atendimento clínico na atenção diária sem internações hospitalares se fez necessário. Assim, surgem os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) em todo o Brasil. Os CAPSs surgiram com o intuito de oferecer atendimento à população, realizar o acompanhamento clínico e a reinserção social dos usuários pelo acesso ao trabalho, lazer, exercício dos direitos civis e fortalecimento dos laços familiares e comunitários. São suas funções: prestar atendimento clínico em regime de atenção diária, evitando as internações em hospitais psiquiátricos; acolher e atender as pessoas com transtornos mentais graves e persistentes, procurando preservar e fortalecer os laços sociais do usuário em seu território; promover a inserção social das pessoas com transtornos mentais por meio de ações Inter setoriais; regular a porta de entrada da rede de assistência em saúde mental na sua área de atuação; dar suporte a atenção à saúde mental na rede básica;- organizar a rede de atenção às pessoas com transtornos mentais nos municípios; articular estrategicamente a rede e a política de saúde mental num determinado território; promover a reinserção social do indivíduo através do acesso ao trabalho, lazer, exercício dos direitos civis e fortalecimento dos laços familiares e comunitários.
Sylvia Rodrigues de Freitas Dória
ResponderExcluirContinuação
A visita (a melhor e mais interessantes de todas) nos fez perceber a naturalidade com que os usuários são tratados. Lá eles têm acesso à interação com funcionários e com demais internos; participam de atividades recreativas em grupo ; têm direito a atendimento multidisciplinar; participam de assembleias de usuários – por sinal nós acompanhamos uma em nossa visita – , nas quais eles têm a probabilidade de expor suas angústias, reclamações e sugestões. Enfim, eles são e sentem-se verdadeiros cidadãos no CAPS. Como em outas visitas, surpreendi-me com a organização e elaboração caprichosa para o desenvolvimento desses serviços prestados pela saúde pública. Enfim, apesar de continuar não morrendo de amores por saúde coletiva, a disciplina certamente me fez olhar a saúde pública com outros olhos; de forma mais respeitosa e admirável.
ps.: Professora, soube q comentou de suspeitas de q eu não gosto de você. kkkk
Confesso que no início achava a matéria bem chatinha e isso contribuiu p que achasse aquilo de mim. Ainda que ache que o SUS esteja longe de ser tudo aquilo que é propagado pelos governantes, mudei minha visão a respeito da saúde pública. Muito se faz para oferecer um atendimento de qualidade à população. Isso realmente acontece.
Enfim, chegando onde eu queria.. passei a gostar de vc e admirar seu trabalho (Meu Deus, está parecendo bajulação. haha. Mas juro que não é!). De verdade.
Referências:
1. http://pt.scribd.com/doc/56774341/Caps
2. http://www.observadorpolitico.org.br/2012/07/avaliacao-dos-hospitais-psiquiatricos-de-todo-brasil/
3. http://psicanaliseatual.blog.terra.com.br/2009/03/16/hospitais-psiquiatricos/
4. http://porummundosemmanicomios.blogspot.com.br/2009/07/o-processo-historico-da-loucura.html
Victor Antonio Santos Viana
ResponderExcluirVisita ao CAPS Liberdade - Bairro Siqueira Campos
A visita ao CAPS mostrou, pelo menos para mim que não tinha a menor ideia de como funcionava, um pouco de como é feito o acompanhamento dos pacientes psiquiátricos, não apenas com relação a estrutura física, mas também outros aspectos, como o funcionamento da casa, e o mais interessante, ouvimos tudo dos próprios usuários.
A visita foi realizada no dia em que ocorre a assembleia, uma reunião entre os usuários e alguns funcionários e foi bastante proveitoso por mostrar principalmente que os usuários são agentes ativos, ou seja, participam ativamente das discussões e expõem suas queixas, dúvidas e sugestões, dando vez para que todos pudessem participar, como por exemplo a sugestão para colchões e estipular um horário de descanso.
O tratamento dos pacientes, seja de qualquer enfermidade, vai além das medicações. Posso agora dizer que o tratamento no CAPS funciona dessa forma, os pacientes recebem suas medicações de acordo com suas patologias e além disso são ouvidos, participam de oficinas e eventos, possuem na unidade um local não apenas de tratamento, mas de vivencia, de socialização, o que é muito bom principalmente se pensarmos que muitos dalí tiveram seus laços familiares rompidos.
Gislaynne Oliveira Bezerra
ResponderExcluirVisita ao CAPS III Liberdade
Os CAPS são serviços de saúde abertos, comunitários, que oferecem atendimentos diários às pessoas com transtornos mentais severos e persistentes, realizando o acompanhamento clínico e a reinserção social destas pessoas através de ações intersetoriais que visam facilitar o acesso ao trabalho, lazer, exercício dos direitos civis e fortalecimento dos laços familiares e comunitários.
O CAPS liberdade é classificado como CAPS III que são os que funcionam 24 horas com acolhimento noturno para o usuário que precisa passar um tempo a mais no serviço;e só é implantado em municípios com pelo menos 200 mil habitantes. Sergipe dispõe, atualmente de 3 CAPS III. O serviço prestado pela Rede de Atenção Psicossocial em Aracaju é referência no Brasil, sendo listada com listada como a capital com a melhor cobertura de atenção psicossocial do Brasil, juntamente com Vitória, no Espírito Santo. A visita ao CAPS nos mostrou as mudanças trazidas pelo processo da Reforma Psiquiátrica. Foi possível perceber como o tratamento psiquiátrico no Brasil ocorre de forma humanizada e sem retirar a liberdade e autonomia dos usuários da instituição. Para o (antigo) secretário municipal da Saúde, Silvio Santos, Aracaju tem seguido a linha da política nacional de tratamento de saúde mental que aconselha internamento apenas em casos extremos...“E nós estamos fazendo o nosso dever de casa. O tratamento de saúde mental deve ser no ambiente familiar, na comunidade onde a pessoa vive, próximo aos amigos e a sua história, e não trancado como antigamente. Estamos seguindo essa diretriz fazendo um processo de redução nos internamentos, conforme prevê a lei e tratando esses usuários de forma que eles sejam inseridos no convívio social e não isolados da comunidade”, afirma o secretário. No CAPS III são ofertados oficinas que vão de educação e saúde a pintura e serigrafia até a formação de grupos de adolescentes, mulheres e terceira idade. Bordado, música, sexualidade, canto, futebol, capoeira e tapeçaria são outras atividades desenvolvidas pelas equipes. Ele oferece também PTS que é o Projeto Terapêutico Individual do usuário, o qual procura ver a necessidade que cada usuário tem e a partir daí traçar uma agenda terapêutica e com essa agenda esse usuário vai começando a ser inserido na sociedade e vai criando autonomia de ir a um banco, de ir à biblioteca, autonomia de participar de eventos como workshop, ir ao cinema. Isso faz com que os pacientes sintam-se fortalecidos, enfrentem a sociedade e façam parte dessa sociedade que eles não eram inseridos antigamente. Para o coordenador da estratégia de Redução de Danos, Wagner Mendonça, o maior indicador de avanço é o fato de que nos últimos dois anos o número de internações dos pacientes de Aracaju em clínicas psiquiátricas diminuiu entre 30% e 35%.
Referências
http://www.saude.se.gov.br/index.php?act=interna&secao=151
http://abp.org.br/portal/clippingsis/exibClipping/?clipping=14072
Eduardo Silva Farias
ResponderExcluirVisita de CAPS liberdade
A visita ao CAPS liberdade foi bastante interessante porque chegamos em um dia de assembleia entre os funcionários do CAPS e usuários. E uma coisa que eu não tinha ideia que ocorreria era a participação ativa dos usuários expondo suas críticas e sugestões. Percebi que o CAPS não é apenas um centro para tratamento medicamentoso, e sim, um centro de vivência onde cada usuário se sente a vontade, porque se sente compreendido e não excluído como ocorre com a maioria dos usuários na sociedade. O CAPS oferece amplo apoio aos usuários, além do atendimento médico – psiquiátrico, que é diferenciado de acordo com a patologia. Cada usuário é considerado único. O centro oferece oficinas diariamente, refeições. Realiza eventos com o objetivo de aproximar a família para entender o problema do usuário. O CAPS Liberdade tem cerca de 50 funcionários e faz, em média, 500 atendimentos mensais de pessoas a partir dos 18 anos. O CAPS Liberdade funciona 24 horas, pois tem acolhimento noturno. Atualmente cerca de 280 pessoas que sofrem de distúrbios psicóticos recebem assistência do Caps Liberdade. O centro coloca à disposição de seus usuários grupos de assistência psicológica e psiquiátrica e uma média de 20 oficinas de terapia ocupacional. O Caps conta com uma estrutura de oito leitos para acolhimento noturno e uma equipe diversificada de tratamento e assistência.
Uma coisa interessante que foi dita na visita foi que é função dos CAPS evitar internações e/ou reinternações em hospitais psiquiátricos, regular a porta de entrada da rede de assistência em saúde mental na sua área de atuação e dar suporte à atenção à saúde mental na rede básica.
Referências Bibliográficas:
1.http://pref-aracaju.jusbrasil.com.br/politica/6398864/caps-liberdade-comemora-oito-anos-de-servico
2.http://www.infonet.com.br/saude//ler.asp?id=148633
3.http://www.saude.se.gov.br/index.php?act=interna&secao=151
JOELMA VIEIRA SANTOS
ResponderExcluirVISITA AO CAPS
O CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) oferece atendimentos a indivíduos com transtornos psiquiátricos, esse atendimento é durante o dia inteiro e oferece inclusive a possibilidade de dormirem nesses ambientes. No Caps os pacientes têm direito a alimentação, consultas psiquiátricas ( duas por mês), participam de oficinas de artes que estimulam cognição e aprendizagem, atividades esportivas (futebol e caminhadas, por exemplo), além disso contam com ações de reinserção social e familiar.
É válido ressaltar que essa forma de trabalho do caps vem contribuindo para uma mudança bastante positiva em relação à maneira pela qual os loucos eram tratados nos manicômios , no caps eles podem voltar para suas casas, para o convívio familiar e social e também contam com o apoio dos assistentes sociais e cuidadores.
Durante a visita, participamos de uma assembleia realizada pelos internos e administradores, neste momento pude desmistificar a impressão que tinha sobre as limitações que acreditava que possuíam, pelo contrário muitos me mostraram bastante lucidez e potencialidades na oratória, inclusive percebi que por trás de cada paciente existe uma história de vida, um passado que nem sempre foi psiquiátrico, muitas dessas pessoas foram trabalhadoras e independentes e que por algum motivo estão naquela situação hoje; elas são merecedoras de todo o nosso respeito. Essas assembleias abrem portas para os internos exporem seus pontos de vistas sobre a administração do serviço, alimentação, assuntos internos e externos que sejam de interesse. Existe também um canal -ouvidoria do caps- em que podem se comunicar e expor elogios, reclamações e sugestões diretamente à secretaria municipal de saúde.
Enfim, a visita ao caps foi enriquecedora, lá pude compreender que o limiar entre a loucura e sanidade e bastante estreito, a maneira pelos quais esses centros foram criados é um avanço na luta antimanicomial, lá existe respeito e a compreensão de que esses cidadãos não devem ser postos as margens da sociedade e sim que sejam dadas alternativas para lidarem com essa situação de maneira digna. Dessa forma a criação do caps representou além de tudo um divisor de águas na reforma psiquiátrica brasileira.
Rafaela Gomes dos Santos
ResponderExcluirVisita ao CAPS Liberdade – 19/09/13
A Reforma Psiquiátrica tem como principal objetivo acabar com os maus tratos e com a exclusão das pessoas com algum distúrbio mental. Ela veio para garantir os direitos e o respeito de todos os usuários e assim fazê-los com que atuem na sociedade. Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) tem como objetivo oferecer atendimento à população, realizar o acompanhamento clínico e a reinserção social dos usuários pelo acesso ao trabalho e ao lazer, pelos seus direitos civis e ao fortalecer os laços familiares. O serviço do CAPS é porta aberta, independente do SUS o paciente da comunidade pode ser atendido diariamente sem antes passar por uma UBS. Além disso, o serviço prestado não é complementar ao hospital psiquiátrico, mas sim substitutivo.
A visita ao CAPS Liberdade foi muito produtiva, pois no dia da visita estava acontecendo uma reunião entre os usuários e os organizadores daquele centro. Os pacientes tem a liberdade de expressar suas opiniões sobre todos os assuntos abordados na reunião, são eles quem informa sobre fatos que aconteceram durante a semana, todos podem falar. Há um setor de ouvidoria do CAPS o qual o paciente pode ir reclamar sobre qualquer coisa relacionada ao atendimento. Foi perguntado aos usuários o que eles achavam do atendimento médico no CAPS, eles informaram que ocorre com consulta agendada a cada dois meses e que o atendimento é ótimo.
Os organizadores da reunião comentaram que no CAPS há vários tipos de oficinas para interação dos usuários, como oficinas de criação, recreativa, costura, esportiva, de expressão corporal e oficina com os familiares. Esta última ainda está um pouco parada pela falta de adesão familiar. Isso é triste, pois o serviço do CAPS também é aberto aos familiares, os quais podem se informar de tudo que acontece dentro do centro, como os usuários são tratados, nada é escondido para eles, diferentemente de quando havia o internamento compulsório nos manicômios, onde muitos pacientes nunca mais viram suas famílias. Há um programa chamado “De volta para casa” que estimula os pacientes internados antigamente nos manicômios a voltarem pra suas casas e seus familiares, porém, como falei antes, muitos pacientes quando internados deixaram de ter contato com suas famílias e assim não tinham para onde ir. Várias casas foram construídas para acolher esses pacientes, os quais vivem em liberdade e como uma verdadeira família.
Uma parte muito importante da reunião foi quando um estudante de medicina perguntou aos usuários o que eles achavam sobre os manicômios e sobre o CAPS. Muitos afirmaram que os manicômios eram verdadeiros infernos, que viviam amarrados e levando choque, eram como presidiários, não podiam andar pelas ruas nem manter contato com ninguém fora dali. Outros negaram os choques, mas concordaram que pareciam presídios. No entanto, TODOS concordaram que o CAPS foi a melhor coisa que aconteceram com eles, que ali eles podem viver em liberdade e serem inseridos na sociedade novamente. Há o passe livre, no qual eles têm o direito de saírem para as ruas como qualquer outra pessoa tem.
É obvio que o CAPS mudou a vida dos usuários e mudou para melhor. Viver em liberdade é um direito de todos! Porém, como tudo na vida nada é perfeito. Ainda há falhas na estrutura do CAPS. O serviço não oferece acolhimento nos leitos pelo dia, apenas a noite ou para aqueles pacientes em fase de agudização. O CAPS não pode ficar com os pacientes em crise, eles devem ser encaminhados para os hospitais. Além disso, há ainda o preconceito da sociedade com relação às pessoas ditas como “loucas”, que acabam afastando-as sem dar ao menos uma chance. A forma de tratamento mudou, mas ainda é preciso mudar o conceito do que é normal para a sociedade.
Referências:
1. http://portal.saude.gov.br/portal/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=29797&janela Acessado em 27/09/13 às 19h30
2. http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/relatorio15_anos_caracas.pdf - Acessado em 27/09/13 às 20h45
Monallisa Lima Andrade
ResponderExcluirVisita ao CAPS III Liberdade
“Se a loucura conduz a todos um estado de cegueira onde todos se perdem, o louco, pelo contrário, lembra a cada um sua verdade; na comédia em que todos enganam aos outros e iludem a si próprios, ele é a comédia em segundo grau, o engano do engano.” Esse trecho retirado da obra História da Loucura de Michael Foucault ilustra a ilusão que temos a respeito de nossa lucidez. Desde o passado e até o presente a sociedade tenta se distanciar da loucura. Ela afasta os loucos do convívio social numa tentativa de negar a sua existência internando-os em manicômios.
Com movimento antimanicomial no país, os hospitais psiquiátricos foram fechados, surgindo uma nova forma de cuidado com os portadores de alterações mentais: Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). Essas instituições oferecem atendimento diuturno a pacientes com transtornos mentais graves, tratamento clínico, reabilitação psicossocial, além de promoverem inclusão social e cidadania.
A visita ao CAPS III Liberdade me aproximou do universo psiquiátrico. Assistimos a uma assembleia da qual faziam parte os usuários do serviço e os coordenadores. Inteiramos-nos a respeito da rotina do local, dos interesses dos usuários, da forma como são tratados os pacientes. Pudemos observar o comportamento dos pacientes, cada um com sua característica própria, uns eram calados, observadores, outros mais extrovertidos. Marcou-me muito uma senhora que estava em crise aguda. Ela era extrovertida, espontânea, criativa. Um rapaz se destacou pela sua sinceridade. Outra senhora que coordenou a assembleia foi bastante receptiva conosco, se importando com o nosso bem-estar.
Havia liberdade e respeito mútuo. O local me passou a impressão de que os usuários estão sendo bem assistidos com cuidado e carinho. Apesar das faces de solidão e angústia de alguns, o ambiente era leve, livre para a expressão individual.
Deve-se destacar também a receptividade tanto dos pacientes quanto dos coordenadores, os quais se mostraram bastante respeitosos e cuidadosos com os pacientes. Ademais, tanto os pacientes quanto os coordenadores se queixavam muito da ausência dos familiares nos eventos do CPS. Muitos usuários sentiam-se carentes do apoio familiar.
Quando foi abordada a questão da luta antimanicomial durante a assembleia, percebi a mágoa a qual os pacientes sentem ao tocar no assunto. Muitos deles foram internados em hospitais psiquiátricos e sofreram maus tratos, choques elétricos. Porém, alguns não julgavam o hospital porque na época, o único tratamento que poderia ser oferecido era daquela forma.
De forma geral, a visita, muito proveitosa, contribuiu bastante para minha formação médica e pessoal.
Referências
• FOUCAULT, Michel. A História da Loucura na Idade Clássica. 1997. São Paulo, Perspectiva.
• http://www.rets.org.br/sites/default/files/2017-8050-1-PB.pdf
GILMAR PALOMARES FILHO
ResponderExcluirEu não fazia ideia de como funcionava o caps até aquela quinta feira.Fomos em um dia especial o qual eles realizavam uma reunião para resolver problemas, queixas dentre outras finalidades.Fiquei surpreso com muitos usuários que aparentemente não apresentavam distúrbios mentais evidentes, discutiam, argumentavam.A paciência que os funcionários possuem, a maneira que eles dialogam com os usuários mostrou que, hoje, essas pessoas podem viver muito melhor que no passado.Lá eles possuem liberdade, atividades, diversas oficinas, não ficam presos.O atendimento médico é feito regularmente para tratar possíveis descompensações.
Sentar junto com eles foi importante, no meu ponto de vista, para poder analisar suas interações e comportamentos.Eu esperava algo pior porém me surpreendi muito, fiquei feliz pois vi que as coisas realmente evoluíram e eles podem viver com dignidade, isso é ótimo para o tratamento.As discussões apresentadas na reunião foram de grande valia para entender suas aflições e anseios.Essas pessoas merecem o melhor tratamento, devem ser respeitadas e foi isso que vi naquele dia.Infelizmente não vi os dormitórios e as outras instalações para comentar.
O mundo necessitou de uma evolução na maneira de lidar com essas pessoas e isso foi feito.Pude perceber que lá eles são bem tratados e são ouvidos, seja diretamente pelos gestores e na ouvidoria do órgão.Nossa presença não os incomodou, pelo contrário, cederam seu espaço sem nenhum problema.O CAPS liberdade está de parabéns.
Ana Letícia Leite Silva
ResponderExcluirVisita ao Capes Liberdade – 20/09/2013
"Não é só a morte que iguala a gente. O crime, a doença e a loucura também acabam com as diferenças que a gente inventa."
Lima Barreto
A visita foi rápida, um pouco tensa no início, mas após conversar com alguns usuários foi ficando mais tranquila. Infelizmente o orientador para esclarecer de como o serviço funciona não estava presente, mas deu pra perceber um pouco sobre o CAPS. Os usuários que conversamos eram ex internos dos extintos manicômios. A impressão que passou foi de loucos esclarecidoss e detentores de consciência dos seus direitos. O CAPS é porta aberta do SUS. Há acompanhamento clínico, psico e social, atividades de recreação, oficinas técnicas, assembléias de discussões dos direitos, melhorias do serviço e do espaço dos usuários e servidores. O objetivo da casa é oferecer além do tratamento clínico uma (re)inserção e integração ao ambiente social e familiar.
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ResponderExcluirCLEDISON SANTOS RAMOS
ResponderExcluirVisita ao CAPS
Um centro de atenção psicossocial tem o objetivo de oferecer atendimento à população, realizar o acompanhamento clínico e a reinserção social dos usuários pelo acesso ao trabalho, lazer, exercício dos direitos civis e fortalecimento dos laços familiares e comunitários.
Mesmo depois de passar pelas disciplinas psicologia geral, psicologia médica e introdução a psicopatologia, eu ainda não tinha visitado um centro de atenção psicossocial, o convívio, mesmo que por pouco tempo, com os usuários e funcionários do CAPS foi muito interessante, não só por ter sido meu primeiro contato, mas também por termos visitado o local exatamente no dia em que ocorreu uma assembléia.
Foi possível avaliar, nesta assembléia, as diversas formas de participação dos usuários, alguns pacientes estavam tão calmos que era possível confundi-los com acompanhantes, enquanto outros não paravam de falar e agir de maneira incomum, comparando com o que é esperado pela grande maioria da sociedade. A parte mais importante e que me chamou mais atenção foi escutar a opinião dos usuários com relação ao movimento antimanicomial, vários deles tinham passado por alguma instituição de internamento desse tipo e relataram vários tipos de maus tratos. Como eu relatei no inicio deste relatório um CAPS visa fortalecimento dos laços familiares e comunitários de seus usuários, é obvio que isso não é possível em um manicômio.
http://portal.saude.gov.br/portal/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=29797&janela
Visita: CAPS III
ResponderExcluirIngrid Tatiana Lopes
A visita ao CAPS me fez ver de perto a evolução do sistema nosocomial. Hoje, a maioria dos pacientes ganhou liberdade e vive em sociedade, não sendo considerada um incômodo social que precisa ser afastada de todos, como antes. Vi lucidez em vários pacientes na Assembleia, em meio a obnubilações e questões mentais. Havia pensamento organizado em tempo, argumento e espaço, tendo a maioria consciência de suas limitações e dos direitos que tinha. Mostraram-se antenados com os fatos e informações sociais, souberam fazer reclamações sobre as falhas e tinham opinião sobre como o sistema nosocomial era antes, inclusive criticaram o atendimento médico.
A gestão se mostrou paciente com frequentadores do CAPS, outro ponto positivo. Achei ótimas as atividades de oficina que eles têm, o que estimula o psíquico dos pacientes e o raciocínio de maneira diferenciada. Acredito que as atividades de oficina os ajudam muito na evolução do tratamento. Também não sabia que o governo tinha um sistema de acolhimento saudável e digno para esses pacientes.
Só achei limitada a quantidade de leitos direcionada para os pacientes que descompensam. E se um número maior de pacientes descompensar num mesmo tempo como seria esse atendimento? Acredito que precário. Achei também os quartos escuros, uma boa recuperação não precisa ser necessariamente com repouso absoluto em quartos escuros e frios, acredito eu. Senti como se fosse ainda uma herança dos manicômios quando ficavam reclusos e eram maltratados.
O acompanhamento que os assistentes sociais fazem, cobrando presença dos pacientes no centro quando começam a faltar muito, achei importante para melhor tratamento e melhor controle da doença. E o fato de existir uma Assembleia onde possam ser ouvidos me sensibilizou bastante. Grande parte da sociedade considerada lúcida não faz ideia organização de raciocínio que esses pacientes têm e apenas os rotulam “doentes mentais” ou se questionam o porquê de haver assembleia ou reuniões com pessoas “doentes”.
Os atendimentos médicos são agendados e controlados para cada necessidade do paciente. Até as famílias podem ser proativas e podem participar das discussões, o que dá, em minha opinião, mais informações aos profissionais do Caps de como os pacientes são tratados em família.
Sei que não existe sistema perfeito e ele já mudou muito para melhor, mas a estrutura física para os que descompensam deveria ser ampliada e melhorada com urgência. Percebi um pouco de hostilidade de uma funcionária que ficava na recepção em relação à paciente que se apresentou mais descompensada e isso me deu um questionamento, até quanto podemos dizer que não há maus-tratos como antes? Não sei, fiquei na dúvida e isso me angustia.
Letícia Rocha de Oliveira
ResponderExcluirVisita ao CAPS III Liberdade – Siquera Campos
A visita ao CAPS (Centro de Apoio Psicossocial) foi muito enriquecedora, pois tivemos a oportunidade de escutar também o usuário e não apenas os funcionários e só o fato deles poderem falar já nos mostra uma grande mudança no tratamento com o usuário que antes da Reforma Psiquiátrica eram tratados com descaso, sendo um personagem secundário, hoje, felizmente, não é assim, eles são tratados como personagens principais que tem vida social, trabalham, tem direitos e deveres. A nossa participação da Assembleia deles nos deu a oportunidade de mostrar essa grande mudança.
Falando um do espaço físico, eles contam com um bom espaço, com sala de espera, leitos, consultórios com o intuito de acolher melhor o usuário. Esses leitos servem não para uma estadia constante, como os hospitais psiquiátricos, mas sim para um atendimento pontual, em caso agudização do transtorno. No consultório, ocorre as consultas marcadas com os psiquiatras, que ocorrem com uma frequência personalizada, isto é, os pacientes que precisam de um acompanhamento mais frequente, tem suas consultas marcadas em menor intervalo de tempo, já os pacientes que não necessitam de um acompanhamento tão frequente, esperam uma pouco mais.
O CAPS conta com oficinas de caráter recreativo, grupal, esportivas, dentre outras, que acontece de segunda a sexta, tanto com os pacientes como os familiares, para que estes tenham a oportunidade de interagir mais com o serviço do CAPS. Mas, tanto os usuários como os funcionários relataram que existe, infelizmente, pouca aderência dos familiares o que acaba prejudicando o tratamento.
Como serviço que deve substituir os hospitais psiquiátricos, o CAPS tem cumprido sua função, os usuários mostram-se bastante satisfeitos. O CAPS tem produzido autonomia para o usuário, mas apesar dessa grande evolução, eles reclamaram que sofrem muito preconceito da sociedade.
A liberdade é a palavra chave para novo tratamento psiquiátrico, são todos os usuários livres e isso faz toda a diferença, pois eles estão resgatando a sua autonomia.
Referências:
http://portal.saude.gov.br/portal/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=29797&janela
http://www.saude.se.gov.br/index.php?act=interna&secao=151
Gabriel Reis Castro
ResponderExcluirVisita ao CAPS III Liberdade – Siquera Campos
Historicamente, a Humanidade enfrenta dificuldades de lidar com pessoas “anormais”, os ditos “loucos”. Sem lugar na sociedade, essas pessoas vivem marginalizadas, sem direitos básicos como liberdade e convívio social. Um grande avanço no tratamento dessas pessoas se deu com a extinção dos manicômios. Agora, com a instituição dos CAPS, a situação melhorou ainda mais.
Presenciar uma assembleia do CAPS foi marcante. Afastados, em sua maioria, do convívio social cotidiano, ali os portadores de problemas mentais têm garantido seu direito a voz. O CAPS fornece a essas pessoas não só tratamento mas também abrigo, inclusão, lazer e, principalmente, calor humano. Através de oficinas, acompanhamento multidisciplinar e interação interpessoal, os usuários do CAPS recuperam parte da sua cidadania perdida devido a sua condição.
A visita foi uma experiência muito positiva. Pude observar os usuários interagindo entre si e com o corpo de funcionários, sendo por vezes até difícil identificar os portadores de problemas mentais das outras pessoas. Isso mostra que não só a inclusão é possível, como é extremamente necessária e saudável para ambos os lados. Todas as pessoas deveriam vivenciar aquele universo para quebrar paradigmas e preconceitos, sobretudo profissionais e futuros profissionais da saúde.
Minha visita ao CAPS não foi tão proveitosa quanto as outras, perdi um pouco da apresentação sobre a mesma e o responsável pela unidade que iria conversa conosco não compareceu. Mesmo assim não deixou de ser menos interessante, o CAPS oferece uma estrutura que não há oferta no sistema privado de saúde. Há uma miríade de casos que são atendidos lá, não há distinção entre classe social, credo ou raça. Todos lá presentes buscam sua estabilidade psiquica e a usufruir de poder se integrar a sociedade, coisa antes impossível da reforma manicomial.
ResponderExcluirO CAPS Liberdade tem atendimento porta aberta dando acesso a atendimento ao cidadão com alterações psiquicas. Nele há o tratamento dos pacientes, há a terapia com oficinas, projetos de integração social com passeios, e discussões sobre as suas necessidades. A professora relatou que no dia anterior a nossa visita houve uma assembléia onde discutiu-se uma notícia falsa que desmoralizavam os usuários do serviço e o próprio serviço, afirmando que os usuários faziam uso de drogas livremente no CAPS. No relato dela, alguns alunos não conseguiram distinguir funcionário de usuário. Isso pra mim mostra que a reforma manicomial foi um grande avanço, possibilitando que pacientes que antes eram internados com incapazes tornem-se cidadãos ativos que em tratamento não percam o convívio social.
A visita ao Centro de Atenção Psicossocial foi a mais produtiva dentre todas as visitas. Vários paradigmas foram quebrados e vários pontos foram esclarecidos. Uma das principais coisas que me chocaram foi como não conseguia identificar, em alguns casos, quem era usuário e quem era profissional. Isso é importante em dois pontos: 1 - mostra a eficácia do trabalho desenvolvido pelo programa. 2 - diminui o preconceito sofrido. Outro ponto de muita importância foi uma discussão levantada sobre o antigo modelo psiquiatrica hospitalocentrico - manicomial. A grande maioria dos usuários que estavam presentes apresentaram opiniões totalmente contra os internamentos manicomias, uso de choque elétrico entre outras coisas. E apontavam para o CAPS como a salvação da vida deles.
ResponderExcluirAgora estamos caminhando para um modelo em que o paciente com transtorno mental é tratado de forma humanitária. Isso só está acontecendo por que demos ouvido para os que mais entendem de loucura: OS LOUCOS!
Ao termino da visita ao CAPS liberdade a primeira coisa que me apareceu em mente foi aquela história entre pais e filhos. Onde os pais, para ganhar o respeito e obediencia dos filhos, não precisam bater neles apenas amar, mostrar carinho e interesse. Foi isso que eu pude perceber na visita realizada durante a assembleia que eles fizeram. Todos pareciam apreciar o CAPS de algum modo.
Refrência:
http://www.facenf.uerj.br/v16n1/v16n1a06.pdf
LARISSA ALBUQUERQUE DE OLIVEIRA SILVA
ResponderExcluirVISITA AO CAPS | 19 de setembro de 2013
Visitamos o CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) III Liberdade, localizado no Bairro Siqueira Campos, em um dia de assembleia semanal. Não conhecia, até então, muito do funcionamento dessas instituições. Ao chegar lá, me deparei com um lugar de fácil circulação, arejado, diferente da ideia que tenho de instituições psiquiátricas. Lá, fui recepcionada pelo caloroso bom dia de uma usuária, muito bem cuidada. Mais tarde, soubemos que ela vive em uma casa do Programa de Volta Para Casa.
Logo começou a assembleia, que reúne os usuários e os técnicos do CAPS. Uma usuária voluntariou-se para ser a coordenadora da reunião, orientando-a juntamente com os técnicos, e foi feita uma oração inicial. No decorrer da reunião, os usuários tinham a oportunidade de, espontaneamente, dar seus “informes”, que incluíram notícias divulgadas em jornal, queixas e solicitações, conflitos pessoais e, no final, foi iniciada uma discussão bastante interessante sobre as diferenças de tratamento entre hospitais psiquiátricos e CAPS. Muitos daqueles usuários passaram por hospitais psiquiátricos e relataram suas experiências. Foi um momento muito importante, pois pudemos ouvir dos próprios pacientes o que eles vivenciaram naquelas instituições. De maneira geral, houve uma reação bastante contrária ao tratamento (ou não tratamento) que eles sofreram, queixando-se eles das humilhações, maus tratos e choques que lhes eram aplicados. Eles falaram, também, que muitas vezes a internação era uma forma de suas famílias livrarem-se deles. A questão da participação da família foi um tema inclusive abordado pelos técnicos do CAPS na reunião. Eles afirmaram que parentes de muitos usuários não frequentam a reunião com as famílias, o que dificulta uma ação conjunta dos centros e familiares em prol do bem-estar do usuário, levando-se em consideração que uma das funções dos CAPS é justamente promover a participação dos familiares e estimular a integração dos os usuários às famílias.
A programação semanal do CAPS é bastante ampla, com atividades recreativas, terapêuticas e ocupacionais. São exemplos: oficinas de bijouteria, costura, pintura, atividades de expressão corporal e caminhadas. Além disso, eles recebem atendimento de psiquiatra em intervalos de tempo que variam de acordo com a situação do usuário ou quando estão em crises. Se precisarem de atendimento médico não psiquiátrico, são encaminhados para a UBS do bairro. Os usuários avaliaram muito bem a atenção que recebem no CAPS. Um relato que chamou a nossa atenção foi o de um usuário, depois confirmado por outros, de que, mesmo com todas as mudanças que ocorreram, persiste o preconceito contra os pacientes psiquiátricos, até mesmo por parte de seus familiares.
A impressão que eu tive foi bastante diferente do que eu imaginava. Alguns usuários não aparentavam apresentar distúrbios psiquiátricos, despertando até dúvidas em nós estudantes se eles eram usuários do CAPS ou funcionários. Havia, no entanto, usuários descompensados, que discutiam e interrompiam a reunião freqüentemente. Foi uma visita muito importante, que me apresentou uma realidade pouco conhecida. Ouvir o ponto de vista dos usuários foi, sem dúvidas, o que mais acrescentou à minha formação pessoal e profissional futura.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Saúde mental no SUS: os centros de atenção psicossocial / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. – Brasília: Ministério da Saúde, 2004.
Renata Sousa de Santana Silva
ResponderExcluirA última visita da disciplina foi ao CAPS Liberdade no bairro Siqueira Campos. Infelizmente fui na turma da sexta feira e não pudemos assistir à assembleia, que ocorre às quintas feiras. Porém pudemos ouvir alguns usuários do CAPS , eles nos falaram rapidamente sobre a luta anti-manicomial e como eram as residências terapêuticas. Fiquei impressionada com a maneira com que o paciente nos relatou o ponto de vista dele sobre a luta anti-manicomial, pois esses pacientes são rotulados como “doidos” que não sabem o que falam e o que vimos nesse paciente foi diferente. Aracaju tem uma boa cobertura de CAPS que são “porta aberta”, ou seja não precisa “marcar”, não passa pela regulação. E os CAPS possuem um projeto terapêutico singular onde cada paciente é tratado separadamente de acordo com as suas necessidades por uma equipe multidisciplinar. Além disso, os usuários do CAPS contam com diversas oficinas para reintegrá-lo a sociedade, participam de passeios ( pudemos ver, na nossa visita, os usuários saindo para um passeio para o parque dos cajueiros). Acredito que a visita foi bastante proveitosa, assim como todas as visitas da disciplina, pois pudemos ver o funcionamento do SUS na prática. Com certeza não é um sistema perfeito, porém muitos setores funcionam e podem funcionar bem.