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sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Saúde Mental- Vídeo e tarefa

Saúde Mental- Vídeo e tarefa
Vejam o vídeo:

http://www.youtube.com/watch?v=-2O0WlW5pFc

Enquanto futuros médicos, apresentem suas idéias sobre o tema da Saúde Mental. Posicionem-se em relação a luta antimanicomial.
 
Não precisa escrever muito.
vale 1,0 ponto.

39 comentários:

  1. José Alves dos Santos neto

    Olhando para o passado para tentarmos descobrir em que momento histórico o louco foi enclausurado, nus deparamos com a revolução francesa e com o problema de manter um cidadão que não havia cometido nenhum crime preso, juntamente com o saber científico do iluminismo, houve uma medicalização dos distúrbios mentais e assim criou-se uma justificativa para essa prática.  E desde então o mundo ocidental comercou a criar hospitais gerais e manicômios (que na maioria das vezes tinha um caráter muito mais de limpeza publica do que tratamento) houve uma reirada desse grupo de pessoas que era diferente do "normal" do convívio social, contudo com os avanços científicos e a reforma psiquiatra, vem sendo cada vez mais alterado o modo de ver, lidar e tratar os doentes mentais. Vejo essa inclinação de uma maneira positiva, ainda que e notório que falte muito para um bom manejo com os portadores de distúrbios mentais, tais como: um saber científico mais acentuado, uma melhor assistência por parte dos profissionais da saúde, (já que o doente mental e pouco ouvido em seus anseios, devido a sua pouca credibilidade por ser considerado “anormal”), um maior engajamento social, entre outros..

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  2. Diani Elena Melo Costa

    A reforma psiquiátrica foi de grande importância para mudar a forma como a sociedade e profissionais tratam aqueles considerados “loucos”. A forma como cuidamos dessas pessoas hoje é mais humanizada e consegue promover o convívio social e evitar o isolamento. Assim é possível abordar a questão da loucura e não apenas excluir e esconder o problema.
    No entanto, a Saúde Mental ainda não recebe a devida atenção de todos os profissionais de saúde. Devemos aprender que a saúde mental não é responsabilidade apenas do Psiquiatra e começar a agir em relação a isso. O paciente psiquiátrico, assim como qualquer outro, merece ser ouvido e respeitado.

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  3. Letícia Rocha de Oliveira

    Desde o Antigo Regime, o louco é excluído, com o passar dos anos só mudou a forma de exclusão, antes eles eram excluídos sem ter um local físico, depois com os surgimento da casas para internamento, os "loucos" passaram a ser presos, não tinham garantia como cidadãos, seus direitos eram violados, ou melhor, nem tinham direitos.
    Com a reforma psiquiátrica e com a luta antimanicomial, há uma proposta de restabelecimento ao convívio social das pessoas internadas em manicômios, para que estas tenham seus direitos preservados e sua cidadania estabelecida, pois estamos falando de pessoas e estas precisam ser respeitadas independente da situação psicossocial que se encontrem.
    Sendo assim, o tratamento clínico não deve ser mais uma internação em um manicômio, mas sim uma integração.
    Ainda vemos muitas negligências com os pacientes psiquiátricos. Os profissionais que trabalham com eles mal escutam a história clínica, não procuram saber o que levou a desencadear o quadro, enfim o paciente é o que menos fala e é o que mais deveria falar.
    Temos muito que aprender com esses pacientes, examiná-los como qualquer outro paciente, escutá-los e respeitá-los para que eles se sintam importantes, acolhidos e confiantes.

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  4. Felipe Augusto Ribeiro Valadares

    A partir do Renascimento, com a ascensão do pensamento cartesiano, o louco passou a ser visto como "erro máximo", desrazão. Todos os indivíduos que não produziam socialmente (alienados) foram excluídos da sociedade em Hospitais Gerais, inclusive os loucos. Tais instituições não possuíam, a princípio, função curativa e sim, função de repressão à ociosidade e à mendicância desses indivíduos. Os hospícios surgem no Brasil à semelhança dos hospitais gerais europeus: instituições com o objetivo de "higiene pública" (retirar das ruas o espetáculo deprimente que era a loucura) e de exclusão dos indivíduos. Como o próprio vídeo cita, o manicômio de Barbacena acolhia alcoólatras, portadores de deficiências físicas e os loucos, indivíduos esses reclusos da sociedade e sem garantia de direitos, já que não produziam socialmente. Os loucos representavam uma ameaça à ordem pública. A partir dessa progressão histórica, fica fácil de entender como os loucos eram tratados dentro dos manicômios: isolados do convívio social, eram ainda segregados dos outros internos dentro do manicômio e sofriam castigos físicos. As condições de vida dentro de um manicômio eram as piores possíveis. Era comum que corpos estivessem largados no chão e as práticas, ditas terapêuticas, eram totalmente desumanizadas. Foi criado um modelo de hospitalização relacionada ao objetivo de exclusão, ou seja, uma ideia de periculosidade (ameaça à ordem pública) ligada ao diagnóstico. A Reforma Psiquiátrica, que ocorre no Brasil, na virada da década de 70-80 do século XX, significa uma proposta alternativa no quesito assistência à saúde mental e representa um marco na processo de luta antimanicomial: um processo que visa, gradativamente, substituir o modelo hospitalocêntrico e manicomial dos hospícios brasileiros. Representaria, portanto, um novo modelo de organização e atenção à saúde mental, com novas propostas terapêuticas (uma delas a laborterapia). Ao meu ver, isso é muito válido, já que pode proporcionar uma série de vantagens no tratamento da loucura. A fundação dos Centros de Atenção Psicossocial já representa um grande avanço, onde se tenta "incluir", ao invés da exclusão proposta pelos hospitais psiquiátricos. O louco é o maior conhecedor sobre loucura e o que menos tem voz nesse quesito. O profissional de saúde deve reconhecer isso e promover, portanto, um tratamento mais humanizado ao louco. A equipe de suporte deve ser composta não só pelo médico psiquiatra, e sim, por profissionais de diferentes áreas (inclusive das humanas), para que o louco possa ter vez. É claro que a Reforma Psiquiátrica no Brasil proporcionou um grande avanço nesse quesito (especialmente o de suprimir práticas consideradas como maus-tratos), mas ainda existem inúmeros desafios para que os loucos possam vir a fazer parte do mesmo lado da moeda dos ditos "normais", como cidadãos que merecem respeito e atenção devida de todo indivíduo, inclusive do profissional de saúde.
    "Mais do que buscar a aceitação de uma nova política assistencial, o desafio nesse campo é produzir uma nova sensibilidade cultural para com o tema da loucura e do sofrimento psíquico. Trata–se de promover uma desconstrução social dos estigmas e estereótipos vinculados à loucura e à figura do doente mental, substituindo–os por um olhar solidário e compreensivo sobre a diversidade e os descaminhos que a experiência subjetiva pode apresentar, olhar fundado numa atitude de respeito, tolerância e responsabilidade com aqueles que se encontram com sua normatividade psíquica restringida" (JÚNIOR,B.B., Physis: Revista de Saúde Coletiva, vol. 17 nº2, Rio de Janeiro, 2007)

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  5. *Saúde Mental está em todos os cenários, em cada ser humano. Não é algo dissociável, ou algo apenas de quem possui um sofrimento psíquico "importante". ÀS vezes, atenção mental só é dada aos pacientes que se queixam diretamente de suas perturbações "nervosas" ou quando, em pior situação, a família toma a voz do paciente para uma intervenção. Esse é um primeiro cuidado que devemos ter ao conhecer uma pessoa que busca ajuda, a dimensão afetiva e mental que cada um possui e lhe é particularizada.
    *Com relação aos pacientes de transtorno mental, ocorreu uma tremenda injustiça durante anos,décadas,séculos. Eles perderam sua identidade, sua liberdade, sua voz. Foram encarcerados, tratados de qualquer maneira- pior ainda que animais ditos irracionais-, negligenciados em suas necessidades, excluídos do convívio social. Isso, no entanto, não é algo apenas do passado, ainda existe esse tipo de tratamento (exemplo : http://www.redehumanizasus.net/63056-policia-fecha-clinicas-de-recuperacao-suspeitas-de-torturar-pacientes), porém em menor escala. A luta pelos direitos desses pacientes continua e deve ser priorizada nos atendimentos.
    *Foi por conta de todos esses malefícios citados que surgiram a reforma psiquiátrica, a luta antimanicomial, idealizadas principalmente por trabalhadores da rede!- para se ter ideia do quão penoso era esse ambiente dos hospitais psiquiátricos. Mas a luta ainda continua, esse ano vários debates foram travados sobre internação compulsória, abertura de novos hospícios... Perdendo de vista todo instrumento criado para substituição desse modelo arcaico- CAPS, RESIDÊNCIA TERAPÊUTICA, PROGRAMA DE VOLTA PRA CASA, LEITOS DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA EM HOSPITAIS GERAIS...e uma coisa bastante importante , pouco divulgada/sabida, é o matriciamento realizado por estudiosos e atuantes na área de saúde mental das unidades de saúde da família, buscando um melhor acompanhamento e suporte às pessoas portadores de transtorno mental.
    * Então, não é só enquanto futuros médicos, mas enquanto cidadãos que devemos defender um atendimento de boa qualidade, sem exclusão social, baseado nas necessidades individuais (com planos terapêuticos singularizados). Especificamente na área da Medicina, atender com todos esses critérios e não delegar o cuidado apenas ao psiquiatra.

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  6. “Milhares de mulheres e homens sujos, de cabelos desgrenhados e corpos esquálidos cercaram os jornalistas. (...) Os homens vestiam uniformes esfarrapados, tinham as cabeças raspadas e pés descalços. Muitos, porém, estavam nus. Luiz Alfredo viu um deles se agachar e beber água do esgoto que jorrava sobre o pátio. Nas banheiras coletivas havia fezes e urina no lugar de água. Ainda no pátio, ele presenciou o momento em que carnes eram cortadas no chão. O cheiro era detestável, assim como o ambiente, pois os urubus espreitavam a todo instante”.
    Situação presenciada pelo fotografo Luiz Alfredo, no Hospício de Barbacena, MG

    ... Situação extremamente vergonhosa para o Brasil, em pleno século 20. Uma pena que o ocorrido após a Revolução Francesa, não tenha conseguido chegar aqui. O interessante é que as famílias das pessoas que eram exiladas nesse hospício simplesmente não se importavam. Contudo olhando para o PEQUENO lado positivo, essa violência asilar deu impulso para que a reforma psiquiátrica acontece-se, claro falando de forma resumida.
    A saúde mental no Brasil deve ser uma união do estado, profissionais bem treinados e a família do paciente, ou nada disso vai mudar. É segundo informações obtidas nas aulas de saúde coletiva III e Psicopatologia, os CAPS representam essa união. Onde os pacientes psiquiátricos possuem um convívio mais humanizado, digno de um ser humano. Muito diferente do que aconteceu no Hospício de Barbacena. Contudo ainda falta muito para que essa “união” seja perfeita e para isso, nós como futuros médicos temos que aprender a lidar melhor com os ditos loucos. Não tratá-los como eram tratados no passado, como animais exilados, presos em barcos ou casas de “repouso” longe das cidades, porque simplesmente não agiam como a sociedade cruel queria. Todo paciente psiquiátrico merece ser ouvido, merece ter sua anamnese e exame físico coletados, mesmo que isso dure muito tempo.

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  7. “Olhar os erros do passado para não repeti-los no futuro”. Será que realmente aprendemos com o passado?
    No Brasil, apesar dos avanços legislativos no campo da saúde mental a cultura da impunidade e da violação dos Direitos Humanos dos portadores de transtornos mentais permanece, sobretudo, nos hospitais psiquiátricos que ainda se encontram em funcionamento. Observa-se que o movimento de luta antimanicomial é um processo coletivo e lento que envolve grandes desafios, conflitos e ambiguidades a serem superados. É claro, que muita coisa mudou, já vislumbramos alterações significativas nas dimensões epistemológica, técnico-assistencial, político-jurídico e sociocultural.

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  8. Concordo plenamente com e Diani e Ana Caroline. Durante séculos os "loucos" foram maltratados e excluídos da sociedade. Felizmente, no Brasil, houve a reforma psiquiátrica, iniciando um processo de integração do paciente psiquiátrico à sociedade. Como médicos e, principalmente como cidadãos, devemos tomar cuidado com julgamentos, não somente em relação aos "loucos", mas também em relação à população no geral. Incontestavelmente, a medicina errou muito no passado e ainda erra. Todavia, também progrediu bastante. Espero que o sistema de saúde, incluindo, claro, os médicos ofereçam o suporte necessário para a reabilitação física, emocional e social do paciente portador de alterações psíquicas.

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  9. É notório que a discriminação e a falta de humanização realizadas contra os loucos nesses hospitais psiquiátricos é absurdamente gritante. Porém devemos lembrar que esses manicômios, no caso dessa discussão: o de Barbacena, foram criados no final do século XIX e início do século XX. Neste século, ainda perduravam ideias vindas de períodos anteriores no qual se acreditavam que os loucos não tinham alma, que eram possuídos pelos demônios (ainda se é possível encontrar pessoas que acreditem nisso até hoje), e que esse mal era transmissível (dando “respaldo” para a internação dos loucos). Práticas como o choque elétrico, tortura generalizada, aprisionamento, etc. mostravam que essas medidas davam “certo” na tentativa de acalmar e controlar os loucos, o que corroborava com a ideia de ser um tratamento eficaz. Outro fator que apoia a ideia da internação dos loucos é a cultura daquela época; pois, dentre outras coisas, a presença de parentes loucos era vista com maus-olhos pela sociedade. Apenas no século XVIII, que Phillippe Pinel, pai da psiquiatria, introduz a ideia de ver o louco como um doente, e assim, este poderia ser tratado. Mesmo assim, apesar disso acontecer no século XVIII, essa ideia só foi “ganhar força” em meados do século XX, onde a loucura passa a ser denominada de doença mental. Portanto, as criticas às formas de internação e de tratamentos dos loucos são válidas e coerentes; porém devemos nos questionar o porquê dessas internações e nos situarmos na época em que ocorreu. Só para fazer uma analogia, você acha que, atualmente, o tratamento dado aos presidiários é diferente do que ocorria com os loucos de antigamente? E você acha que esses mesmos presidiários não têm alma, família, vontade, desejos ou sonhos, como os loucos de antigamente? Será que não é necessário também mudar a forma de tratamento com os presidiário, como foi mudado com os loucos antigamente? Sou totalmente contra o modo como os loucos eram, e ainda são, vistos. Mas antes de criticar, xingar e esculhambar o que se ERA feito; botemos a mão na consciência e reflitamos sobre o que É feito! A crítica só é válida se for construtiva. Como é mencionado no próprio vídeo: “Olhar os erros do passado para não repeti-los no futuro”.

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  11. Ao longo da história, a loucura foi vista tanto sob uma visão positiva como também negativa. No âmbito positivo, foi encarada como algo divino e no negativo como algo anormal. No entanto, em ambas as visões, o louco sempre foi separado e marginalizado pela sociedade. Os locais de acolhimento de pessoas com problemas psiquiátricos muitas vezes não prestavam um atendimento qualificado e humanizado. Muitos pacientes sofreram e padecerem sob esse sistema que arrancava a dignidade do ser humano. Além disso, várias técnicas de tortura foram usadas no intuito de trazer a cura para a loucura.
    As mudanças que aconteceram devido à reforma psiquiátrica contribuíram enormemente para transformar o modo como a sociedade tratava o louco. A doença mental requer tratamento, mas é necessário fazê-lo de forma humanizada. O paciente psiquiátrico precisa ser reconhecido como igual, e respeitado por suas diferenças.

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  12. 'Antes que você torça o nariz e sinta náuseas diante dessas falas grotescas e corpos arruinados pelos hospícios e pela vida, saiba que pelo avesso elas falam de beleza, saúde, alegria, bem-estar e esperança. Compare-se à essas pessoas (sim, são pessoas, membros de nossa espécie Homo sapiens, gerados em ventres humanos), e descubra que sua ocasional infelicidade é insignificante, que sua ligeira depressão é frescura, que suas rugas são lindas e que o mundo chato que você vive é o paraíso.
    Estes infelizes existem para lembrá-lo que sua felicidade é mais real do que você imagina. Sinta-se igual a eles.
    Você é apenas o outro lado da moeda.'

    (Edson Brandão - "Museu da Loucura" - Barbacena/MG)

    Nada melhor que esse trecho tão profundo para iniciar o comentário.A loucura sempre foi um tema presente ao longo da história e depois da revolução francesa se torna uma problema politico,pois tal revolução pregava os ideais de "Igualdade,liberdade e fraternidade" e esses ideais não contemplaram os "loucos",uma vez que estes não seriam mão de obra.Assim,a psiquiatria surge como uma área que resolveria o problema politico da loucura e justificaria a internação desses indivíduos.O que se vê em Barbacena é uma amostra de como a loucura foi encarada por muitos anos:"Não se morre de loucura. Pelo menos em Barbacena. Na cidade do Holocausto brasileiro, mais de 60 mil pessoas perderam a vida no Hospital Colônia, sendo 1.853 corpos vendidos para 17 faculdades de medicina até o início dos anos 1980, um comércio que incluía ainda a negociação de peças anatômicas, como fígado e coração, além de esqueletos"(Daniela Arbex,Holocausto brasileiro,50 anos sem punição).Diante de tantos anos de descaso,vem se discutindo sobre Reforma Psiquiátrica e Luta Antimanicomial,tais aspectos se enquadra no que preconiza esses 13 anos de HumanizaSus.O tratamento humanizado deve ser a prioridade dessa nova era da psiquiatria que em conjunto com outras áreas da saúde tem atuado em CAPS,NAPS.A luta deve serpara tratar as pessoas com outras bases, mais solidária e ética, sem excluí-la e sem ferir sua dignidade.

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  13. Podemos pensar que o curto vídeo sobre a história do manicômio de Barbacena remonta o relato sobre as experiências das internações vividas por Lima Barreto no Hospital Nacional dos Loucos no final do sec.19 (o qual ele denominou de "O Cemitério dos Vivos" em sua obra "Diário do Hospício")possibilitando um mergulho profundo no cotidiano de um mundo propositalmente construido á parte da sociedade, no qual a arquitetura da instituição e os maus tratos,minuciosamente planejados, evidencia o objetivo da exclusão daqueles considerados como perturbadores da ordem social mostrando ,também, de que forma sua experiência no universo da arquitetura manicomial deixa claro como as instituições,naquela época, eram costruidas embasadas nos valores que atravessam a sociedade naquele momento e como, ao mesmo tempo, suscintam questionamentos á medida que esses valores se modificam com o passar do tempo. E foi nestes questionamentos que se deu ênfase a uma reforma psiquiatrica nas últimas décadas obetivando mudar alguns conceitos de como a sociedade e alguns profissionais da saúde devem se comportar diante daqueles considerados "loucos" buscando de forma mais humanizada a possibilidade do bom convívio social ao invés do isolamento do doente mental.

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  14. Excluídos desde sempre, passando de ''bobos da corte'' a indesejáveis, da ''naus dos loucos'' aos ''trens dos louco'', as pessoas que apresentam alguma patologia de caráter mental sofrem com o preconceito da sociedade que os julga como inconvenientes, a começar, muitas vezes, pela própria família. Seguindo a ideia de aprisionar os leprosos a fim de não contaminar os demais da sociedade, os louco também tiveram o direito a ''viver a vida'' negado. Junto com os alcoólatras e pobres (estes libertados após a Revolução Francesa), eram jogados nos hospitais gerais para não perturbarem uma aristocracia ocupada demais consigo. No Brasil, a ideia de manicômio surgiu com o propósito do cuidar científico e da higiene urbana, se manteve apenas com o último intuito. Trancava pessoas que fossem indesejáveis ao convivio social e, ao invés do cuidar científico, tinham o cuidar 'financeiro'' - quem pagava mais tinha um cuidado melhor daqueles que a família não possuía meios. Além disso, maus tratos, como hoje é de conhecimento público, eram rotina para essas pessoas. Condenadas a prisão por cometerem o crime de terem algum tipo de transtorno mental que incomodasse os indivíduos ''normais'', não podiam fazer nada além de esperar pela morte, seu único meio de ganhar a liberdade, e uma importante fonte de renda ao manicômio, já que muitos corpos eram vendidos às faculdades de ciências médicas. Depois, com muitas formas de manifestações contra tais entidades, acabaram os manicômios, e surgiram as políticas de saúde mental, na qual hoje temos como base os Caps, Naps, que visam o cuidado sem o aprisionamento dos pacientes, sua integração com a família e a sociedade, mantendo terapias como a laboterapia, pode ser considerada um avanço nesse processo, embora anda haja muito o que fazer, a começar por ouvir, dar a devida atenção ao paciente, entender suas confusões, seus delírios, suas necessidades e, principalmente, vencer o preconceito velado que ainda existe em nosso meio.

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  15. Do que se trata o louco, senão o indivíduo que tem seu bem mais precioso afetado, sua mente. E a mente é senão o ponto onde convergem todas mazelas aplicadas a um ser humano. Doenças, mal tratos e traumas... a maioria dessas degradações físicas e psíquicas afetam negativamente a vida de qualquer humano. Ora, como tratar então essa mente “louca” se o que fazemos é machucar mais e mais, gerando mais traumas? Quais objetivos a medicina tem com determinado “tratamento”? É bem verdade que se podem condicionar homens e animais através de castigos. Sim, castigando, ensinamos que não se pode agir de determinada forma. Sim, com castigos dá para ensinar qualquer um a montar objetos, cumprir tarefas. Mas não estamos com isso criando seres humanos. Se hoje em dia nem com animais muita gente concorda com maus tratos, quiçá com seu ente geneticamente mais símile. Tratar um ser humano envolve valores complexos e muito mais delicados. Envolve lembrar, que o lazer, o prazer, é necessidade ápice de qualquer ser humano... desde o masoquista e “workarollic” aos “bon vivant” temos seres, que de uma forma “diferenciada” buscam seu bel prazer num caminho próprio. Com o “louco” não é diferente. Eles podem ser diferentes é bem verdade, e no fundo precisam apenas de compreensão por parte do Contrato Social. Já se disse que “esperto o primeiro que cercou um pedaço de terra e chamou aquilo de ‘meu’”. Estendendo essa posse capitalista, temos o contrato social, determinado pelos primeiros e sempre modificado pelos últimos. É o que está ocorrendo. Inevitável no ínicio os loucos sofressem. Quanto mais perto de uma fundação de algo (sociedade) que possua regras (contrato social), certamente a busca pela manutenção da “ordem” é mais radical. Esse controle envolve então todos os parâmetros da vida do cidadão, incluindo meus caros o seu prazer (mesmo hoje o que acontece em 4 paredes é um tabu), daí o castigo, punição à sua exarcebada vontade própria. Cabe a nós que amadureçamos nossas ideias, nossas crenças, nossos tratamentos, inclusive de nós que somos normais.
    p.s.: 1- Usei da palavra “prazer”. Deixo claro que foi usada num aspecto bem amplo, do “prazer de viver” mesmo, e não apenas na sua conotação sexual. 2- a crítica vale para a taxação dos loucos não envolvidos em crimes (sexuais, homicidas, atentados). Uma reflexão diferente para os “loucos criminosos” far-se-ia em outro texto.

    Daniel Vieira Fujishima

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  16. HOLOCAUSTO BRASILEIRO; ISTO ACONTECEU AQUI!
    O hospício conhecido por Colônia, em Barbacena (MG), foi palco de uma das maiores atrocidades contra a humanidade no Brasil. Lá, com a conivência de médicos e funcionários, o Estado violou, matou e mutilou dezenas de milhares de internos.

    No hospício, perdiam seus nomes e suas roupas. Viviam nus, comiam ratos, bebiam água do esgoto, dormiam ao relento, eram espancados. Nas noites geladas, cobertos por trapos, morriam pelo frio, pela fome ou pela doença. Em alguns períodos, 16 pessoas morriam por dia nesse manicômio.
    Os cadáveres eram vendidos para faculdades de medicina. Quando não havia comprador, os corpos eram banhados em ácido no pátio, diante dos internos.Isto mostra nos dias atuais q não é tão diferente crianças ,velhos são menosprezados pela sociedade e o estado q não dar amparo devido e o que fazer só olhar?

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  17. Não havia qualquer critério para internação no Hospital Colônia. Os desafetos sociais eram enviados a Barbacena no chamado “trem de doidos”, que vinha de várias partes do país. A maneira como os pacientes eram abarrotados nos vagões de carga lembrava os campos de concentração nazista. Entrar na Colônia era uma sentença de morte. Por mais duro que seja, há que se lembrar sempre, para nunca se esquecer - como se faz com o holocausto - as condições subumanas vividas naquele campo de concentração disfarçado de hospital. Trazer à tona a triste memória dessa travessia marcada pelo desrespeito aos direitos humanos é uma forma de consolidar a consciência social em torno de uma nova postura de atendimento, gerando uma nova página na história.

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  18. Idéias sobre saúde mental, atualmente existe vários tratamentos para a loucura, desde medicamentosos ate terapia ocupacional. Mas acredito que deveria ter uma terapia afetiva, entre profissionais da saúde e o paciente psiquiátrico, associados ao dialogo - o saber ouvir dos profissionais - para a compreensão e tratamento deles. E a terapia ocupacional que ajudaria na parte cognitiva.
    Sobre o luta antimanicomial, sou a favor da existência de manicômio, pelo simples fato de que a população mais carente sofreria muito com a falta dele. Como uma família pobre iria tratar um doente mental agressivo, já que não teria condições financeiras para isso, não teria como dar assistência médica 24h por dia, no qual precisaria de médicos psicólogos enfermeiros e uma casa com estrutura adequada para os devidos cuidados, nos quais o SUS não cobre.
    Já vim reportagem de família que prendiam filhos viciados em drogas, em grades, outras acorrentavam para evitar que eles saíssem para usar droga, com o simples argumento de não saberem como lidar com eles. E isso poderia acontecer com o fim dos manicômios.
    Não defendo o fim dos manicômios, mas defendo um tratamento de qualidade e humanizado, já que estamos lidando com seres humanos.

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  19. DJENAL NUNES DE FREITAS
    ¨Olhar os erros do passado para não repeti-los no futuro!!”
    Grotesca, desrespeitosa, humilhante a forma que os loucos (excluídos!) vêm sendo tratados durante séculos. Incômodo e vergonhoso saber que esse descaso e essa tortura acontece ainda hoje (também) em abrigos para menores, asilos presídios...
    Animador saber que houve uma evolução e que a reforma psiquiátrica trouxe uma proposta muito mais humanizada, que visa promover o convívio social dos loucos evitando seu isolamento. Necessário, realmente, a busca da compreensão e tratamento do indivíduo procurando incluí-lo na sociedade.

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  20. Muitos já falaram sobre a forma como os pacientes psiquiátricos foram tratados ao longo dos seculos, mas o que temos hoje? A reforma psiquiátrica do país, de 2001, provê uma tentativa de humanização no tratamento ao pct psiquiátrico através da redução dos leitos em hospitais psiquiátricos, criação e ampliação dos CAPS, residências terapêuticas e aplicação de tratamentos voltados para a inserção do pct na família, na sociedade, ao invés do seu isolamento, como feito anteriormente ao longo dos seculos e citado anteriormente pelos meus colegas. Entretanto estamos no BRASIl... País em que visões pessimistas e realistas se confundem, cheio de projetos bonitos de se ver, mas impraticáveis por inúmeras causas. O país ainda não faz sequer o básico, quiça tratar efetivamente um grupo de pcts que sempre existiu, continuara existindo e que cresce a cada dia devido ao aumento do uso de drogas ilícitas. Na minha concepção, o tratamento para qualquer pct, seja psiquiatrico ou não, deve ser feito de forma humanizada, a proposta é boa, precisa ser amadurecida, precisa ser aplicada e de forma plena. Victor Viana

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  21. Os conceitos de normal e anormal sempre foram bastante discutidos. Normal pode ser o comum, usual, frequente. Anormal, simplesmente o incomum. Normais também podem ser as atividades desempenhadas pelo indivíduo segundo seus gostos próprios ou de acordo com os valores do meio. Anormal, simplesmente o patológico.
    Desde a Idade Média até o século XX (no Brasil), os leprosos, prostitutas, alcóolatras, mendigos, loucos, foram classificados como patológicos e excluídos da sociedade. Nos locais de isolamento, diferentes apenas pelos nomes recebidos (Hospitais Gerais, Santas Casas, manicômios, etc.), sofreram castigos aterrorizantes e foram tolhidos de seus direitos para que não causassem a “desordem social”; ou seja, por não seguirem os costumes de cada tempo.
    A sociedade precisa descobrir que patologia não é sinônimo de incomum, afinal, todos os seres humanos adoecem; e aprender que as histórias dos indivíduos diferentes pelas crenças, valores, alterações físicas ou mentais também devem ser ouvidas.
    Assim, os loucos não são anormais simplesmente por seguirem seus próprios gostos. Suas histórias de vida precisam ser escutadas, seus problemas devem ser tratados e acompanhados por equipes multidisciplinares da saúde, e não apenas devem receber medicamentos.
    O louco é quem mais conhece a loucura, então, por que não ouví-lo?
    Bertha Catharine Silva

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  22. A reforma psiquiátrica teve e tem como principal objetivo substituir os “tratamentos” baseados em internações (e exclusão social) por um tratamento mais humanizado dos pacientes com transtornos mentais. De forma a garantir o respeito a seus direitos e a sua individualidade e que tente resgatar a capacidade do indivíduo de interagir com o universo ao redor. A ideia era fazer a substituição gradual dos manicômios por serviços que visam integrar a pessoa portadora de transtornos mentais à sociedade. Foram instituídos os CAPS, consultórios de rua, atendimento em unidades de Saúde Família entre outras ações. É importante destacar também que não devemos ter um uma ideia “restrita” da reforma. As políticas públicas de saúde mental envolvem muitos processos complexos e sociais. Não se tratam apenas da reorganização dos serviços, modernização de técnicas terapêuticas e humanização do caráter violento que existia nas instituições asilares. Mas sim de um conjunto de transformações de práticas, valores culturais e sociais composto por diversos participantes e instituições. Embora a reforma psiquiátrica tenha melhorado, e muito, a situação dos “loucos” eles ainda passam por um intenso processo de exclusão sendo considerados abomináveis e marginalizados por uma parcela da sociedade. Não há mais o espaço físico de exclusão, representado pelo manicômio, mas há o “espaço” social, na convivência do cotidiano. Precisamos incorporar a ideia de que todo cidadão, independente de sua condição, tem direito a saúde e a um atendimento adequado e resolutivo para com as suas necessidades. O primeiro passo já foi dado, mas temos um longo caminho pela frente e muitos desafios a serem transponíveis.

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  24. Rafaela Gomes dos Santos
    Há séculos o louco é entendido não só como um doente, mas também como um desorganizador do espaço urbano. Assim como os leprosos na Idade Média, os loucos foram excluídos da sociedade, tanto pela “Nau dos Loucos” – a qual os entregava a compradores que os levava a outras cidades – como pelo encarceramento com o surgimento dos Hospitais Gerais. Depois surgiram os hospícios com o objetivo de medicalizar a loucura. Porém não foi bem isso que aconteceu. Os hospícios eram simplesmente depósitos de loucos, os quais não tinham direito nenhum como cidadão e eram tratados como se estivessem em uma prisão perpétua e sob diversos maus tratos.
    A reforma psiquiátrica e a luta antimanicomial vieram para acabar com tais injustiças e inserir o louco na sociedade, afinal ele é “gente como a gente”. Políticas de saúde mental, CAPS, Naps, entre outros programas, vieram para humanizar a saúde mental, tratar os pacientes dentro do convívio social e não através de exclusão e conscientizar a população a cerca do assunto.
    Hoje em dia a internação compulsória de moradores de rua viciados em crack, os quais são internados contra vontade própria como na época dos manicômios, trás novamente os conceitos de luta contra esse tipo de internamento. Será que eles deixarão de ser viciados através de uma escolha que não é deles? Será que tais medidas estão sendo feitas realmente para o bem desses cidadãos ou será apenas para a limpeza das cidades? É triste que em pleno século XXI, ainda são encontrados locais onde tratam os pacientes em condições sub-humanas e sob torturas (http://g1.globo.com/goias/noticia/2013/06/policia-fecha-clinicas-de-recuperacao-suspeitas-de-torturar-pacientes.html).
    Devemos ouvir e dar a devida atenção não só a esses pacientes, mas a todos eles. Antes de futuros médicos devemos ser pessoas humanas.

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  25. JOÃO CARLOS DA SILVA GOMES BEZERRA

    O esvaziamento da lepra, a partir do século XV deu lugar a outro tipo de exclusão. Os leprosários foram instituições criadas com o objetivo de privar o doente do contato com os demais indivíduos, não tendo, pois, finalidade terapêutica alguma. Com o fim das cruzadas, perdeu-se um dos principais focos de contaminação, a saber, o contato entre ocidentais e orientais. Além disso, a exclusão vivenciada pelos doentes nas instituições de abrigo manteve a doença confinada a um determinado local físico, exterminando-a das cidades. Em um primeiro momento, as gafarias foram ocupadas por portadores de doenças venéreas, pois estas eram consideradas doenças passíveis de correção moral. Contudo, com o advento do uso do mercúrio e de outras intervenções, os indivíduos portadores desse tipo de doença foram aceitos nos hospitais, ficando a cargo da Medicina. A sífilis passou, pois, a ser doença merecedora de tratamento. Dessa forma, coube à insanidade assumir o papel que antes pertencia à lepra.
    Em alguns de seus textos, Michael Foucault mostra que a exclusão originou-se justamente porque não se sabia o que fazer com os alienados. A “Stultifera Navis” nada mais seria do que uma nau repleta de indivíduos libertos no horizonte e, ao mesmo tempo, prisioneiros de seu próprio cárcere. Aprofundo o pensamento do filósofo, e percebo que a nau retratada nas letras do filósofo francês é transposta com facilidade para o século XX e, por que não, para a atualidade. Um dos objetivos do encarceramento dos alienados – senão o âmago – era promover uma limpeza urbana citadina. Já que não se conseguia encontrar uma “cura” para o mal, nem se tinha noção de como se proceder com aqueles indivíduos, optou-se por retirá-los do convívio social.
    A verdadeira revolução psiquiátrica ocorrerá a partir do momento em que a sociedade possua a destreza e o conhecimento necessários à compreensão de que o melhor tratamento para um insano é a sua inclusão social espontânea e livre de preconceitos.

    JOÃO CARLOS DA SILVA GOMES BEZERRA

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  26. Acredito que saúde mental seja realmente um tema muito mais amplo. Não se pode pensar apenas na loucura quando se fala em saúde mental. Geralmente o que vem em nossas mentes é que quem precisa de saúde mental são os loucos. Todos precisamos de saúde mental, faz parte do conceito de saúde: tanto a perfeita ordem do físico como do psíquico. Quando o desvio do psíquico é muito maior que o do físico surge todo o estigma feito em torno da loucura. Hoje em dia muita coisa já mudou, mas ainda há muito que mudar (assim como na saúde em geral)! A saúde mental precisa ser posta dentro da realidade, e deixar de ser um tema "afastado", cheio de "nove horas" para ser tratado.

    " O manicômio é a tradução mais completa dessa exclusão, controle e violência. Seus muros escondem a violência (física e simbólica) através de uma roupagem protetora que desculpabiliza a sociedade e descontextualiza os processos sócio-históricos da produção e reprodução da loucura.
    A ruptura com o modelo manicomial significa, para o movimento, muito mais do que o fim do hospital psiquiátrico, pois toma como ponto de partida, de acordo com Abou-Yd & Silva12, a crítica profunda aos olhares e concepções acerca deste fenômeno. Significa a "contraposição à negatividade patológica construída na observação favorecida pela segregação e articuladora de noções e conceitos como a incapacidade, a periculosidade, a invalidez e a inimputabilidade". "Significa ainda mirar a cidade como o lugar da inserção"; a possibilidade de ocupação, produção e compartilhamento do território a partir de uma cidadania ativa e efetiva. "
    Tirei este trecho de um material sobre a luta antimanicomial porque achei que ele resume bem a idéia! As doenças mentais tem suas particularidades (sim, como todas as outras) e por isso precisa de tratamento de acordo com essas particularidades, mas NADA justifica o que vimos no vídeo acima. Acima de tudo , respeito e cidadania, para todos. A inserção do doente mental na sociedade é indispensável para o seu progresso. Sem falar no progresso pessoal de quem aprende a receber e respeitar "o louco" no seu dia-a-dia!

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  27. Renata Sousa de Santana Silva

    A exclusão social do louco não é um episódio recente, desde a idade média os loucos eram excluídos de diversas maneiras a exemplo da nau dos loucos, onde loucos eram jogados em navios mercadores e ficariam “à deriva”, sempre afastados dos “normais”. A loucura nessa época era encarada como uma morte em vida, o louco seria alguém privado de sonhos, anseios e vontades. Era visto como um insano. Em meados do século XIX com Descartes, a loucura passa a ser associada somente a pensamentos equivocados, ao erro. Eles eram internados nos hospitais gerais e acreditava-se que a salvação estaria no trabalho, logo os loucos eram tratados com a laborterapia. Com a revolução francesa, mesmo com os princípios de liberdade, igualdade e fraternidade o louco manteve-se encarcerado com a justificativa que eles rompiam com o contrato social. Em 1838 com a primeira lei de assistência pública só os médicos teriam o poder legal para as interdições. A medicalização dos hospícios no Brasil só ocorre 100 anos depois da Europa.
    Vemos que na sua história, o louco foi sempre excluído e até hoje encontra-se nessa situação. Vemos também que a sociedade sempre o enxergou como um insano, que não sabe o que diz. Mas será que a melhor forma de trata-los é a exclusão do convívio em sociedade? Será que por eles serem diferentes não têm os mesmo direitos dos que se dizem “normais"? Em 1987 surge o Movimento de Luta Antimanicomial que propõe alternativas terapêuticas aos indivíduos com transtornos mentais como a inserção dessa pessoa na comunidade e um tratamento sem doses abusivas de medicamentos e maus tratos. Acredito que essa população historicamente excluída merece um tratamento diferente do que acontecia em Barbacena, merece um tratamento mais humanizado.

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  28. MAYO KAYANN GUERRA SILVA TAVARES

    O descaso que aconteceu, e acontece, com o louco não é algo para fecharmos os olhos. Tanta coisa aconteceu desde que eles tomaram o lugar dos leprosos, ocupando as grandes casas. Os loucos foram tirados das ruas, das suas casas, dos seus lugares de origem e foram colocados em um lugar onde não pudessem ser vistos pela sociedade, ou eram enclausurados em "manicômios" ou jogados na "Nau dos loucos". A intenção do governo na época era esconder a poeira em baixo do tapete. Preferiram esconder o problema à lidar com o mesmo de cara e resolver. Hoje o problema se acumulou e virou uma bola de neve.
    A reforma psiquiátrica vem com a tentativa de resolver esses problemas. A proposta central da reforma é a substituição progressiva dos leitos psiquiátricos por uma rede integrada de atenção à saúde mental(CAPES, NAPES, Hospital-dia). No entanto, dados de 2005, 93% dos recursos do Ministério da Saúde para a Saúde Mental ainda são destinados aos hospitais psiquiátricos.
    A ideia do projeto é muito inteligente e passível de ser executada. Um dos problemas que dificultam essa execução é a magnitude do problema SAÚDE MENTAL no brasil. Temos em torno de 300 CAPES e 5.000.000 de pessoas que precisam de atendimento. Claro que haverá uma superlotação e uma das maneiras de solucionar o caso é potencializar as unidades básicas para abordagem das situações de saúde mental. Um outro problema que existe é em relação a qualidade e quantidade de profissionais na área. É nessa parte da história que nós entramos! Seremos futuros médicos! Não podemos resolver sozinhos o problema, mas criticar o estado atual e não se predispor a fazer sua parte também não vai ajudar!

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  29. Gabriel Reis Castro

    Nos últimos séculos, muito se avançou no campo da saúde mental, tanto no quesito de entendimento das patologias e desordens mentais, quanto no tratamento e na qualidade de vida daqueles que sofrem com tais problemas. Apesar dessa palpável evolução - uma conquista imensurável foi a abolição dos manicômios, por exemplo - a situação em que vivem "loucos", deficientes mentais, alcoólatras, viciados ainda é extremamente delicada. Vítimas de uma incapacidade da sociedade de lidar com suas diferenças e de integrá-las ao convívio comum, grande parte dessas pessoas ainda vive marginalizada, sem direitos básicos que deveriam ser inerentes a qualquer cidadão.
    Para continuar avançando e garantir a qualidade de vida a que essas pessoas têm direito, o único caminho é a inclusão social. Para que ela seja viável, políticas educacionais perante a população e ações de gestão do SUS fazem-se necessárias. Junto à comunidade, é preciso desmistificar os transtornos mentais através de conscientização e esclarecimento. É preciso, também, informar sobre como lidar com as pessoas afetadas por esses transtornos, quais as alternativas de tratamento e reabilitação disponíveis e gratuitas. Além disso, é vital garantir a universalização do atendimento aos portadores de doenças mentais através da expansão dos CAPS, oferecendo, assim, meios de inserção desse grupo tão marginalizado na sociedade.

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  30. JOELMA VIEIRA SANTOS

    O Museu da loucura em Barbacena , Minas Gerais, mostra o retrato de como os loucos eram encarados no início do séc. XX, é importante salientar que o tratamento desumano destinado aos loucos não era fato isolado, era comum na maioria dos manicômios, inclusive na Europa, que como os brasileiros também abrigavam alcoólatras, prostitutas, mendigos, doentes, entre outros. Os manicômios dessa época ainda não se preocupavam com o tratamento e muito menos com terapias alternativas que minimizassem pelo menos a impressão de que aqueles ambientes não passavam de prisões.
    As falhas eram inúmeras inclusive na admissão, provavelmente não havia anamnese voltada a classificar os loucos em suas patologias e mesmo que houvesse esse diagnóstico, que este não servisse apenas como um rótulo que justificasse o controle social sobre o sujeito.
    Hoje sabemos que houve progresso na qualidade do atendimento aos pacientes com transtornos mentais. Os profissionais em saúde mental já seguem uma propedêutica mais adequada que facilita mais o diagnóstico. Na anamnese são colhidas as informações sobre sintomas e sinais que o paciente tem apresentado ao longo da vida e também investiga-se os seus antecedentes pessoais e familiares. O exame psíquico vem logo em seguida e também é chamado de exame do estado mental atual. A avaliação física também é importante, porém, ainda promove um pouco de resistência na execução. Por fim, temos a avaliação neurológica que depende de uma anamnese bem colhida e de um exame neurológico objetivo.
    Portanto, sabemos que hoje o avanço da medicina psiquiátrica nos fornece meios para diminuirmos as arbitrariedades diagnósticas e que isso aliado ao bom senso do profissional pode contribuir para a melhoria das condições de vida dos pacientes com transtornos mentais. Se os manicômios passarem a adotar essas medidas, tal qual alguns manicômios do país já adotaram, e se tornaram referência nacional, com certeza teremos um progresso humanizado nessa área.

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  32. Gislaynne Oliveira Bezerra
    A psiquiatria no Brasil iniciou-se como um processo de higienização pública. Os manicômios eram polos de aprisionamento e de maus tratos com os excluídos da sociedade ( loucos, alcoólatras, mendigos, etc) os quais eram submetidos a condições sub humanas de um tratamento dito científico, era o chamado: Discurso de ordem científica. A partir do anos 70, começou uma nova estruturação da saúde mental, na qual os pacientes com problemas mentais passaram a ter um tratamento mais humano. Hoje, sabemos que a saúde mental ainda precisa evoluir para que se tenha uma melhor humanização com os pacientes, com o tratamento e atenção que eles merecem...

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  33. No passado, alguns hospitais psiquiátricos foram criados com a finalidade de fazer uma “limpeza” da cidade. Todos que estavam à margem da sociedade, como mendigos, loucos, prostitutas, ladrões, leprosos, alcoólatras etc., permaneciam nestes locais à espera da morte. Tratamentos que hoje em dia são considerados absurdos eram comumente utilizados. Essa realidade começou a se modificar a partir do momento que se iniciou a medicalização da loucura. Aos poucos, esta passou a ser interpretada como doença e tratada com medicações.
    Na década de 1970, a luta contra essas instituições estava a pleno vapor. Lutava-se para acabar com situações como a do Hospital Colônia, o maior hospício do Brasil. Aberto em 1903 em Barbacena, há indícios de que 60.000 pessoas morreram no local até seu fechamento, na década de 1980 — vítimas de seções fatais de choques elétricos, inanição, precárias condições de higiene e assassinatos.
    Em 1987 surge, durante o I Encontro Nacional dos Trabalhadores da Saúde Mental, na cidade de Bauru, em São Paulo, o Movimento de Luta Antimanicomial propondo novas alternativas terapêuticas ao indivíduo com transtornos mentais. O início desde movimento foi amplamente divulgado na imprensa e teve um papel fundamental ao trazer à tona muitas histórias e imagens da barbárie que acontecia nos antigos hospícios. A partir da criação do movimento ‘Por uma sociedade sem manicômios’ é que começou a ficar evidente que o modelo implementado até então não era o mais adequado. Com efeito, este movimento está historicamente ligado à defesa dos direitos humanos, como também incentiva a militância política e social contra a violência institucional praticada nos espaços manicomiais.
    A proposta não é apenas tirar o indivíduo do manicômio, soltá-lo nas ruas ou devolvê-lo para sua casa. É necessária uma ampla estrutura de suporte para permitir a integração progressiva do indivíduo à sociedade e à família, bem como um tratamento psiquiátrico desprovido de doses abusivas de medicamentos. O grande desafio da Psicologia é tornar efetivo um tratamento da doença mental embasado numa intervenção humanitária, capaz de resgatar a cidadania e a inserção social de uma população historicamente excluída. Um tratamento que não se limite a prescrição indiscriminada de psicotrópicos, mas que tenha como objetivo o bem-estar físico e psicológico do indivíduo.
    Como disse no vídeo, é importante que observemos os erros do passado para que não cometamos novamente. Ao longo da história da loucura, muitas formas de tratamento foram adotadas, tais como uso de sanguessugas, hipnose ou choque eletroconvulsivo. Atualmente, é comum o tratamento desumano em instituições de saúde mental, por exemplo, na ausência de cuidados higiene, bem estar coletivo ou estrutura dos prédios, com destaque para indicação desproporcional de medicados hipnótico-sedativos ou anti-psicóticos. Diante de tais fatos, a luta antimanicomial tende a ganhar mais adeptos.
    Segundo o professor de psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP e diretor do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, Wagner Gattaz, o modelo de tratamento oferecido pelo governo decorre de um cálculo político injustificável. “Como louco não vota e nem protesta, viu-se como algo interessante acabar com os hospitais psiquiátricos para economizar”, diz Gattaz.
    No dia 06 de Setembro de 2013, a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) divulgou uma nota de esclarecimento para a TV Globo. No texto, o grupo reclama sobre a forma como o folhetim de Walcyr Carrasco retrata o tratamento psiquiátrico de Paloma, interpretada por Paolla Oliveira. Diz que a condução do tratamento dado à personagem não corresponde à realidade. A repercussão e o impacto que cenas tão agressivas podem causar na sociedade são preocupantes, podendo estimular a psicofobia, preconceito contra pessoas com transtornos mentais. Carrasco faz menção à antipsiquiatria, uma abordagem contrária à internação de doentes mentais em hospitais psiquiátricos.

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  34. O vídeo retrata uma realidade cruel e não muito distante, da situação dos pacientes que sofriam de transtornos psiquiátricos, ou mesmo, em alguns casos das pessoas não se encaixavam no modelo social do trabalho e consumo, como os alcoólatras, sem tetos, deficiente físicos. O tratamento dispensado a esses pacientes eram pior, do que aos presidiários, que só podem ficar encarcerados por no máximo 30 anos, enquanto que os pacientes normalmente eram “condenados” a prisão perpetua. Porém esse quadro foi mudado graças à ação dos grupos de luta antimanicomial e a redemocratização ocorrida no final dos anos 80.
    Hoje o modelo é baseado nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). Neles o tratamento não se dá apenas pelo uso de medicamentos, mas por medidas que visam reintegrar o indivíduo ao convívio familiar e da comunidade, através da criação de oficinas para estimular habilidades, promover a reinserção social dos usuários pelo acesso ao trabalho, lazer, exercício dos direitos civis e fortalecer os laços Familiares e comunitários.
    No entanto, existem críticas a respeito da política que visa acabar por completo com os Hospitais psiquiátricos. Essas críticas surgem dos parentes dos portadores de transtornos graves e Associação de Psiquiatria. O Poeta Ferreira Gullar, pai de dois portadores de esquizofrenia, é um críticos da Lei 10.216/01, que regulamenta a reforma psiquiátrica no país. Para ele a lei apesar de bem intencionada não leva em consideração o impacto que uma pessoa em estado delirante causa no convívio familiar, causando risco pra si e outros membros da família. Ainda segundo o Poeta, “Essas pessoas não sabem o que é conviver com esquizofrênicos, que muitas vezes ameaçam se matar ou matar alguém. Elas têm a audácia de fingir que amam mais a meus filhos do que eu”. Associação Brasileira de Psiquiatria defende um modelo “intermediário”, com atendimento nos CAPS e nas residências terapêuticas, criação de leitos em hospitais gerais e manutenção de alguns hospitais psiquiátricos como instituições de referência. Creio que o caminho intermediário, que possa reunir o maior de interesses, seja a melhor solução para um problema de tamanha complexidade.

    Referencial bibliográfico:
    http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI75216-15257,00-DOI+INTERNAR+UM+FILHO+AS+VEZES+NAO+HA+OUTRO+JEITO.html
    http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI75200-15257,00-NINGUEM+AGUENTA+UMA+PESSOA+BR+DELIRANTE+DENTRO+DE+CASA.html
    http://www.sotirgs.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=7:lorem-ipsum&catid=1:noticias&Itemid=7

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  35. Sylvia Rodrigues de Freitas Dória

    Relatos de maus tratos e descasos humanos dentro dos manicômios não são novidade. Pacientes presos em cela, isolados do mundo e dos outros internos, fortes medicamentos para dopagem; impedimento de recebimento de visitas; maus tratos físicos e até choques elétricos são algumas das muitas atitudes desumanas aplicadas em ambiente manicomial.
    Diante de relatos tão assustadores, do vídeo e de meus pequenos conhecimentos acerca do assunto eu CERTAMENTE sou a favor da luta antimanicomial.
    Quem somos nós para punirmos alguém apenas por ela não apresentar comportamentos iguais aos da maioria? Que direito nós temos de tirar o direito do "louco" de viver socialmente, com acesso à vida livre? E pior, por que maltratá-los por serem pessoas diferentes? Não dá para ser a favor do sistema manicomial.
    Essas pessoas necessitam de atenção psicossocial, sim! No entanto isso pode ser feito a nível básico, sem precisão de internamento. Precisam ainda de convívio social e do respeito de todos nós.

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  36. Tiago Rodrigo Pereira de Freitas
    OS loucos eram todas as pessoas consideradas desordeiras socialmente.Para se livrarem dessas pessoas tidas como doentes mentais, vários barbaridas foram realizadas contra elas. Muitas eram afastadas da sua cidade de origem e do convívio familiar para locais distantes e de onde muitos não retornavam. Os hospitais gerais e manicômios foram meios de excluirem e marginalizarem essas pessoas. Com o desliniar dos avanços científicos e a reforma psiquiatra e a luta antimanicomial, os retocessos acometidos de autrora que tinha como finalidade repressiva e cerceadora, discriminatória e estigmatizante foram sucumbidos. Hoje, a luta POR UMA SOCIEDADE SEM MANICÔMIOS vem agregando varios direitos ao doente mental, possibilitando uma visão menos preconceitusa e dando assistencia de forma criteriosas a essa pessoas que realmente merecem nossa atenção. Não cabe a nenhum ser hurmano jugar, cerceando o direito alheio. Acredito que temos que tratar os desiguais desigualmente na medida de sua desigualdade, ou seja, oferencendo subsídios e respeito para essa pessoas não se sintirem invalidas e marginalizadas.

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  37. Ingrid Tatiana Lopes

    Depois de assistir a vários vídeos sobre a temática proposta, me veio um desconforto enorme. Por que tantos maus tratos? Por que tanta covardia? Que a sociedade sempre afastou dela os considerados "diferentes" é fato, percebemos isso nas relações sociais, mas disponibilizar tanta força bruta e tanto desprezo para os considerados alienados me assusta. Corpos encontrados mortos, lesões de agressões físicas, alimentos servidos no chão me fazem questionar sobre como desmandos foram praticados por tanto tempo sem uma punição efetiva para isso.
    Não entendo como não se identificar com o outro de sua mesma espécie, que sente alegrias, tristezas, dissabores e todos os outros sentimentos próprios a ela. Tudo o que assisti foge ao meu entendimento.

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